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terça-feira, 15 de abril de 2008

Acontecimentos no ano de 1454


  • Gomes Eanes de Zurara guardador da Torre do Tombo
Cronista português, filho do cónego Joane Gomes de Zurara. Foi educado sob a protecção de Afonso V, tendo, posteriormente, substituído Fernão Lopes nos cargos de cronista oficial da corte e guarda-mor do arquivo da Torre do Tombo, em 1454. Foi, desde 1451, responsável pela livraria real.

São da sua autoria a Crónica da Tomada de Ceuta ou Terceira parte da Crónica de D. João I (1450, sendo as duas primeiras partes da autoria de Fernão Lopes), a Crónica dos Feitos da Guiné (1453), a Crónica de D. Pedro de Menezes (1463) e a Crónica de D. Duarte de Menezes (1468).

Zurara era filho ilegítimo de um cónego e pensa-se que a sua formação tenha sido feita, já tardiamente, na corte do rei D. Afonso V. Foi cavaleiro da ordem de Cristo e comendador de Alcains, da Granja do Ulmeiro e de Pinheiro Grande.

As suas crónicas diferem substancialmente das do seu antecessor, Fernão Lopes. Por um lado, as condições políticas haviam sofrido alterações.

O reinado de Afonso V marcou um certo regresso a uma mentalidade feudal. As crónicas de Zurara são, antes de mais, elogios de grandes senhores (por exemplo, do infante D. Henrique, ou de Duarte e Pedro de Menezes), e não tanto, como as de Fernão Lopes, frescos de uma época, retratos históricos das diversas partes — incluindo o povo — que nela intervieram.

Por outro lado, os seus métodos de investigação divergiam também dos de Fernão Lopes. Em vez do confronto de diferentes fontes escritas, Zurara recorria sobretudo ao testemunho oral dos protagonistas dos acontecimentos relatados.

De referir que, embora envolvido pelo espírito de cruzada que animava as conquistas africanas, Zurara manifesta sentimentos de piedade para com as vítimas dessas guerras, bem como para com os primeiros escravos negros vendidos em Portugal, em Lagos, episódio que relata na Crónica dos Feitos da Guiné.

Embora historicamente rigorosa, falta ao seu trabalho uma visão de conjunto. O seu estilo revela já traços da cultura clássica e erudita do Renascimento, por vezes sob a forma de um discurso excessivamente afectado.


Créditos :História da Literatura Portuguesa

  • Contratação de Cadamosto para o serviço do Infante

Este ano foi o da contratação pelo Infante D.Henrique do navegador veneziano Alvise de Cadamosto, para realizar algumas viagens ao serviço de Portugal
Ainda jovem chegou a Portugal com cerca de 20 anos, mas já com bastante experiência de navegação sendo certo que habitualmente em águas Mediterrâneas.

Foi o acaso de numa viagem com destino a Bruges, o navio onde seguia ter sido obrigado a acolher-se junto ao Cabo de S. Vicente, devido aos ventos contrários. Foi essa a oportunidade para o convite, para as viagens de exploração ao longo da costa de África, prometendo avultados lucros aos participantes. Foi esse intento que levou Cadamosto a abandonar a carreira do Norte da Europa, embarcando numa caravela armada pelo Infante na qual o veneziano foi como mercador.

Viria a realizar duas viagens ao serviço do Infante, após o que voltou para Veneza onde seguiu a carreira política como era costume entre os homens nobres da sua cidade.

Ao serviço da coroa portuguesa explorou a costa ocidental da África, sendo-lhe creditado o descobrimento de algumas das ilhas de Cabo Verde e a exploração da foz do rio Gâmbia e costa adjacente, incluindo o arquipélago dos Bijagós.

  • Nomeação do Infante D.Henrique para a Ordem de Cristo
A Ordem de Cristo era uma versão lusa da Ordem dos Templários que ao invés de se indispor com a monarquia como ocorreu com os templário franceses com Felipe o belo, foi por ela instrumentalizada e mobilizada para a conquista dos mares.

O que de concreto se sabe é que o Infante, como grão-senhor da poderosa Ordem de Cristo recebeu em 8 de janeiro de 1454, do papa Nicolau V, o monopólio da exploração comercial das actividades praticadas na costa africana até a Índia.

Isto tornou-o, objectivamente, um grande interessado em estimular o desbravamento dos mares. Daí denominar-se as primeiras décadas do século 15 como a era dos descobrimentos Henriquinos.

sábado, 5 de abril de 2008

Doação da ilha do Corvo ao infante D.Afonso duque de Bragança

  • Janeiro,20-Doação da ilha do Corvo ao infante D.Afonso duque de Bragança.
Em aparente contradição com o as disposições testamentárias de D.Henrique, a carta de doação de D. Afonso V ao Duque de Bragança, seu tio, encontra-se pela primeira vez a referência à ilha do Corvo. Face à importância desta grande figura da nobreza parece um pouco estranho que lhe tenha sido doado o Corvo e não a ilha das Flores, considerando o insignificante tamanho desta ilha, a distância a que se encontrava do reino e tendo em conta que na Terceira ainda haviam terras por povoar.

  • Maio,30-D.Pedro é reempossado como Mestre de Aviz
D. Pedro era filho do Infante D. Pedro, Duque de Coimbra e Regente de Portugal, e de Isabel de Urgel e Aragão, filha de Jaime II de Urgel, um dos pretendentes ao trono catalão e que havia refugiado em Castela, volta a Portugal, reconciliado com o rei, que o reempossa do Mestrado de Aviz, cargo que seu pai D.Pedro, enquanto regente o havia empossado em 1444, que acrescentou ao de Condestável que havia sido nomeado 1 ano antes