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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1460

  • Contrato matrimonial de Carlos de Viana com a infanta D.Catarina
Este compromisso matrimonia da irmã do rei com seu primo, o príncipe de Navarra e Aragão, D. Carlos, filho de D. João II, rei de Aragão e de Navarra, e de sua mulher, a rainha D. Branca, filha de Carlos I II, rei de Navarra, casamento que se não realizou por ter falecido o príncipe.

A infanta ficou tão apaixonada por este facto que se recolheu ao convento de Santa Clara, entregando-se só a práticas religiosas. Ainda se tentou um segundo casamento com Eduardo IV, rei de Inglaterra, mas ao tempo em que se tratavam as negociações, adoeceu gravemente a infanta, e faleceu. a 29 de Julho de 1463

D. Catarina era senhora muito erudita em ciências, tendo perfeito conhecimento das línguas latina e grega.

  • Doação ao infante D.Fernando dos arquipélagos da Madeira,Açores e Cabo Verde que foram do Infante D.Henrique
Quando D. Henrique faleceu, a 13 de Novembro de 1460, D. Afonso V confirmou a passagem de grande parte do património henriquino para seu irmão, especialmente o ducado de Viseu e o senhorio das ilhas, bem como o monopólio das saboarias.

Mais tarde, no verão de 1461, e a contra-gosto, o rei autorizou que D. Fernando acumulasse ainda o governo da Ordem de Cristo. O monarca conservou nas mãos da Coroa todas as terras algarvias que haviam sido concedidas a D. Henrique a título vitalício, bem como o exclusivo da navegação a sul do Bojador, pelo que os Descobrimentos passaram a estar sob a égide da Coroa.

Nos anos 60 do século XV, D. Fernando governou as ilhas atlânticas.

O seu interesse focou-se principalmente na ilha da Madeira, onde estava em crescimento rápido a produção do açúcar e a sua exportação para vários mercados do Atlântico Norte e do Mediterrâneo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1459


  • Mapa mundo de Frei Mauro

Pensa-se que um aventureiro veneziano Niccolà Da Conti, obteve um mapa junto dos chineses e o deu a Frei Mauro, cartógrafo que elaborou o célebre mapa-mundi de 1459,
tido como fantasioso. Mauro trabalhava para Portugal desde o tempo do rei D Pedro II, irmão do infante dom Henrique, fundador da Escola de Sagres.

Fra Mauro executou, de 1457 a 1459, esse belíssimo mapa-mundi, que ainda se pode observar no mosteiro de São Miguel de Murano, perto de Veneza.

Cartografou a totalidade do velho mundo, com notável precisão, incluindo comentários que reflectiam o conhecimento geográfico da época.

O seu mapa é um dos primeiros a representar o longínquo Japão.

Fra Mauro criou este mapa com o seu assistente Andrea Bianco, navegador-cartógrafo, no seio de uma comissão nomeada por D. Afonso V. A execução do mapa terminou a 24 de Abril 1459, sendo enviado para Portugal, mas perdeu-se.

Uma carta do legislador de Veneza acompanhava o mapa, dirigida ao Infante D. Henrique, Essa carta encorajava o príncipe a continuar o financiamento de viagens de exploração.

Fra Mauro morreu no ano seguinte, enquanto fazia uma cópia do mapa para o senhor de Veneza, sendo essa cópia terminada por Andrea Bianco e que hoje está na Biblioteca Marciana (Veneza).

Uma outra carta náutica sua (um portulano) está na Biblioteca do Vaticano, e outra numa colecção particular.


  • As cortes de Lisboa
Os custos da campanha de Alcácer Ceguer, pesavam no erário público, que levaram D.Afonso a reunir cortes de novo em Lisboa. Os procuradores populares levantaram a voz contra as despesas excessivas da Cortes, apontando igualmente para o abusivo número de tenças concedidas pelo rei, revelando que desejavam uma reforma no serviços prestados no arquivo real e para que a Coroa não consentisse na requisição dos lavradores, para ofício de guerra ou que os filhos daqueles fossem tomados para serviço dos fidalgos, soluções que evitariam o despovoamento das terras, que tanto se faziam sentir.

Foram cortes sem consenso entre as reivindicações populares e a necessidade de fundos da coroa que levaram à convocação de novas cortes agora marcadas para Évora para o ano seguinte.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fundação do convento de NS da Conceição em Beja



O Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição foi fundado na segunda metade do século XV pelos Infantes D. Fernando, primeiro duque de Beja, e sua mulher, D. Beatriz, pais da rainha D. Leonor e do futuro rei D. Manuel I.

Construído a partir de um pequeno retiro de freiras contíguo ao palácio dos Infantes, o Convento de Conceição pertencia à ordem de Santa Clara e encontrava-se sob jurisdição franciscana.

Do seu aspecto geral ainda hoje subsistem algumas influências do tardo-gótico em Portugal, nomeadamente o portal gótico flamejante da igreja, as janelas de duplo arco tipicamente mudejar e a platibanda rendilhada, que revelam uma importante transição para o Manuelino.

Do espaço primitivo fazem parte a Igreja, o Claustro e a Sala do Capítulo.

Entra-se pela Igreja a partir do Côro Baixo, no qual se salienta um pequeno túmulo, de estilo gótico-flamejante, da primeira abadessa do Convento, D. Uganda.

A Igreja, de uma só nave, encontra-se revestida de talha dourada dos séculos XVII e XVIII.

A arquitectura do exterior reflecte toda a sobriedade dos monumentos religiosos, deslumbrantemente rematada com platibandas rendilhadas, onde se destaca a graciosa torre sineira.

De portal manuelino, possui um vestíbulo que dá acesso à Igreja, revestida de talha dourada; à esquerda, um portal gótico dá acesso directo da rua para o interior. Dos quatro altares que possui, três são em talha (dois do século XVII e um do século XVIII) e o último, dedicado a São João Baptista, é revestido com mosaico florentino.

O núcleo inicial do convento mantém-se, estendendo-se para o lado direito da Igreja as várias salas que o compunham, assim como o claustro.

Este convento também ficou conhecido por uma das suas antigas religiosas, Mariana Alcoforado, que no século XVII, escreveu as famosas "Lettres Portugaises" ao cavaleiro francês Marquês de Chamilly, por quem estava perdidamente apaixonada.

Ainda é possível ver a Janela de Mértola. através da qual esta religiosa via o seu amado.

e que evoca a triste e romântica paixão desta freira, cuja história inspirou poetas e pintores de todo o mundo.

No Convento, funciona actualmente o Museu Regional Rainha Dona Leonor.