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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Nicolau V atribui a D.Jaime a diocese de Lisboa

  • Nicolau V atribui a D.Jaime a diocese de Lisboa
Após a batalha de Alfarrobeira Jaime, então com apenas catorze anos, foi aprisionado pela hoste de Afonso V de Portugal, tendo no entanto conseguido fugir, com os seus irmãos João e Beatriz, para a Flandres, onde obteve o apoio da tia Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha.

Aí, foi designado arcebispo de Arras, tendo, a expensas da tia, partindo para Roma. Quando chegou, o Papa Nicolau V, conhecedor da tragédia de Alfarrobeira e do vexame a que fora submetido o corpo do duque de Coimbra, decide recompensar o seu filho, atribuindo-lhe, em 30 de Abril de 1453, a administração perpétua da arquidiocese lisboeta, que se achava vago pela morte do arcebispo D. Luís Coutinho.

Não obstante, por não ter ainda a idade necessária para prover o cargo, não lhe conferiu logo o título arquiepiscopal. Governou sempre a arquidiocese a partir de Itália, por meio do vigário geral, Luís Anes.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Bula papal Dum diversas

Dum Diversas foi uma bula papal publicada em 18 de Junho de 1452 pelo Papa Nicolau V., que através dessa Bula, dirigida ao rei Afonso V de Portugal, afirmava

"(...) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades (...) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão, e apropriar e converter em seu uso e proveito e de seus sucessores, os reis de Portugal, em perpétuo, os supramencionados reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades, possessões e bens semelhantes (...)."

Esta bula é considerada por historiadores como uma resposta à ameaça sarracena, quando houve o grande choque cultural entre cristãos, muçulmanos e pagãos, conhecidos e temidos pelos cristãos por fazerem escravos, matarem e estuprarem. A Bula tinha por objectivo final, contudo, a conversão dos muçulmanos e pagãos escravizados.

Em 8 de Janeiro de 1554, estes poderes foram estendidos aos reis da Espanha.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Chegada a Portugal das reliquias do Infante D.Fernando

O infante D.Fernando, teve culto no Mosteiro da Batalha, desde o ano de 1451, em que foram depositadas no seu túmulo as “relíquias da fressura, coração e tripas e de tudo o que foi tirado do corpo deste Infante quando o em Fez os mouros fizeram abrir”.

Este culto sobreviveu à proibição das festas em sua honra, pelo Bispo de Leiria, D. Martim Afonso Mexia (1605-1615), “por não ser o Infante beatificado nem canonizado” (Couseiro (c. 1657) e às determinações da Constituição “Coelestis Hierusalem”, do Papa Urbano VIII (1634), proibindo o culto a pessoas que não tivessem sido, ao menos, beatificadas pela Igreja, a não ser que se provasse um culto imemorial.

Num Congresso, realizado em Santarém, no 6º centenário do nascimento de D. Fernando, foi proposta, por D. Eurico Dias Nogueira, a retomada do processo de beatificação, já sugerida por Domingos Maurício Gomes dos Santos, em 1927 (“não só em repor no lugar que lhe compete na história, a figura esquecida do cativo de Fez, mas colocá-la aí, em todo o fulgor da sua verdadeira história, isto é, aureolada pelos esplendores do culto canónico e de gratidão patriótica”).

Uma comissão de pessoas, estudiosas desta figura histórica, propuseram ao Senhor D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, na sua qualidade de bispo da diocese de Leiria-Fátima, onde se encontra o túmulo do Infante, no mosteiro da Batalha, a introdução da causa de canonização, proposta que ainda não teve seguimento.

Fonte: Diocese Leiria-Fátima

As relíquias de D.Fernando foram trazidas para Portugal por Frei João Álvares que foi moço de câmara e secretário do Infante D. Fernando, tendo-o acompanhado na frustrada campanha de conquista de Tânger, no Marrocos, em 1437.

Capturado com o príncipe, esteve prisioneiro com ele em Arzila e em Fez, sendo resgatado em 1448, cinco anos depois da morte do D. Fernando.

Em 1450 voltou a Marrocos para buscar relíquias do príncipe, que começava a ser referenciado como o Infante Santo.

De volta a Portugal, o Infante D. Henrique pediu-lhe que escrevesse uma Crónica dos feitos do irmão, que João Álvares escreveu provavelmente entre 1451 e 1460.

João Álvares era a pessoa indicada para isso pois havia acompanhado o Infante durante longo tempo em Portugal e foi testemunha do seu cativeiro e morte no Magrebe.

A obra, inicialmente manuscrita, veio a ser impressa pela primeira vez em 1527 com o título Tratado da vida e dos feitos do muito vertuoso Senhor Infante D. Fernando em Lisboa. Foi novamente impressa em Coimbra em 1577.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Acontecimentos no ano de 1449

  • D.Pedro filho do regente exila-se em Castela
D.Pedro o filho do infante D.Pedro, tinha sido nomeado por seu pai o então regente como Condestável de Portugal em 1443 e no ano seguinte Mestre de Aviz, tornando-se na pessoa mais importante do reino a seguir ao Rei.

Foi então, que na sequência da deterioração da relações entre o Rei D.Afonso e o seu tio e regente, que D.Pedro foi destituído dos seus cargos o que o levou a exilar-se para Castela.


  • Convento de Santa Clara em Amarante
Este convento que foi mandado construir por D.Mafalda, o 11º primeiro filho de D.Sancho I e de D.Dulce, nascida julga-se por volta de 1200. A fundação deste convento, terá acontecido depois do seu fugaz casamento em 1215 com Henrique I de Castela.

Mais tarde D.Mafalda, veio a tornar-se monja cisterciense. Foi beatificada em 1793 pelo papa Pio VI.

Neste ano de 1449, este convento passou a submeter-se à ordem de Santa Clara.

  • D.Jaime foge com seus irmãos para Flandres
Após a batalha de Alfarrobeira D.Jaime 4º filho do infante regente, foi aprisionado por D.Afonso V. Talvez porque tivesse apenas 14 anos, foi contudo "deixado fugir" com os seus irmãos D.João e D.Beatriz para Flandres sob proteção e apoio da tia Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Acontecimentos no ano de 1447(2ºParte)

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  • Agosto-D.Afonso V confirma a D.Pedro a isenção da dizima das mercadorias trazidas ao reino vindos de São Miguel.
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Carta régia concedendo a seu tio D.Pedro a isenção do pagamento da dízima das mercadorias trazidas ao reino pelos moradores da ilha de São Miguel, "pertencente" ao duque de Coimbra.

A convicção de povoar as ilhas açoreanas fica comprovado com esta carta régia, como já acontecera em 1443 que já atestava nessa altura o desenvolvimento registado nos primeiros anos de povoamento dos Açores.

O regente D.Pedro isentara durante 5 anos, Gonçalo Velho, comendador do arquipélago, os moradores e povoadores das ilhas do pagamento da dízima e da portagem “ de todas as coisas que dela trouxeram ao Reino.

Portanto esta carta régia é a prorrogação da carta de 1443, desta vez assinada pelo rei e não pelo regente, que passa a "dono" das referidas ilhas. Entretanto os direitos são aumentados isentando-os também do pagamento de dízimas sobre o pão, vinho, peixe e madeira.

A especificidade da legislação referente a S.Miguel face às outras ilhas resultam da maior dificuldade no seu povoamento devido à sua grande extensão e às constantes manifestações vulcânicas desencorajavam a fixação de pessoas.

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  • O navegador Álvaro Fernandes atinge a ilha dos Bancos na actual Conacry, trazendo água do rio Senegal para o Infante D.Henrique.