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sábado, 19 de julho de 2008

Ataques a Alcácer-Ceguer repelidos

A retaliação moura pela perca de Alcácer Ceguer não se fez esperar. Estava ainda D.Afonso V em Ceuta, quando foi avisado que o rei de Fez Abde Alaque, se preparava para retomar aquela praça
.
Relembre-se que este rei era ainda o mesmo, que tinha tomado como cativo o infante D.Fernando, para se perceber a carga emotiva que comportava, de tal forma que D.Afonso ainda em Ceuta, quis de imediato, acorrer ao reforço de Alcácer-Ceguer, não fosse o conselho militar lhe demonstrar a inconveniência de tal acto.

A forma medieval e poética que se encontrou na defesa da honra portuguesa, foi a de mandar desafiar o rei de Fez, à boa maneira medieval, para uma batalha campal, resposta que esse desafio não teve porque os emissários fora recebido a tiro e tiveram que retroceder.

A esqudra portuguesa aportou ao largo de Alcácer-Ceguer, mas de nada serviu, pois os mouros que sitiavam as muralhas não se amedrontaram, nem aos sitiados foi possível fazer chegar qualquer tipo de ajuda.

A esquadra teve que regressar a Portugal e o que é certo é que, a defesa militar da praça sob o comando de D.Duarte de Menezes, resistiu durante 53 dias e causando tantas perdas ao inimigo que acabaram estes por retirar.

As reparações nas muralhas e a construção duma couraça que permitirá, em ataques futuros uma ligação ao mar, viria a permitir que novo ataque desferido 6 meses depois em 2 de Julho de 1459, voltasse a não ter êxito favorável ao rei mouro, permitindo até que por essa mesma couraça, viessem a escapulir-se a esposa do governador e outras donzelas do seu séquito.

A comandante de Alcácer-Seguer haveria D.Afonso V em Abril de 1460, quando numa visita a Portugal de o premiar elevando-o a conde de Viana.



sábado, 5 de julho de 2008

A conquista de Alcácer Ceguer

A poderosa armada então reunida, composta por cerca de 280 naus, galés e outros navios, pelos cálculos de Damião de Góis, bem como cerca de 26.000 homens de combate, para além da tripulação e os serviçais.

A armada partiu de Lagos a 17 de Outubro de 1458, lançando ferro dois dias depois diante de Tânger, terra de dolorosas recordações para os portugueses, que ali haviam deixado como refém o infante D.Fernando que morrera em cativeiro.

A tentação de atacar essa praça foi forte na cabeça de D.Afonso V que chefiava a armada, no sentido de vingar a memória de seu tio, mas o conselho militar desaconselhou esse intento e a alteração de planos.

A aceitação dessa opinião do conselho fazia lei na épova superior à vontade do soberano. Muito embora nada o impedisse de a não respeitar, a tanto se não abalançou o rei, por corresponder ao assumir por seu único risco o ónus do eventual desastre, que não deixaria de ser criticado em cortes futuras.

Levantando ferro para dar cumprimento ao plano estabelecido, foi a armada fundear a 21 de Outubro defronte de Alcácer Ceguer.

As primeiras escaramuças foram naturalmente na praia, ao desembarque dos primeiros portugueses, mas com tal ímpeto se deu o ataque que aos mouros nada mais restou que se refugiarem dentro de muralhas.

Os combates demoraram 2 dias, até que o derrube das muralhas por bombardas, conseguira demonstrar que a sorte do ataque seria favorável aos portuguese, pelo que os sitiados temendo serem chacinados, propuseram a rendição na condição de permitirem a saída dos moradores com seus haveres.

Obtido o consentimento, com a condição de entregarem todos os reféns e todos os cativos cristãos que na vila houvesse. Saído o último habitante então se organizou uma procissão, com D.Afonso apeado para tomar posse da praça, até à mesquita que fez consagrar e dedicar a Santa Maria da Misericórdia.

Grandes festejos e distribuição de mercês se seguiram, tendo sido nomeado D.Duarte de Menezes capitão da praça conquistada. Após as respectivas reparações e reforço de guarnição, retira a esquadra com destino a Ceuta.

Era a primeira vez que o Africano, visitava Ceuta, ao chegar lá e ao comparar a grandeza e o esplendor desta cidade, com a pequenez e a pobreza de Álcacer Ceguer, cuja conquista tanto o satisfizera, não deixava agora de experimentar alguma decepção.