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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Acontecimentos no ano de 1466

  • Expedição às Canárias
Em 1466, saíram as caravelas, na expedição ás Canárias, sob o comando de Diogo da Silva. Depois de aportarem a Lançarote e Forte Ventura, carregaram sobre a Gran Canária, onde Herrera tinha mandado construir um extenso reduto guarnecido por forças castelhanas, que foram tomadas pelos portugueses como usurpadoras, e a breve trecho se renderam.

Com este ponto de apoio e novos reforços em gente e viveres da caravela de Pedro Feio, melhor se estabeleceu Diogo da Silva para impor-se aos naturais, mas estes recuavam para as montanhas escarpadas, cobertas de arvoredo, onde temerário seria persegui-los.

Os castelhanos entabularam negociações para o resgate do forte e a restituição se efectuou em bom acordo,ficando ajustado o casamento de Diogo da Silva com D. Maria Ayala, filha de Diogo Herrera que a dotou com um terço das rendas de Lançarote e Forte Ventura.

Fonte:Fasquias da Madeira
  • Morte de D.Pedro rei de Aragão
D. Pedro de Coimbra (também chamado D. Pedro de Portugal ou D. Pedro de Avis) era filho de D. Pedro, Infante de Portugal e Duque de Coimbra, foi 5º Condestável de Portugal e 3º Administrador da Ordem de Avis.

Posteriormente foi aclamado Rei da Coroa de Aragão (que incluía o Reino de Aragão, o Condado da Catalunha, de onde foi Vice-rei e o Reino de Valença), como sucessor de Henrique IV de Castela, com a designação de Pedro V de Aragão, Pedro IV da Catalunha, Pedro III de Valência.

Depois de vários reveses militares, D. Pedro acaba por morrer de doença (alguns historiadores afirmam que morreu envenenado) em 1465, na localidade de Granollers, estando sepultado na Catedral de Santa Maria del Mar em Barcelona. O seu mote era Paine pour joie.

sábado, 12 de novembro de 2011

Morte de D.Afonso filho natural de D.João I e primeiro duque de Bragança



D. Afonso de Portugal, depois D. Afonso I de Bragança nascera em Veiros - Estremoz, a 10 de Agosto de 1377 e que viria a morrer em Chaves, 15 de Dezembro de 1461,foi o 8º conde de Barcelos, 2º conde de Neiva e o 1º Duque de Bragança.

Supõe-se ter nascido em Veiros, no Alentejo, como filho natural do Rei D. João I e de Inês Pires. que fiziam as crónicas Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos», se perdera (o rei), em Veiros, pela filha de Berbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Testamento do infante D.Henrique

  • Testamento do infante D.Henrique
A 28 de Outubro o infante faz o seu testamento, onde se verifica que a sua casa senhorial, regedor e governador da Ordem de Cristo, duque de Viseu, senhor da Covilhã, estava entre as mais poderosas forças económicas do reino.

Frágil, inicia a redacção do seu II Testamento, distinto do primeiro, fazendo seu herdeiro universal D. Afonso V, talvez por exigência deste mesmo. Lega a terça a várias entidades e pede ao rei seu sobrinho que se não esqueça de beneficiar seu irmão D. Fernando que fora, desde 1436, seu herdeiro universal de quanto detinha, mas não, de facto, de quanto viesse a deter. Em quatro anos, efectivamente, o duque de Beja vem a receber tudo quanto D. Henrique legara à Coroa, mas o rei e ele têm de encarregar-se de solver o pesado montante de inúmeras dívidas deixadas por D. Henrique.

Fonte: Portal da História

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nascimento de D.Leonor Lencastre



  • Nascimento de D.Leonor Lencastre
Nasceu em Beja a 2 de Maio de 1458
Filha de D.Fernando filho segundo do rei D.Duarte e irmão de D.Afonso V e neto de D.João I e de D.Filipa de Lencastre e de D.Beatriz filha do infante D.João sétimo filho de D.João I, portanto primos.

Pela sua vida exemplar, pela prática constante da misericórdia, e mais virtudes cristãs, alcançou de alguns historiadores o epíteto de Princesa Perfeitíssima, inspirado no cognome do rei seu marido, a cuja altura sempre se soube manter para o juizo da História.

A rainha D. Leonor de Aviz é também a terceira e última rainha consorte de Portugal nascida em Portugal, tendo a primeira sido D. Leonor Teles e a segunda a sua tia, e sogra, D. Isabel de Aviz, mulher de D. Afonso V.

Com o seu casamento acaba o Século de Oiro Português, caracterizado por casamentos endogâmicos continuados entre os descendentes da Ínclita Geração, entre a prole de D. João I e da sua rainha D. Filipa de Lancastre.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Casamento do infante D.João filho de D.Pedro com Carlota filha do rei de Chipre



O Infante D. João de Coimbra , também conhecido simplesmente por João de Coimbra ou João de Portugal, era o segundo filho varão do infante D. Pedro, Duque de Coimbra, e de Isabel de Urgel.

Tomou parte na batalha de Alfarrobeira onde o exército de seu pai foi derrotado pelo exército real português. Foi feito prisioneiro, estando destinado a ser executado. Contudo, devido à intervenção de sua tia, foi exilado, juntamente com sua irmã Beatriz de Coimbra, para o Borgonha onde a sua tia, Isabel de Portugal, casada com o duque Filipe III, o Bom, os recebeu e protegeu.

Aí, casou com Carlota de Lusignan, Princesa de Chipre, tornando-se então Príncipe (titular) de Antioquia, sendo regente do Reino de Chipre, mas acabou por morrer envenenado.

Foi sepultado em Nicosia tendo o túmulo o seu Brasão de Armas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Acontecimentos no ano de 1439

  • Março.24-Morte da infanta D.Filipa, irmão do rei apenas com 9 anos, atacada de peste
A infanta D.Filipa segunda filha de D.Duarte nascera em Santarém em 1430
  • Confirmação de doações ao infante D.Henrique
Por carta de regência nesta data, foi confirmada pela regência a doação efectuada por D.Duarte em 1433 das ilhas da Madeira, Porto Santo e Desertas, ao msmo tempo que se isentava a ele e aos habitantes daquele arquipélago durante 5 anos, das dizimas e portagens do trouxessem aos portos do reino

A 7 de Julho deste mesmo ano é concedido ao infante licença para povoar as ilhas dos Açores onde ele já mandara povoar ovelhas

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Construção do Castelo de Arguim por Soeiro Gomes

O Atlântico conheceu, já em 1445, a primeira feitoria portuguesa na África,
conforme cita o historiador Charles Boxer: “Durante alguns anos os portugueses
limitaram-se a conduzir os ataques ou a realizar um comércio pacífico de escravos a partir dos barcos que navegavam pela costa,rumo sul, ancorando em angras ou estuários favoráveis.

Essa utilização do navio como base flutuante manteve-se sempre em voga, mas foi
complementada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais em terra. A primeira dessas feitorias foi estabelecida em Arguim (ao sul do Cabo Branco) por volta de 1445,numa tentativa de controlar o comércio transsariano do Sudão Ocidental.

Dez anos mais tarde, ali se construiu uma fortaleza, onde os portugueses trocavam cavalos, tecidos, objetos de latão e trigo por ouro em pó, escravos e marfim.”

Nos ancoradouros habituais construíam-se feitorias. As riquezas ali acumulada demandavam
a construção de fortalezas. E, como na Europa, em torno das maiores fortalezas,nasciam as cidades.

A área em torno de Arguim era habitada por mouros e negros islamizados, os mauros, sendo então uma zona importante de pesca, como aliás ainda é, e uma região atractiva para o comércio.

Da parte portuguesa esperava-se interceptar o tráfego de ouro que as caravanas transportavam de Tombuctu para o norte de África. Contudo, foi o comércio de escravos o que mais prosperou: Portugal recebia de Arguim, por volta de 1455, cerca de 800 escravos por ano, na sua maioria jovens negros aprisionados em razias conduzidas no interior do continente pelos líderes tribais da região costeira vizinha.

Em segundo plano estava o importante comércio da goma-arábica, produto que a região produzia em quantidade e com qualidade superior, adquirido em Arguim a preço muito atractivo.

O território conquistado em Arguim passou então a assumir-se como um centro de comércio, estabelecendo ligações comerciais com os portos de Meça, Mogador e Safim, no actual Marrocos. Destes lugares provinham os tecidos, o trigo e outros produtos que na feitoria de Arguim eram trocados por ouro e escravos, transportados a partir do interior pela rota de Tombuctu até Hoden.

A criação desta feitoria marcou um ponto de viragem na expansão portuguesa, assinalando o início da política de construção de feitorias dotadas de uma guarnição militar capaz de as defender contras ataques dos povos da região.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Casamento de D.Fernando com D.Beatriz

D. Fernando, 5º filho de D.Duarte e irmão do rei, nasceu em Almeirim, a 17 de Novembro de 1433. Foi 2 ° duque de Viseu e 1 ° duque de Beja, e herdeiro de seu tio, o infante D. Henrique, como 9 ° mestre da Ordem de Cristo e responsável pelos Descobrimentos.

Casou em Alcaçovas em Maio 1447 com sua prima co-irmã D. Beatriz , filha do infante D. João e de D. Isabel, filha de D. Afonso, 8 ° conde de Barcelos.

Do casamento de D. Fernando e D. Beatriz viriam a nascer, entre outros filhos, D. Leonor, que pelo seu casamento com D. João II foi rainha de Portugal e D. Manuel I, que recebeu o trono do primo germano e cunhado.

Seriam pais do futuro rei D.Manuel I

terça-feira, 21 de junho de 2011

Acontecimentos no ano de 1445

  • Morte de D.Fernando de Noronha governador de Ceuta
Por morte de D.Fernando de Noronha 2ºconde de Vila Real, foi eleito governador de Ceuta António Pacheco

D.Fernando era filho de Afonso, conde de Gijón e Noronha (filho natural de Henrique II de Castela) e da infanta Isabel de Portugal (filha natural de Fernando I de Portugal). O casamento destes dois bastardos reais ibéricos gerou o ramo familiar dos Noronha.

Após a morte de D. Afonso, a infanta D. Isabel regressou a Portugal com seus filhos, sendo acolhida na corte de seu tio, o rei D. João I. D. Fernando tornou-se fidalgo da casa do príncipe herdeiro, D. Duarte.

  • Expedição contra os mouros da ilha de Tider
Comandada por Lançarote de Freitas da qual fazia parte Álvaro de Freitas, foi enviada contra os mouros da ilha de Tider uma expedição que que saiu de Lagos a 10 de Agosto de 1445.

Da frota, a maior constituída até então, faziam parte 17 caravelas. Chegados a Tider, depois de uma pequena marcha os portugueses depararam com os mouros, sobre quem tiveram uma esmagadora vitória.

Tinha sido nomeado 2.° governador de Ceuta, por ordem real recebida por carta de D. Duarte, com data de 18 de Outubro de 1437

  • Vicente Dias terá chegado ao rio Gâmbia

Autores há que referem que Vicente Dias, um armador e mercador de Lagos, foi o descobridor das ilhas de Cabo verde, uma vez que terá avistado a ilha de Santiago em 1445, numa viagem de regresso de uma expedição de reconhecimento da costa ocidental africana, em que terá atingido a foz do rio Gâmbia

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Acontecimentos no ano de 1444

  • Fundação da Companhia de Lagos
A expansão portuguesa é indissociável da escravatura. O seu móbil não foi a difusão do cristianismo, nem tão pouco se centrou no ouro ou marfim, mas sim nos escravos. Eles eram a mão-de-obra que geravam a riqueza. O próprio Infante D. Henrique, em 1443, chama a si o monopólio da sua exploração.

No século XV, os escravos destinavam-se sobretudo a abastecer os trabalhos em Portugal, ou as explorações da cana do açúcar na Madeira (escravos canários), mas também a serem vendidos para Espanha. Lisboa, Alcácer do Sal e Lagos estabelecem-se florescentes mercados de escravos.

No Algarve, em 1444, forma-se a primeira companhia moderna para o tráfico,chamada Companhia de Lagos, formada pelo almirante-mor Lançarote Pessanha. Muitas outras lhe seguirão pela Europa.

Créditos: Confrontos

  • Ordem de Avis torna-se independente de Calatrava
Fundada em 1175/76 ,por D. Afonso Henriques, ou pelo menos por este apoiada, a milícia dos freires de Évora (chamada Ordem de Avis depois de 1211) surge no contexto da Reconquista do território português. A participação do monarca terá tido a sua justificação no facto de este, segundo Ruy de Azevedo, pretender criar uma "instituição de tipo monástico-militar, tal como se fizera uns anos antes para os reinos de Leão e Castela nas praças fortes de Calatrava e Uclés.

De qualquer modo, os primeiros cavaleiros eborenses terão sido portugueses, até porque o seu mestre (Gonçalo Viegas de Lanhoso) também o era, não parecendo, por isso, de aceitar a hipótese levantada por alguns autores segundo a qual um grupo de cavaleiros castelhanos da Ordem de Calatrava se terá implantado em território português, concretamente em Évora, onde terá fundado uma casa

Quando se dá o Grande Cisma da Igreja, Avis alcança a independência religiosa.Se a vontade de a alcançar já existiria, o motivo, bem simples, foi então dado: Calatrava tinha aderido ao partido cismático.

A situação política nacional terá também influído no desenrolar dos acontecimentos, mas o grave problema do Cisma deu ao pontífice o motivo necessário para eximir Avis das visitas de Calatrava.

Créditos :Estudos sobre a Ordem de Aviz por Maria Cristina Almeida e Cunha ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/5965.pdf

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Acontecimentos no ano de 1462

  • Descoberta de novas ilhas em Cabo Verde

Em finais de 1461 ou inícios de 1462 em nova viagem, o descobridor Diogo Afonso teria avistado as ilhas da Brava, São Nicolau, Santa Luzia, Santo Antão, São Vicente e os ilhéus Raso e Branco. De acordo com as narrativas coevas, essas ilhas encontravam-se desertas, sem qualquer indício de presença humana, como referido por Cadamosto:

"…não se encontrando nelas senão pombos e aves de estranhas sortes, e grande pescaria de peixe." (Relação das Viagens à costa ocidental da África)

  • Doação das ilhas de Cabo Verde a D.Fernando
. Após a morte do Infante D. Henrique (1460), Afonso V de Portugal transferiu as ilhas para seu irmão, o Infante D. Fernando, então administrador da Ordem, por doação de 3 de Dezembro de 1460, "perpétua e irrevogavelmente", passando esta a receber o dízimo real e o religioso.

Pelos seus termos, o Infante passava a superintender na jurisdição civil e criminal, com reserva apenas nos casos de pena de morte e talhamento de membros, de alçada exclusiva da Coroa. Neste primeiro momento a doação abrangeu apenas as cinco primeiras ilhas e, dois anos mais tarde, em 19 de Setembro de 1462, a totalidade do arquipélago.

Anos mais tarde, por carta em resposta a seu irmão, o soberano reportou que "...havia quatro anos que começara a povoar a ilha de Santiago (...) que, por ser tão alongada de nossos reinos, a gente não quer a ela ir viver, senão com muitas liberdades e franquezas." (Carta de D. Afonso V ao Duque de Viseu, 12 de Junho de 1466.)

A sua colonização iniciou-se, portanto, ainda em 1462, pela ilha de Santiago, em sua parte sul, na Ribeira Grande. Foi empregado o sistema de capitania, com mão-de-obra escrava oriunda da vizinha costa da Guiné, para a cultura de cana-de-açúcar, algodão e árvores frutíferas.

A ilha de Santiago foi dividida em duas circunscrições, sendo uma delas a Capitania do Sul, com sede na Ribeira Grande, doada a António da Noli. A outra foi doada a Diogo Gomes. Para colonizar o seu lote, Noli trouxe colonos do Alentejo e do Algarve.

  • Expedição de Pedro Sntra a Serra Leoa e Guiné

Os portugueses chegaram a Serra Leoa em 1462, numa expedição comandada por Pedro Sintra. As altas montanhas que avistaram sugeriram-lhes a imagem de "leões" daí o nome que atribuíram a este país. Desde o século XV a Serra Leoa era muito conhecida por ser uma terra de lançados, isto é, de portugueses que penetravam pelo interior de África, onde passavam a viver, adoptando os costumes locais. Esta é a razão porque neste país existem muitos naturais descendentes de portugueses.

Nesta expedição também Pedro Sintra descobriu a existência de ouro na Guiná

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1460

  • Contrato matrimonial de Carlos de Viana com a infanta D.Catarina
Este compromisso matrimonia da irmã do rei com seu primo, o príncipe de Navarra e Aragão, D. Carlos, filho de D. João II, rei de Aragão e de Navarra, e de sua mulher, a rainha D. Branca, filha de Carlos I II, rei de Navarra, casamento que se não realizou por ter falecido o príncipe.

A infanta ficou tão apaixonada por este facto que se recolheu ao convento de Santa Clara, entregando-se só a práticas religiosas. Ainda se tentou um segundo casamento com Eduardo IV, rei de Inglaterra, mas ao tempo em que se tratavam as negociações, adoeceu gravemente a infanta, e faleceu. a 29 de Julho de 1463

D. Catarina era senhora muito erudita em ciências, tendo perfeito conhecimento das línguas latina e grega.

  • Doação ao infante D.Fernando dos arquipélagos da Madeira,Açores e Cabo Verde que foram do Infante D.Henrique
Quando D. Henrique faleceu, a 13 de Novembro de 1460, D. Afonso V confirmou a passagem de grande parte do património henriquino para seu irmão, especialmente o ducado de Viseu e o senhorio das ilhas, bem como o monopólio das saboarias.

Mais tarde, no verão de 1461, e a contra-gosto, o rei autorizou que D. Fernando acumulasse ainda o governo da Ordem de Cristo. O monarca conservou nas mãos da Coroa todas as terras algarvias que haviam sido concedidas a D. Henrique a título vitalício, bem como o exclusivo da navegação a sul do Bojador, pelo que os Descobrimentos passaram a estar sob a égide da Coroa.

Nos anos 60 do século XV, D. Fernando governou as ilhas atlânticas.

O seu interesse focou-se principalmente na ilha da Madeira, onde estava em crescimento rápido a produção do açúcar e a sua exportação para vários mercados do Atlântico Norte e do Mediterrâneo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1459


  • Mapa mundo de Frei Mauro

Pensa-se que um aventureiro veneziano Niccolà Da Conti, obteve um mapa junto dos chineses e o deu a Frei Mauro, cartógrafo que elaborou o célebre mapa-mundi de 1459,
tido como fantasioso. Mauro trabalhava para Portugal desde o tempo do rei D Pedro II, irmão do infante dom Henrique, fundador da Escola de Sagres.

Fra Mauro executou, de 1457 a 1459, esse belíssimo mapa-mundi, que ainda se pode observar no mosteiro de São Miguel de Murano, perto de Veneza.

Cartografou a totalidade do velho mundo, com notável precisão, incluindo comentários que reflectiam o conhecimento geográfico da época.

O seu mapa é um dos primeiros a representar o longínquo Japão.

Fra Mauro criou este mapa com o seu assistente Andrea Bianco, navegador-cartógrafo, no seio de uma comissão nomeada por D. Afonso V. A execução do mapa terminou a 24 de Abril 1459, sendo enviado para Portugal, mas perdeu-se.

Uma carta do legislador de Veneza acompanhava o mapa, dirigida ao Infante D. Henrique, Essa carta encorajava o príncipe a continuar o financiamento de viagens de exploração.

Fra Mauro morreu no ano seguinte, enquanto fazia uma cópia do mapa para o senhor de Veneza, sendo essa cópia terminada por Andrea Bianco e que hoje está na Biblioteca Marciana (Veneza).

Uma outra carta náutica sua (um portulano) está na Biblioteca do Vaticano, e outra numa colecção particular.


  • As cortes de Lisboa
Os custos da campanha de Alcácer Ceguer, pesavam no erário público, que levaram D.Afonso a reunir cortes de novo em Lisboa. Os procuradores populares levantaram a voz contra as despesas excessivas da Cortes, apontando igualmente para o abusivo número de tenças concedidas pelo rei, revelando que desejavam uma reforma no serviços prestados no arquivo real e para que a Coroa não consentisse na requisição dos lavradores, para ofício de guerra ou que os filhos daqueles fossem tomados para serviço dos fidalgos, soluções que evitariam o despovoamento das terras, que tanto se faziam sentir.

Foram cortes sem consenso entre as reivindicações populares e a necessidade de fundos da coroa que levaram à convocação de novas cortes agora marcadas para Évora para o ano seguinte.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fundação do convento de NS da Conceição em Beja



O Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição foi fundado na segunda metade do século XV pelos Infantes D. Fernando, primeiro duque de Beja, e sua mulher, D. Beatriz, pais da rainha D. Leonor e do futuro rei D. Manuel I.

Construído a partir de um pequeno retiro de freiras contíguo ao palácio dos Infantes, o Convento de Conceição pertencia à ordem de Santa Clara e encontrava-se sob jurisdição franciscana.

Do seu aspecto geral ainda hoje subsistem algumas influências do tardo-gótico em Portugal, nomeadamente o portal gótico flamejante da igreja, as janelas de duplo arco tipicamente mudejar e a platibanda rendilhada, que revelam uma importante transição para o Manuelino.

Do espaço primitivo fazem parte a Igreja, o Claustro e a Sala do Capítulo.

Entra-se pela Igreja a partir do Côro Baixo, no qual se salienta um pequeno túmulo, de estilo gótico-flamejante, da primeira abadessa do Convento, D. Uganda.

A Igreja, de uma só nave, encontra-se revestida de talha dourada dos séculos XVII e XVIII.

A arquitectura do exterior reflecte toda a sobriedade dos monumentos religiosos, deslumbrantemente rematada com platibandas rendilhadas, onde se destaca a graciosa torre sineira.

De portal manuelino, possui um vestíbulo que dá acesso à Igreja, revestida de talha dourada; à esquerda, um portal gótico dá acesso directo da rua para o interior. Dos quatro altares que possui, três são em talha (dois do século XVII e um do século XVIII) e o último, dedicado a São João Baptista, é revestido com mosaico florentino.

O núcleo inicial do convento mantém-se, estendendo-se para o lado direito da Igreja as várias salas que o compunham, assim como o claustro.

Este convento também ficou conhecido por uma das suas antigas religiosas, Mariana Alcoforado, que no século XVII, escreveu as famosas "Lettres Portugaises" ao cavaleiro francês Marquês de Chamilly, por quem estava perdidamente apaixonada.

Ainda é possível ver a Janela de Mértola. através da qual esta religiosa via o seu amado.

e que evoca a triste e romântica paixão desta freira, cuja história inspirou poetas e pintores de todo o mundo.

No Convento, funciona actualmente o Museu Regional Rainha Dona Leonor.