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segunda-feira, 12 de maio de 2008

Acontecimentos no ano de 1456

*-Diogo Gomes chega ás ilhas Bijagós

Diogo Gomes era moço da câmara do infante D. Henrique e foi também seu navegador. Para além de uma viagem à Madeira, terá participado, com Gil Eanes e Lançarote, na expedição militar à ilha de Tider.

Diogo Gomes navegou em 1456 até à embocadura do rio Grande, canal do Geba, capitaneando uma esquadra de três navios.

No regresso subiu o rio Gâmbia até Cantor, onde obteve as primeiras informações sobre as explorações mineiras no Senegal e Alto Níger, bem como acerca das rotas saharianas do ouro e do importante entreposto comercial que era Tombuctu..

Durante esta expedição, Diogo Gomes capitaneava uma esquadra de três navios. Possivelmente no regresso desta exploração tocou o arquipélago de Cabo Verde, cujo descobrimento reclama para si, na companhia do italiano António de Noli.

*-Bula papal de Calisto III sobre Ceuta

Bula papal concedendo a D.Afonso V o estabelecimento na cidade de Ceuta de 4 conventos, correspondendo a igual número de ordens militares existentes no reino.

O Papa nº 210 Calisto III, nascido Afonso de Bórgia, nomeado papa em Abril do ano anterior, fi o papa que reviu a sua condenação de Joana D’arc e reconheceu sua inocência em 1456, foi o fundador da "dinastia papal" da família.

*-A nova cruzada pregada por Calisto III

O papa Calisto III intentou organizar uma cruzada para reaver Constantinopla que havia caído às mãos dos turcos em 1453. Pretendeu Calisto III organizar uma armada internacional que desde logo obteve a concordância de D.Afonso V.

Calisto III envia em 15 e Fevereiro o legado pontíficio por acaso o português D.Álvaro Afonso bispo de Silves, para presidir à colecta da dízima para essa cruzada.

As ordens eram claras, induzir as 4 ordens militares existentes Cristo, Avis, Santiago e do Hospital a entrarem no combate aos turcos, sob pena de excomunhão e de perda dos ofícios.

A insistência papal levou a que D.Afonso V proferisse publicamente em 25 de Julho deste ano, um voto de tomar parte na cruzada contra os turcos, nomeando e enviando como embaixador à cúria romana João Fernandes Silveira, que viria a confirmar esse mesmo voto em Roma, a 8 e Setembro.

O empenho de D.Afonso V, não pareceu contudo ter igual repercussão noutros reinos Europeu como Aragão, Nápoles, França os ducados de Borgonha e de Sabóia, entre outros. Sem embargo do papa ter armado uma frota de 25 velas comanda pelo cardeal Scarampi e o português João Vasques Farinha como vice-almirante.

Provavelmente por força desse menor empenho europeu, pela iniciativa papal, ou por outra razão qualquer o certo e que o interesse do nosso rei arrefeceu um pouco, preferindo vir a utilizar os eventuais efectivos militares portugueses, no reforço da praça de Ceuta.

sábado, 3 de maio de 2008

Acontecimentos no ano de 1455

Através da Bula Romanus Pontifex,o papa Nicolau V em 8 de Janeiro de 1455, concede ao rei de Portugal, seus sucessores e ao infante D.Henrique, as terras descobertas ou a descobrir pelos Portugueses.

Que vai desde o cabo Bojador e do cabo Não, correndo por toda a Guiné, passando além dela e vai para a plaga meridional, declaramos pelo teor da presente que também tocou e pertenceu ao mesmo rei D.Afonso e a seus sucessores e ao infante, com exclusão de quaisquer outros e que perpetuamente lhe tocam e cabem por direito.

Este é o texto parcial da bula referida , que inicia o verdadeiro interesse papal pelas viagens além do Cabo Bojador, concedendo para além da própria expansão em si e do estímulo pela descoberta, os direitos de conquista e submissão de povos à servidão, tal como mais tarde Alexandre VI fará em 1493 com a bula Inter Coetera ,idêntica concessão à Espanha

Todavia, o rei português tem que garantir o governo espiritual das novas terras. Tem que enviar missionários e aí fundar igrejas, onde se possam ministrar os sacramentos.

Devem também ser aí criados mosteiros e outros locais de culto e oração. A bula vai mais longe ao dizer que o comércio nestes territórios ultramarinos é de exclusiva pertença dos portugueses e que quem neles exercer comércio sem licença, poderá vir a ser excomungado.


  • Março-Cortes de Lisboa
Nestas cortes em Lisboa, foi a última vez que se fez menção explícita à falta de população, a partir daí multiplicam-se os indícios de recuperação demográfica.
Foram també concedidos os pedidos com destino ao casamento de D.Joana irmã de D.Afonso V com Henrique IV de Castela.
Em Junho deste ano voltaram a reunir-se as cortes em Lisboa, com o fim de ser jurado o princípe herdeiro o futuro D.João II
  • Maio, 03-Nascimento em Lisboa do infante D.João, que viria a ser o rei D.João II.
Nasceu em Lisboa no Paço das Alcáçovas no Castelo de São Jorge no dia 3 de Maio de 1455. Era filho do rei D.Afonso V de Portugal e de sua prima Isabel de Urgel, princesa de Portugal e filha de D.Pedro e de D. Isabel, duques de Coimbra.

Pelo lado paterno é neto de D.Duarte e da princesa Leonor de Aragão.

As avós são ambas aragonesas e os avós e os pais portugueses É um rei ibérico também nos seus antepassados mais próximos, já que apenas a sua bisavó D.Filipa de Lencastre o não era.
  • Julho,20-Carta régia de ilibação de todos os que se colocaram ao lado do infante D.Pedro em Alfarrobeira.
  • Dezembro,02-Falecimento de D. Isabel de Aviz, rainha consorte de D. Afonso V .
Rainha de Portugal, filha do Infante-Regente D. Pedro, Duque de Coimbra e de sua mulher a princesa D. Isabel de Aragão, Condessa de Urgel, filha do rei Jaime II de Aragão. Casou em 6 de Maio de 1447 com o seu primo direito D. Afonso V.

Foi mãe de D. João II e de Santa Joana Princesa, ou princesa Santa Joana de Portugal.

Sua irmã mais nova e solteira, D. Filipa de Lancastre, infanta de Portugal, que vivia recolhida, embora sem professar, no Mosteiro de Odivelas, serviu então de mãe aos filhos da Rainha.

Antes de morrer, a rainha D. Isabel de Aviz vai obter do rei e marido o arrependimento pelo tratamento dado ao Infante das Sete Partidas, cuja desgraça causara espanto, escândalo e consternação na Europa de 1449; a reabilitação da memória de D. Pedro ficou manifesta nas grandes cerimónias, ordenadas por D. Afonso V, de trasladação processional do corpo do Infante assassinado da humilde igrejinha de Alverca, onde por caridade o haviam sepultado em segredo, sob os degraus de pedra da entrada, alguns pescadores do rio Tejo, para Sta. Maria da Vitória da Batalha, junto de seus pais e irmãos.