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terça-feira, 16 de outubro de 2007

Cortes de Lisboa

As decisões das Cortes de Torres Novas, no que à regência de D.Leonor de Castela, mãe do Rei, em breve viriam a ser alteradas, por várias razões de natureza política.

A regência partilhada não colheu efeitos positivos, porque a Rainha se mostrou pouco astuta, no exercício do poder e no seu relacionamento com os interesses dos três estados, para além da falta de conexão entre os dois regentes.

A decisão de atribuição dalguns direitos comerciais sobre os comerciantes de Lisboa, ao aio da Rainha, trouxe a insurreição popular à cidade, que rapidamente saíram fora do controle da ordem judicial.

Um sermão pregado na igreja de São Domingos, que deveria trazer tranquilidade ao povo, foi conduzido de forma diferente fazendo aumentar os receios que o povo demonstrava ter pela repressão que esperavam, a Rainha movesse contra a população.

Claro que a agitação popular era manipulada e não é difícil adivinhar por quem.

Porém as tentativas de D.Leonor em contrariar essa onda de boatos, não colheu os resultados esperados, adicionado que foi o factor da possível intervenção dos infantes de Aragão, irmãos da Rainha, que colocava no centro das preocupações outra crise idêntica à ocorrida em 1385.

Naturalmente que a este agravamento não foram estranhos os esforços do "partido" de D.Pedro, já que as divergências abertas entre D. Leonor e D. Pedro, duque de Coimbra, já haviam começado. por motivo da nomeação de um servidor do arcebispo de Braga para escrivão da Câmara do Porto.

Embora a Rainha, houvesse recusado a presença do jovem rei, nas cortes de Lisboa, iniciadas em 30 de Dezembro, veio a ceder por força da pressão exercida, por todos os tios de D.Afonso.

Nessas cortes, o regimento de Torres Novas é anulado e o infante D. Pedro, duque de Coimbra, é declarado "Regedor e Defensor do Reino", tal como o fora seu pai D.João I.

É também designado tutor e curador do rei, tendo sido enumeradas várias razões, quer de ordem meramente pedagógica, sobre a incapacidade da mãe para a educação do jovem Rei, ou facto da possibilidade da mãe, educar seu filho no ódio contra o regente D.Pedro, como de ordem económica, devido á despesas de manutenção de D.Afonso, de seu irmão e da própria Rainha.


A Rainha tenta resistir, auxiliada por forças internas e pela promessa de ajuda de seus irmão de Aragão, mas acaba por ceder. A "Treiste Reinha" decide então deixar o rei D.Afonso seu irmão em Santo António dos Olivais e partir com as filhas para Sintra.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Acontecimentos do ano de 1439


  • Carta de Gabriel de Valseca, de Maiorca, na qual são representadas as 9 ilhas dos Açores.
A carta de 1439 do catalão Gabriel de Valsequa apresenta dados mais precisos sobre a descoberta do arquipélago açoreano uma vez que surge já, com algum rigor, a representação dos Açores, em cuja legenda se afirma que estas ilha teriam sido descobertas por um Diego de ?, não sendo possível identificar o segundo nome. De acordo com a leitura feita por Damião Peres, este Diego seria Diogo de Silves. Assim, e à falta de mais dados convincentes para a atribuição do descobridor dos Açores, crê-se que realmente estas ilhas teriam sido descobertas por Diogo de Silves, marinheiro do Infante D. Henrique, no ano de 1427.

  • Março, 31-Nascimento da infanta D.Joana, irmã de D.Afonso V.
D. Joana, nasceu na Quinta do Monte Olivete, em Almada, a 31 de Março de 1439, seis meses após a morte do progenitor; morreu em Madrid, a 13 de Junho de 1475. Casou em 1455 com Henrique IV de Castela, casamento de que nasceu D. Joana, a Beltraneja, para muitos considerada filha dos amores adulterinos de D. Joana com o nobre D. Beltrán de la Cueva.
  • Outubro, 25-Falecimento em Bordéus da condessa de Arundel, D.Beatriz, tia do rei.
D. Beatriz (n. talvez em Veiros, por 1382; faleceu de peste em Bordéus, a 25 de Outubro de 1439). Casou, no ano de 1405, com Tomás Fitzalan, 7 ° conde de Arundel, pelo que seguiu para Inglaterra; e, tendo enviuvado, a 13 de Outubro de 1415, tornou-se esposa de Gilberto Talbot, barão de Irchenfield, falecido pouco depois. Pretende-se que em 1432 a infanta voltou a casar com John Holland, filho do duque de Exeter.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Acontecimentos no ano de 1438



  • *Morte de Mestre Huget, mestre arquitecto irlandês que sucedeu a Afonso Domingues em 1402 na construção do Mosteiro da Batalha.
Mestre Huguet introduziu na obra, com notável brilhantismo, o gótico flamejante que hoje se admira na fachada do Mosteiro e na Capela do Fundador.

  • *Infante D.Fernando é transferido para Fez- Na sequência da desastrosa campanha de África, o infante fica prisioneiro dos mouros, como penhor dum eventual resgate que Portugal nunca pagou. Foi nesta altura transferido para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição, sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal




terça-feira, 2 de outubro de 2007

Cortes de Torres Novas(1438)

As cortes reunidas em Torres Novas serviriam para prestar homenagem ao rei Afonso V e ao mesmo estudar a questão polémica da regência, que entregue a sua mãe D.Leonor, suscitaria da parte de alguma nobreza a desconfiança que resultava da sua ascendência aragonesa, poder vir a ser manobrada pelo seus irmãos então em guerra com Castela.

Foi então aprovado o Regimento do Reino de 1438, por proposta do Infante D.Henrique, destinada a vigorar vigorar até que D. Afonso atinja a maioridade política, que aconteceria em 1446.

A proposta foi aprovada pela principal nobreza do País, e nela a Rainha aceitou a partilha do poder incumbindo-lhe o papel de tutora e curadora do filho, com a administração das rendas e ofícios,ficando o seu cunhado D.Pedro com a tarefa da defesa nacional, com o título de defensor e ao conde de Arraiolos a responsabilidade da Justiça.

Destas cortes nasceriam realmente dois poderes que viriam marcar toda a infância do rei.

Leonor de Aragão coube a posição de maior mando na condução da política geral e a chefia militar a D.Pedro.

A proposta de casamento do rei com e D.Isabel filha de seu tio D.Pedro, ficaria anulada, por pressão do conde de Barcelos que pretendia que o futuro casamento real, fosse com sua neta D.Beatriz.

Um novo episódio contudo vem agravar o contexto, já de si bastante débil, no que à questão da regência dizia respeito. O infante D.João o mais novo dos irmãos de D.Duarte, (não contado com o seu irmão Fernando cativo em Fez nessa altura), recuperado duma longa doença que o retivera em Alcácer do Sal, só então teve conhecimento da morte de seu irmão o rei D.Duarte.

Embora desde logo tenha prometido obediência ao novo Rei, declarou desde logo a sua discordância quanto ao facto de ser a Rainha sua cunhada a deter mesmo em partilha a regência do Reino