D.Afonso V-12º Rei de Portugal
Recomenda-se a leitura dos livros indicadas como fontes. As entradas neste blog, são pequenos apontamentos de estudo. São factos acontecidos no País neste reinado de 1438 a 1481.
quinta-feira, 30 de abril de 2020
A filiação de D.Fernando
Post de Amélia Marques
. Segundo a historiadora Fina D'Armada, na sua obra "D. Beatriz, a Mulher que liderou os Descobrimentos", D. Fernando, o que casou com D. Beatriz, não era filho de D. Duarte, mas de D. Henrique, que, como pertencente à Ordem de Cristo, não podia casar e, por isso, pediu ao irmão que adoptasse o filho. Este, por isso, era o mais rico de todos. Estando já prometido a D. Beatriz, apaixonou-se por outra senhora e tiveram de fugir. Deixou a amada em Génova, onde nasceu o Cristovão Colombo. Portanto este era primo de D. João II, o que explica que, quando ele voltou das Américas, passou por Portugal tendo longas reuniões com D. João II, o que inquietou os Reis Católicos.
quinta-feira, 14 de março de 2013
Acontecimentos no ano de 1481
- Bula Aeterni regis de Sisto IV
Em 1481 Sisto IV fez a Bula "Aeterni regis clementi" pela qual aprovou e confimou as bulas de Nicolau V e Calisto III pelas quais foram concedidas aos Reis de Portugal todas as ilhas e terra firme, assim descobertas como por descobrir desde o Cabo Bojador e Cabo Não por toda a Guiné até à Índia e a jurisdição espiritual delas à Ordem de Cristo.
O articulado disposto m Alcáçovas conheceu a legitimação internacional necessárias, bem como a imposição dos interesses e pretensões portugueses a nível europeu, principalmente com o exclusivo da navegação e trato nas "terras da Guiné". Estava aberto e salvaguardado o caminho para o sul e para outras paragens, mas estava também o "mar fechado" (em latim, mare clausum) a quantos o quisessem usurpar.
- Nascimento de Jorge de Lencastre
Jorge de Lancastre nasceu em Abrantes foi filho um bastardo do futuro Rei D.João II com D. Ana de Mendonça ele viria a ser duque de Coimbra e Grão-Almirante de Portugal, Mestre da Ordem de Santiago e 6º Administrador da Ordem de Avis.
- Morte de D.Afonso V
Desiludido e com sintomas de depressão, D. Afonso retira-se para o Convento de Varatojo em Torres-Vedras e abdica para o filho D.João. Tendo-se retirado da vida política, morre em 1481 aquando da sua chegada a Sintra. A descrição da sua morte é a de que pediu, e lhe deram, um copo de água, e morreu.
Independentemente da veracidade deste apontamento o que é facto é que todos os cronistas que se referem à morte do rei são unânimes em assinalar a tranquilidade com que a morte aconteceu, com a presença do filho, que se deslocara de Beja para estar presente nos últimos momentos de seu pai
Está sepultado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha.
Independentemente da veracidade deste apontamento o que é facto é que todos os cronistas que se referem à morte do rei são unânimes em assinalar a tranquilidade com que a morte aconteceu, com a presença do filho, que se deslocara de Beja para estar presente nos últimos momentos de seu pai
Está sepultado no Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha.
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46-Ano de 1481,
46.01-Bula “Aeter Regis Clementia” de Sisto IV,
46.02-Nascimento de Jorge de Lencastre,
46.99-Morte de D.Afonso V,
z-D.Jorge de Lencastre
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Acontecimentos no ano de 1478
- Cortes de Lisboa
Nestas cortes foi entregue a D.João a condução da guerra com Castela, concedendo-lhe poderes para nomear e exonerar capitães e executar medidas necessárias para a condução dessa guerra com Castela.
- Tratado de Alcáçovas
- Doações ao príncipe D.João
Em 19 Agosto volta a doar ao príncipe as fortalezas de Portalegre e Alegrete de novo com as jurisdição e rendas.
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43.01-Cortes de Lisboa,
43.03-Tratado de Alcaçovas,
43.04-Doações ao príncipe D.João
segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Regresso ao reino de D.Afonso V
No dia 14 de Novembro chega a Cascais o navio que trasportara D.Afonso V e oas seus acompanhantes desde Southampton, sendo no desembarque recebido por seu filho D,João que renuncia ao título real que por mandado se seu pai havia assumido na sua ausência, nas cortes de Santarém a 8 de Setembro
Para alguns não era vontade do Africano, retomar a coroa de Portugal, dizendo que lhe bastava a de Castela, pela qual se batia, pretendendo deixar o trono de Portugal, desde logo ao seu filho e herdeiro. Contudo acabaria por retomar a coroa de Portugal
Para alguns não era vontade do Africano, retomar a coroa de Portugal, dizendo que lhe bastava a de Castela, pela qual se batia, pretendendo deixar o trono de Portugal, desde logo ao seu filho e herdeiro. Contudo acabaria por retomar a coroa de Portugal
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42.04-Regresso ao reino de D.Afonso V
terça-feira, 3 de julho de 2012
Acontecimentos no ano de 1477-1ºparte
- Cortes de Montemor-o-Novo
a 28 de Abril no Mosteiro do Espinheiro, perto de Évora, D.João reúne o conselho real, para continuar a debater a enorme crise, da qual saí a decisão de enviar ao rei propostas para se fazerem pazes com Castela, bem como outras medidas para acabar com o despesismo
- Início do regresso a Portugal
Manteve-se em Paris esperando quer o regresso de Luís quer da embaixada que enviara ao papa Sísto IV, de quem esperava apoio as suas pretensões ao trono de Castela. As notícias não foram as melhores visto que ao papado interessava muito mais , apoiar os reis católicos, que as do rei de Portugal, que passava pela dispensa canónica para o seu casamento com D.Joana fundamental nas aspirações do rei, o que não foi concedido
A recusa que se seguiu de Luís XI em apoia-lo foi a última esperança colocando D.Afonso sob grande depressão ao mesmo tempo que se desloca e à sua comitiva para Ruão. preparando o retorno a Portugal
terça-feira, 5 de junho de 2012
Acontecimentos no ano de 1476
- Encontro em Tours com Luís XI
Os embaixadores portugueses Pêro Sousa e Álvaro Lopes já tinham partido para França na primavera deste ano com indicações de passarem antes pela Bretanha, que procuravam aliciar para uma futura aliança envolvendo igualmente a Inglaterra e a França. Atendendo à resposta positiva deste primeiro contacto, o rei D.Afonso nesta viagem a França passa igualmente pela Bretanha, confirmando aquela proposta.
O rei português é recebido em Tours a 15 de Novembro pelo rei Luís XI, ao fim duma longa reunião, cujo conteúdo não se conhecem certezas, fica a ideia que atendendo à complexidade das relações internacionais nessa época o apoio de Luís XI à pretensão de Afonso V à coroa de Castela ficaria condicionada à possibilidade do rei de Portugal servir de medianeiro junto de Carlos o Temerário o poderoso duque de Borgonha levando-o a aceitar as tréguas que o rei francês lhe propunha.
- Encontro com Carlos de Borgonha
Depois de ter sido recebido solenemente em Paris a 22 de Novembro, já nas vésperas de Natal o rei dirige-se para a Lorena, para se encontrar com o duque Carlos, com quem se encontra a 29 de Dezembro.
Na realidade a importância de Carlos o Temerário, desde o fim da guerra dos 100 no ano anterior era já mínima pois deixara-o muito isolado o que pode levar à conclusão que Luís XI exagerara a sua importância junto de Afonso V,como forma de iludir o seu pedido de apoio ao trono de Castela.
A derrota de Carlos o Temerário a 5 Janeiro do ano seguinte foi o início da sua decadência sendo a Borgonha integrada no reino francês depois disso , retirando-se o duque para contemplação religiosa no seu castelo
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41.02-Encontro em Tours com Luís XI,
41.03-Encontro com Carlos de Borgonha,
Viagem a França
quinta-feira, 5 de abril de 2012
A batalha do Toro
A batalha de Toro deu-se em 1 de Março de 1476 entre tropas portuguesas e castelhanas.
O soberano português fora a campo defender os direitos de sua sobrinha, Joana, a Beltraneja.
Na batalha distinguiram-se o príncipe D. João, que viria a reinar como João II de Portugal, Gonçalo Pires e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiada bandeira portuguesa.
A luta feriu-se entre as tropas castelhanas, reforçadas por quatro grandes divisões, e as tropas portuguesas, reforçadas pelas do arcebispo de Toledo, do conde de Monsanto, do duque de Guimarães e do conde de Vila Real.
Em desvantagem numérica, as tropas portuguesas mergulharam em desordem, abandonando o pavilhão real. Na luta que se seguiu pela sua posse, Duarte de Almeida, num esforço denodado, cercado pelo inimigo, ergueu uma vez mais o pavilhão, defendendo-o com heróica bravura. Uma cutilada cortou-lhe a mão direita; indiferente à dor, o alferes-mor empunhou com a esquerda o estandarte; decepam-lhe essa mão também; desesperado, toma o estandarte nos dentes, e resiste até cair moribundo.
Os castelhanos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires, conseguiu recuperá-la. Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos.
A última fase da batalha - normalmente omitida pela historiografia espanhola - registou-se quando as forças de D. João se reorganizaram e voltaram a investir sobre as forças de Fernando de Aragão.
O contra-ataque português desbaratou as forças castelhanas, assenhoreando-se do campo de batalha. Enquanto isso, os castelhanos recuaram para a protecção das muralhas de Zamora.
Conforme era normal pelas regras da guerra à época, permaneceu no campo de batalha desde o dia 2 até ao dia 5 de Março, como sinal inequívoco da vitória.
Na realidade, o resultado da batalha foi inconclusivo.
Do ponto de vista estratégico, a batalha de Toro marcou o momento em que se tornou claro que Portugal não tinha forças e nem apoios suficientes para garantir os direitos da princesa Joana à coroa de Castela, assegurando a união das duas coroas sob a égide de um monarca português.
D.Afonso V permanecera porém em Toro, palejando em acções dispersas mas acabou desenganado pelo êxito do seu projecto de união ibérica, restando-lhe a possibilidade diplomática atendendo ao facto de pensar no apoio incondicional de Luis XI de França
Duarte de Almeida sobreviveu, sendo conduzido semimorto para o acampamento castelhano, onde recebeu os primeiros curativos, sendo depois enviado para um hospital de Castela.
Ao fim de muitos meses retornou à pátria, indo viver no Castelo de Vilharigues, que herdara de seu pai. Era casado com D. Maria de Azevedo, filha do senhor da Lousã, Rodrigo Afonso Valente, e de sua esposa, D. Leonor de Azevedo.
Afirma-se que Duarte de Almeida faleceu na miséria e quase esquecido, apesar da valentia e bravura com que se houve na batalha de Toro, e que lhe custou ficar inutilizado pela falta de ambas as mãos. Camilo Castelo Branco, porém, nas Noites de insónia, afirma que o Decepado não acabara tão pobre como se dizia, porque além do Castelo de Vilharigues, seu pai possuía outro na Quinta da Cavalaria, e enquanto esteve na guerra, a sua esposa havia herdado boa fortuna duma sua tia, D. Inês Gomes de Avelar.
D. Afonso V, um ano antes da batalha, estando em Samora, lhe fizera mercê, pelos seus grandes serviços, para ele e seus filhos, de um reguengo no concelho de Lafões.
O soberano português fora a campo defender os direitos de sua sobrinha, Joana, a Beltraneja.
Na batalha distinguiram-se o príncipe D. João, que viria a reinar como João II de Portugal, Gonçalo Pires e Duarte de Almeida, o alferes-mor do rei, a quem estava confiada bandeira portuguesa.
A luta feriu-se entre as tropas castelhanas, reforçadas por quatro grandes divisões, e as tropas portuguesas, reforçadas pelas do arcebispo de Toledo, do conde de Monsanto, do duque de Guimarães e do conde de Vila Real.
Em desvantagem numérica, as tropas portuguesas mergulharam em desordem, abandonando o pavilhão real. Na luta que se seguiu pela sua posse, Duarte de Almeida, num esforço denodado, cercado pelo inimigo, ergueu uma vez mais o pavilhão, defendendo-o com heróica bravura. Uma cutilada cortou-lhe a mão direita; indiferente à dor, o alferes-mor empunhou com a esquerda o estandarte; decepam-lhe essa mão também; desesperado, toma o estandarte nos dentes, e resiste até cair moribundo.
Os castelhanos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires, conseguiu recuperá-la. Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos.
A última fase da batalha - normalmente omitida pela historiografia espanhola - registou-se quando as forças de D. João se reorganizaram e voltaram a investir sobre as forças de Fernando de Aragão.
O contra-ataque português desbaratou as forças castelhanas, assenhoreando-se do campo de batalha. Enquanto isso, os castelhanos recuaram para a protecção das muralhas de Zamora.
Conforme era normal pelas regras da guerra à época, permaneceu no campo de batalha desde o dia 2 até ao dia 5 de Março, como sinal inequívoco da vitória.
Na realidade, o resultado da batalha foi inconclusivo.
Do ponto de vista estratégico, a batalha de Toro marcou o momento em que se tornou claro que Portugal não tinha forças e nem apoios suficientes para garantir os direitos da princesa Joana à coroa de Castela, assegurando a união das duas coroas sob a égide de um monarca português.
D.Afonso V permanecera porém em Toro, palejando em acções dispersas mas acabou desenganado pelo êxito do seu projecto de união ibérica, restando-lhe a possibilidade diplomática atendendo ao facto de pensar no apoio incondicional de Luis XI de França
Duarte de Almeida sobreviveu, sendo conduzido semimorto para o acampamento castelhano, onde recebeu os primeiros curativos, sendo depois enviado para um hospital de Castela.
Ao fim de muitos meses retornou à pátria, indo viver no Castelo de Vilharigues, que herdara de seu pai. Era casado com D. Maria de Azevedo, filha do senhor da Lousã, Rodrigo Afonso Valente, e de sua esposa, D. Leonor de Azevedo.
Afirma-se que Duarte de Almeida faleceu na miséria e quase esquecido, apesar da valentia e bravura com que se houve na batalha de Toro, e que lhe custou ficar inutilizado pela falta de ambas as mãos. Camilo Castelo Branco, porém, nas Noites de insónia, afirma que o Decepado não acabara tão pobre como se dizia, porque além do Castelo de Vilharigues, seu pai possuía outro na Quinta da Cavalaria, e enquanto esteve na guerra, a sua esposa havia herdado boa fortuna duma sua tia, D. Inês Gomes de Avelar.
D. Afonso V, um ano antes da batalha, estando em Samora, lhe fizera mercê, pelos seus grandes serviços, para ele e seus filhos, de um reguengo no concelho de Lafões.
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41.01-A batalha do Toro,
z-Duarte de Almeida
quinta-feira, 8 de março de 2012
Acontecimentos no ano de 1475
- Casamento com D.Joana
A pseudo impotência de Henrique II, veio a gerar um conflito pela sucessão, quando da sua morte em 12 de Dezembro de 1474, formando-se dois partidos , um em torno da jovem Joana, outro em torno de Isabel.
Esta, dois dias depois da morte do pai, proclama-se rainha de Castela o que veio a provocar uma reacção imediata do nosso Rei, em defesa dos direitos da sobrinha, com quem se casa e Plasência no dia 30 de Maio de 1475, tendo a noiva apenas 12 anos.
- D.Afonso assume a coroa de Castela
Na sequência do seu casamento com a sobrinha, D.Afonso V, toma a 27 de Maio o título de rei de Portugal e de Castela, que manda inscrever nos seus documentos, selos e moedas, garantindo contudo a seu filho D.João e ao seu neto Afonso a continuidade da sucessão ao trono de Portugal.
Não fica portanto claro que com esta situação, se possa falar em união ibérica, dado ser pressuposto que D.Afonso V abdicaria do trono em favor do príncipe herdeiro, quando assumisse o trono de Castela.
Atendendo também ao facto de alguma nobreza castelhana o apoiar bem como o próprio rei de França Luís XI, D.Afonso decide levantar exército que reuniu em Arronches , entrando no país vizinho para impor pela armas os direitos da sobrinha-mulher.
Ao mesmo tempo contava com o apoio de Luís XI, para apoio militar e igualmente diplomático, pelo menos junto da Santa Sé, no sentido de conseguir a dispensa de laços de parentesco necessário em relação ao seu recente casamento.
- Morte de D.Joana, viúva de Henrique IV
Como disse D.Joana mãe, em consequência do referido repúdio voltara para Portugal, recolhera-se ao Convento de São Francisco, onde viria a falecer apenas com 36 anos havendo fortes suspeitas de ter sido envenenada.
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40-Ano de 1475,
40.01-Casamento com a sobrinha D.Joana,
40.02-D.Afonso assume a coroa de Castela,
40.03-Morte de D.Joana viúva de Henrique IV,
z-D.Joana a Beltraneja
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Acontecimentos no ano de 1472
- Regresso a Portugal das ossadas de D,Fernando
O Infante D.Fernando que fora preso na sequência duma tentativa falhada, em 1437, de tomada de Tânger aos muçulmanos e que arrastara a exigência para o seu resgate da entrega por parte de Portugal da praça de Ceuta, que nunca foi concedida.
D.Fernando morreu 6 anos mais tarde em Fez, para onde fora transferido. A 17 de Junho, as sua ossadas chegaram finalmente a Lisboa e depois levadas para o mosteiro da Batalha onde foram colocadas no panteão de Avis.
A chegada dessa ossadas vieram na sequência da expedição a Arzila, pois os portugueses tinham aprisionado a família de Muley Xeque e em vez de receber ouro como resgate o rei de Portugal exigiu os restos mortais de D.Fernando
D.Fernando morreu 6 anos mais tarde em Fez, para onde fora transferido. A 17 de Junho, as sua ossadas chegaram finalmente a Lisboa e depois levadas para o mosteiro da Batalha onde foram colocadas no panteão de Avis.
A chegada dessa ossadas vieram na sequência da expedição a Arzila, pois os portugueses tinham aprisionado a família de Muley Xeque e em vez de receber ouro como resgate o rei de Portugal exigiu os restos mortais de D.Fernando
- Encontro dos Reis de Portugal com Henrique IV de Castela
As expedições em África prendiam a atenção à coroa portuguesa de tal modo que só depois do triunfo em Arzila foi possível concretizar um encontro entre D.Afonso VI e Henrique IV de Castela, que se realizou entre Elvas e Badajoz, para acordarem pormenores duma proposta que vinham sendo apresentada por Castela propondo o casamento de D.Joana na altura com 11 ano com o nosso rei. Mau grado o apertado grau familiar existente entre ambos, pois a princesa Joana conhecida como a Beltraneja, era recorde-se sobrinha de D.Afonso V, já que que sua mãe igualmente Joana, era irmã do nosso Rei.
O rei de Portugal adiou a resposta a essa proposta
O rei de Portugal adiou a resposta a essa proposta
- Fernando PÓ descobre a ilhas a que foi dada o seu nome
A ilha Bioko é a principal ilha da Guine Equatorial, situada no golfo da Guiné e perto de S.Tomé e Príncipe, outrora conhecida como ilha Fernando Pó, devido ao facto do seu descobridor em 1472 ser um navegador português com esse nome.
A ilha deixou de ser território português em 1778, quando na sequência do tratado do Pardo, serem entregues à Espanha por troca com o que é hoje o Estado do Rio Grande do Sul no Brasil.
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37.02-Fernando PÓ descobre a ilhas a que foi dada o seu nome,
37.03-Encontro dos reis de Portugal com Henrique IV de Castela,
37.04-Regresso a Portugal das ossadas de D,
Fernando
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
Acontecimentos no ano de 1451
- Doação pelo infante D.Henrique a Gonçalves Zarco da parte ocidental da ilha da Madeira
Eu, o Infante Dom Henrique, (...) faço saber a quantos esta minha carta virem e o conhecimento dela pertencer que eu dou cargo a João Gonçalves Zarco, cavaleiro da minha casa, da minha ilha da Madeira da terra desde o Caniço dez passos se vai pelo ribeiro acima e daí atravessa a serra até a ponta de Tristão, que ele dito João Gonçalves a mantenha por mim com justiça e direito e morrendo ele por mim praz que seu filho primeiro ou segundo, se tal for, tenha cargo pela guisa acima dita assim (...) de descendentes por linha direita e sendo em tal idade o dito seu filho que a não possa reger Eu e os meus herdeiros poremos aí quem a reja e até que ele seja em idade para a reger.
Item me apraz que ele tenha em esta ilha a jurisdição por mim. E em meu nome do cível e crime ressalvando morte ou talhamento de membro que isto venha perante mim, porém sem embargo da dita jurisdição a mim apraz que todos meus mandados e correição sejam aí cumpridos assim como em cousa própria minha. Outrossim me apraz que o dito João Gonçalves haja para si todos os moinhos de pão que houver na dita ilha.
Outrossim me apraz que tudo o que Eu houver de renda na dita ilha que ele haja, de dez, um, e o que Eu hei-de haver na dita ilha e é contado no foral que para isto mandei fazer por esta guisa me apraz que haja esta renda seu filho ou outro descendente por linha direita que o dito cargo tiver.
Item me apraz que ele possa dar suas cartas a terra desta parte fora do foral a quem lhe aprouver, com tal condição que aquele a quem derem a dita terra a aproveite até cinco anos e não a aproveitando que a possa dar a outrem e depois que aproveitada for e a deixar por aproveitar até outros cinco anos que isso mesmo a possa dar. (...)
E por esta presente encomendo e rogo a todos os meus herdeiros e sucessores, que depois de mim vierem, hajam por firme esta minha carta e a cumpram e façam cumprir e guardar em tudo e por assim e pela guisa que nela é contido, porque Eu fiz esta mercê do dito João Gonçalves por ele ser o primeiro que, por meu mandado a dita ilha povoou e por outros muitos serviços que me fez.
Carta de doação da capitania da ilha da Madeira (parte ocidental)"
- Nascimento de D.João primogénito
O Infante João, Príncipe de Portugal nasceu a 29 de Janeiro foi o primeiro filho do rei D. Afonso V e da sua primeira mulher, a rainha D. Isabel.
Foi jurado príncipe herdeiro da Coroa de Portugal mas faleceu pouco depois da nascença, pelo que o título de Príncipe de Portugal passou novamente para o Infante Fernando Duque de Viseu, seu tio.
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16.00-Nascimento de D.João primogénito,
16.03-Doação pelo infante D.Henrique a Gonçalves Zarco da parte ocidental da ilha da Madeira,
z-Gonçalves Zarco
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Acontecimentos no ano de 1466
- Expedição às Canárias
Com este ponto de apoio e novos reforços em gente e viveres da caravela de Pedro Feio, melhor se estabeleceu Diogo da Silva para impor-se aos naturais, mas estes recuavam para as montanhas escarpadas, cobertas de arvoredo, onde temerário seria persegui-los.
Os castelhanos entabularam negociações para o resgate do forte e a restituição se efectuou em bom acordo,ficando ajustado o casamento de Diogo da Silva com D. Maria Ayala, filha de Diogo Herrera que a dotou com um terço das rendas de Lançarote e Forte Ventura.
Fonte:Fasquias da Madeira
- Morte de D.Pedro rei de Aragão
Posteriormente foi aclamado Rei da Coroa de Aragão (que incluía o Reino de Aragão, o Condado da Catalunha, de onde foi Vice-rei e o Reino de Valença), como sucessor de Henrique IV de Castela, com a designação de Pedro V de Aragão, Pedro IV da Catalunha, Pedro III de Valência.
Depois de vários reveses militares, D. Pedro acaba por morrer de doença (alguns historiadores afirmam que morreu envenenado) em 1465, na localidade de Granollers, estando sepultado na Catedral de Santa Maria del Mar em Barcelona. O seu mote era Paine pour joie.
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30.02-Morte de D.Pedro rei de Aragão,
30.03-Expedição às Canárias,
z-D.Pedro,
z-Diogo da Silva
sábado, 12 de novembro de 2011
Morte de D.Afonso filho natural de D.João I e primeiro duque de Bragança
D. Afonso de Portugal, depois D. Afonso I de Bragança nascera em Veiros - Estremoz, a 10 de Agosto de 1377 e que viria a morrer em Chaves, 15 de Dezembro de 1461,foi o 8º conde de Barcelos, 2º conde de Neiva e o 1º Duque de Bragança.
Supõe-se ter nascido em Veiros, no Alentejo, como filho natural do Rei D. João I e de Inês Pires. que fiziam as crónicas Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos», se perdera (o rei), em Veiros, pela filha de Berbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai
Supõe-se ter nascido em Veiros, no Alentejo, como filho natural do Rei D. João I e de Inês Pires. que fiziam as crónicas Nas suas cavalarias alentejanas, à volta de alguma montaria aos lobos ou aos castelhanos», se perdera (o rei), em Veiros, pela filha de Berbadão, Inês Pires Esteves, que amara, seduzira, trouxera para o convento de Santos, e de quem houvera um filho, Conde de Barcelos, depois Duque de Bragança, nascido aos 20 anos do pai
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Testamento do infante D.Henrique
- Testamento do infante D.Henrique
Frágil, inicia a redacção do seu II Testamento, distinto do primeiro, fazendo seu herdeiro universal D. Afonso V, talvez por exigência deste mesmo. Lega a terça a várias entidades e pede ao rei seu sobrinho que se não esqueça de beneficiar seu irmão D. Fernando que fora, desde 1436, seu herdeiro universal de quanto detinha, mas não, de facto, de quanto viesse a deter. Em quatro anos, efectivamente, o duque de Beja vem a receber tudo quanto D. Henrique legara à Coroa, mas o rei e ele têm de encarregar-se de solver o pesado montante de inúmeras dívidas deixadas por D. Henrique.
Fonte: Portal da História
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Nascimento de D.Leonor Lencastre
- Nascimento de D.Leonor Lencastre
Filha de D.Fernando filho segundo do rei D.Duarte e irmão de D.Afonso V e neto de D.João I e de D.Filipa de Lencastre e de D.Beatriz filha do infante D.João sétimo filho de D.João I, portanto primos.
Pela sua vida exemplar, pela prática constante da misericórdia, e mais virtudes cristãs, alcançou de alguns historiadores o epíteto de Princesa Perfeitíssima, inspirado no cognome do rei seu marido, a cuja altura sempre se soube manter para o juizo da História.
A rainha D. Leonor de Aviz é também a terceira e última rainha consorte de Portugal nascida em Portugal, tendo a primeira sido D. Leonor Teles e a segunda a sua tia, e sogra, D. Isabel de Aviz, mulher de D. Afonso V.
Com o seu casamento acaba o Século de Oiro Português, caracterizado por casamentos endogâmicos continuados entre os descendentes da Ínclita Geração, entre a prole de D. João I e da sua rainha D. Filipa de Lancastre.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Casamento do infante D.João filho de D.Pedro com Carlota filha do rei de Chipre
O Infante D. João de Coimbra , também conhecido simplesmente por João de Coimbra ou João de Portugal, era o segundo filho varão do infante D. Pedro, Duque de Coimbra, e de Isabel de Urgel.
Tomou parte na batalha de Alfarrobeira onde o exército de seu pai foi derrotado pelo exército real português. Foi feito prisioneiro, estando destinado a ser executado. Contudo, devido à intervenção de sua tia, foi exilado, juntamente com sua irmã Beatriz de Coimbra, para o Borgonha onde a sua tia, Isabel de Portugal, casada com o duque Filipe III, o Bom, os recebeu e protegeu.
Aí, casou com Carlota de Lusignan, Princesa de Chipre, tornando-se então Príncipe (titular) de Antioquia, sendo regente do Reino de Chipre, mas acabou por morrer envenenado.
Foi sepultado em Nicosia tendo o túmulo o seu Brasão de Armas.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Acontecimentos no ano de 1439
- Março.24-Morte da infanta D.Filipa, irmão do rei apenas com 9 anos, atacada de peste
- Confirmação de doações ao infante D.Henrique
A 7 de Julho deste mesmo ano é concedido ao infante licença para povoar as ilhas dos Açores onde ele já mandara povoar ovelhas
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Construção do Castelo de Arguim por Soeiro Gomes
O Atlântico conheceu, já em 1445, a primeira feitoria portuguesa na África,
conforme cita o historiador Charles Boxer: “Durante alguns anos os portugueses
limitaram-se a conduzir os ataques ou a realizar um comércio pacífico de escravos a partir dos barcos que navegavam pela costa,rumo sul, ancorando em angras ou estuários favoráveis.
Essa utilização do navio como base flutuante manteve-se sempre em voga, mas foi
complementada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais em terra. A primeira dessas feitorias foi estabelecida em Arguim (ao sul do Cabo Branco) por volta de 1445,numa tentativa de controlar o comércio transsariano do Sudão Ocidental.
Dez anos mais tarde, ali se construiu uma fortaleza, onde os portugueses trocavam cavalos, tecidos, objetos de latão e trigo por ouro em pó, escravos e marfim.”
Nos ancoradouros habituais construíam-se feitorias. As riquezas ali acumulada demandavam
a construção de fortalezas. E, como na Europa, em torno das maiores fortalezas,nasciam as cidades.
A área em torno de Arguim era habitada por mouros e negros islamizados, os mauros, sendo então uma zona importante de pesca, como aliás ainda é, e uma região atractiva para o comércio.
Da parte portuguesa esperava-se interceptar o tráfego de ouro que as caravanas transportavam de Tombuctu para o norte de África. Contudo, foi o comércio de escravos o que mais prosperou: Portugal recebia de Arguim, por volta de 1455, cerca de 800 escravos por ano, na sua maioria jovens negros aprisionados em razias conduzidas no interior do continente pelos líderes tribais da região costeira vizinha.
Em segundo plano estava o importante comércio da goma-arábica, produto que a região produzia em quantidade e com qualidade superior, adquirido em Arguim a preço muito atractivo.
O território conquistado em Arguim passou então a assumir-se como um centro de comércio, estabelecendo ligações comerciais com os portos de Meça, Mogador e Safim, no actual Marrocos. Destes lugares provinham os tecidos, o trigo e outros produtos que na feitoria de Arguim eram trocados por ouro e escravos, transportados a partir do interior pela rota de Tombuctu até Hoden.
A criação desta feitoria marcou um ponto de viragem na expansão portuguesa, assinalando o início da política de construção de feitorias dotadas de uma guarnição militar capaz de as defender contras ataques dos povos da região.
conforme cita o historiador Charles Boxer: “Durante alguns anos os portugueses
limitaram-se a conduzir os ataques ou a realizar um comércio pacífico de escravos a partir dos barcos que navegavam pela costa,rumo sul, ancorando em angras ou estuários favoráveis.
Essa utilização do navio como base flutuante manteve-se sempre em voga, mas foi
complementada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais em terra. A primeira dessas feitorias foi estabelecida em Arguim (ao sul do Cabo Branco) por volta de 1445,numa tentativa de controlar o comércio transsariano do Sudão Ocidental.
Dez anos mais tarde, ali se construiu uma fortaleza, onde os portugueses trocavam cavalos, tecidos, objetos de latão e trigo por ouro em pó, escravos e marfim.”
Nos ancoradouros habituais construíam-se feitorias. As riquezas ali acumulada demandavam
a construção de fortalezas. E, como na Europa, em torno das maiores fortalezas,nasciam as cidades.
A área em torno de Arguim era habitada por mouros e negros islamizados, os mauros, sendo então uma zona importante de pesca, como aliás ainda é, e uma região atractiva para o comércio.
Da parte portuguesa esperava-se interceptar o tráfego de ouro que as caravanas transportavam de Tombuctu para o norte de África. Contudo, foi o comércio de escravos o que mais prosperou: Portugal recebia de Arguim, por volta de 1455, cerca de 800 escravos por ano, na sua maioria jovens negros aprisionados em razias conduzidas no interior do continente pelos líderes tribais da região costeira vizinha.
Em segundo plano estava o importante comércio da goma-arábica, produto que a região produzia em quantidade e com qualidade superior, adquirido em Arguim a preço muito atractivo.
O território conquistado em Arguim passou então a assumir-se como um centro de comércio, estabelecendo ligações comerciais com os portos de Meça, Mogador e Safim, no actual Marrocos. Destes lugares provinham os tecidos, o trigo e outros produtos que na feitoria de Arguim eram trocados por ouro e escravos, transportados a partir do interior pela rota de Tombuctu até Hoden.
A criação desta feitoria marcou um ponto de viragem na expansão portuguesa, assinalando o início da política de construção de feitorias dotadas de uma guarnição militar capaz de as defender contras ataques dos povos da região.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Casamento de D.Fernando com D.Beatriz
D. Fernando, 5º filho de D.Duarte e irmão do rei, nasceu em Almeirim, a 17 de Novembro de 1433. Foi 2 ° duque de Viseu e 1 ° duque de Beja, e herdeiro de seu tio, o infante D. Henrique, como 9 ° mestre da Ordem de Cristo e responsável pelos Descobrimentos.
Casou em Alcaçovas em Maio 1447 com sua prima co-irmã D. Beatriz , filha do infante D. João e de D. Isabel, filha de D. Afonso, 8 ° conde de Barcelos.
Do casamento de D. Fernando e D. Beatriz viriam a nascer, entre outros filhos, D. Leonor, que pelo seu casamento com D. João II foi rainha de Portugal e D. Manuel I, que recebeu o trono do primo germano e cunhado.
Seriam pais do futuro rei D.Manuel I
Casou em Alcaçovas em Maio 1447 com sua prima co-irmã D. Beatriz , filha do infante D. João e de D. Isabel, filha de D. Afonso, 8 ° conde de Barcelos.
Do casamento de D. Fernando e D. Beatriz viriam a nascer, entre outros filhos, D. Leonor, que pelo seu casamento com D. João II foi rainha de Portugal e D. Manuel I, que recebeu o trono do primo germano e cunhado.
Seriam pais do futuro rei D.Manuel I
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10.05-Casamento de D.Fernando com D.Beatriz
terça-feira, 21 de junho de 2011
Acontecimentos no ano de 1445
- Morte de D.Fernando de Noronha governador de Ceuta
Por morte de D.Fernando de Noronha 2ºconde de Vila Real, foi eleito governador de Ceuta António Pacheco
D.Fernando era filho de Afonso, conde de Gijón e Noronha (filho natural de Henrique II de Castela) e da infanta Isabel de Portugal (filha natural de Fernando I de Portugal). O casamento destes dois bastardos reais ibéricos gerou o ramo familiar dos Noronha.
Após a morte de D. Afonso, a infanta D. Isabel regressou a Portugal com seus filhos, sendo acolhida na corte de seu tio, o rei D. João I. D. Fernando tornou-se fidalgo da casa do príncipe herdeiro, D. Duarte.
D.Fernando era filho de Afonso, conde de Gijón e Noronha (filho natural de Henrique II de Castela) e da infanta Isabel de Portugal (filha natural de Fernando I de Portugal). O casamento destes dois bastardos reais ibéricos gerou o ramo familiar dos Noronha.
Após a morte de D. Afonso, a infanta D. Isabel regressou a Portugal com seus filhos, sendo acolhida na corte de seu tio, o rei D. João I. D. Fernando tornou-se fidalgo da casa do príncipe herdeiro, D. Duarte.
- Expedição contra os mouros da ilha de Tider
Comandada por Lançarote de Freitas da qual fazia parte Álvaro de Freitas, foi enviada contra os mouros da ilha de Tider uma expedição que que saiu de Lagos a 10 de Agosto de 1445.
Da frota, a maior constituída até então, faziam parte 17 caravelas. Chegados a Tider, depois de uma pequena marcha os portugueses depararam com os mouros, sobre quem tiveram uma esmagadora vitória.
Tinha sido nomeado 2.° governador de Ceuta, por ordem real recebida por carta de D. Duarte, com data de 18 de Outubro de 1437
Da frota, a maior constituída até então, faziam parte 17 caravelas. Chegados a Tider, depois de uma pequena marcha os portugueses depararam com os mouros, sobre quem tiveram uma esmagadora vitória.
Tinha sido nomeado 2.° governador de Ceuta, por ordem real recebida por carta de D. Duarte, com data de 18 de Outubro de 1437
- Vicente Dias terá chegado ao rio Gâmbia
Autores há que referem que Vicente Dias, um armador e mercador de Lagos, foi o descobridor das ilhas de Cabo verde, uma vez que terá avistado a ilha de Santiago em 1445, numa viagem de regresso de uma expedição de reconhecimento da costa ocidental africana, em que terá atingido a foz do rio Gâmbia
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10.06-Expedição contra os mouros da ilha de Tider,
10.07-Vicente Dias terá chegado ao rio Gâmbia
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Acontecimentos no ano de 1444
- Fundação da Companhia de Lagos
No século XV, os escravos destinavam-se sobretudo a abastecer os trabalhos em Portugal, ou as explorações da cana do açúcar na Madeira (escravos canários), mas também a serem vendidos para Espanha. Lisboa, Alcácer do Sal e Lagos estabelecem-se florescentes mercados de escravos.
No Algarve, em 1444, forma-se a primeira companhia moderna para o tráfico,chamada Companhia de Lagos, formada pelo almirante-mor Lançarote Pessanha. Muitas outras lhe seguirão pela Europa.
Créditos: Confrontos
- Ordem de Avis torna-se independente de Calatrava
Fundada em 1175/76 ,por D. Afonso Henriques, ou pelo menos por este apoiada, a milícia dos freires de Évora (chamada Ordem de Avis depois de 1211) surge no contexto da Reconquista do território português. A participação do monarca terá tido a sua justificação no facto de este, segundo Ruy de Azevedo, pretender criar uma "instituição de tipo monástico-militar, tal como se fizera uns anos antes para os reinos de Leão e Castela nas praças fortes de Calatrava e Uclés.
De qualquer modo, os primeiros cavaleiros eborenses terão sido portugueses, até porque o seu mestre (Gonçalo Viegas de Lanhoso) também o era, não parecendo, por isso, de aceitar a hipótese levantada por alguns autores segundo a qual um grupo de cavaleiros castelhanos da Ordem de Calatrava se terá implantado em território português, concretamente em Évora, onde terá fundado uma casa
Quando se dá o Grande Cisma da Igreja, Avis alcança a independência religiosa.Se a vontade de a alcançar já existiria, o motivo, bem simples, foi então dado: Calatrava tinha aderido ao partido cismático.
A situação política nacional terá também influído no desenrolar dos acontecimentos, mas o grave problema do Cisma deu ao pontífice o motivo necessário para eximir Avis das visitas de Calatrava.
Créditos :Estudos sobre a Ordem de Aviz por Maria Cristina Almeida e Cunha ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/5965.pdf
De qualquer modo, os primeiros cavaleiros eborenses terão sido portugueses, até porque o seu mestre (Gonçalo Viegas de Lanhoso) também o era, não parecendo, por isso, de aceitar a hipótese levantada por alguns autores segundo a qual um grupo de cavaleiros castelhanos da Ordem de Calatrava se terá implantado em território português, concretamente em Évora, onde terá fundado uma casa
Quando se dá o Grande Cisma da Igreja, Avis alcança a independência religiosa.Se a vontade de a alcançar já existiria, o motivo, bem simples, foi então dado: Calatrava tinha aderido ao partido cismático.
A situação política nacional terá também influído no desenrolar dos acontecimentos, mas o grave problema do Cisma deu ao pontífice o motivo necessário para eximir Avis das visitas de Calatrava.
Créditos :Estudos sobre a Ordem de Aviz por Maria Cristina Almeida e Cunha ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/5965.pdf
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Acontecimentos no ano de 1462
- Descoberta de novas ilhas em Cabo Verde
Em finais de 1461 ou inícios de 1462 em nova viagem, o descobridor Diogo Afonso teria avistado as ilhas da Brava, São Nicolau, Santa Luzia, Santo Antão, São Vicente e os ilhéus Raso e Branco. De acordo com as narrativas coevas, essas ilhas encontravam-se desertas, sem qualquer indício de presença humana, como referido por Cadamosto:
"…não se encontrando nelas senão pombos e aves de estranhas sortes, e grande pescaria de peixe." (Relação das Viagens à costa ocidental da África)
- Doação das ilhas de Cabo Verde a D.Fernando
Pelos seus termos, o Infante passava a superintender na jurisdição civil e criminal, com reserva apenas nos casos de pena de morte e talhamento de membros, de alçada exclusiva da Coroa. Neste primeiro momento a doação abrangeu apenas as cinco primeiras ilhas e, dois anos mais tarde, em 19 de Setembro de 1462, a totalidade do arquipélago.
Anos mais tarde, por carta em resposta a seu irmão, o soberano reportou que "...havia quatro anos que começara a povoar a ilha de Santiago (...) que, por ser tão alongada de nossos reinos, a gente não quer a ela ir viver, senão com muitas liberdades e franquezas." (Carta de D. Afonso V ao Duque de Viseu, 12 de Junho de 1466.)
A sua colonização iniciou-se, portanto, ainda em 1462, pela ilha de Santiago, em sua parte sul, na Ribeira Grande. Foi empregado o sistema de capitania, com mão-de-obra escrava oriunda da vizinha costa da Guiné, para a cultura de cana-de-açúcar, algodão e árvores frutíferas.
A ilha de Santiago foi dividida em duas circunscrições, sendo uma delas a Capitania do Sul, com sede na Ribeira Grande, doada a António da Noli. A outra foi doada a Diogo Gomes. Para colonizar o seu lote, Noli trouxe colonos do Alentejo e do Algarve.
- Expedição de Pedro Sntra a Serra Leoa e Guiné
Os portugueses chegaram a Serra Leoa em 1462, numa expedição comandada por Pedro Sintra. As altas montanhas que avistaram sugeriram-lhes a imagem de "leões" daí o nome que atribuíram a este país. Desde o século XV a Serra Leoa era muito conhecida por ser uma terra de lançados, isto é, de portugueses que penetravam pelo interior de África, onde passavam a viver, adoptando os costumes locais. Esta é a razão porque neste país existem muitos naturais descendentes de portugueses.
Nesta expedição também Pedro Sintra descobriu a existência de ouro na Guiná
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27-Ano de 1462,
27.02-Expedição de Pedro Sintra a Serra Leoa e Guiné,
27.03-Descoberta de novas ilhas em Cabo Verde,
27.04-Doação das ilhas de Cabo Verde a D.Fernando,
z-Diogo Afonso
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Acontecimentos no ano de 1460
- Contrato matrimonial de Carlos de Viana com a infanta D.Catarina
Este compromisso matrimonia da irmã do rei com seu primo, o príncipe de Navarra e Aragão, D. Carlos, filho de D. João II, rei de Aragão e de Navarra, e de sua mulher, a rainha D. Branca, filha de Carlos I II, rei de Navarra, casamento que se não realizou por ter falecido o príncipe.
A infanta ficou tão apaixonada por este facto que se recolheu ao convento de Santa Clara, entregando-se só a práticas religiosas. Ainda se tentou um segundo casamento com Eduardo IV, rei de Inglaterra, mas ao tempo em que se tratavam as negociações, adoeceu gravemente a infanta, e faleceu. a 29 de Julho de 1463
D. Catarina era senhora muito erudita em ciências, tendo perfeito conhecimento das línguas latina e grega.
A infanta ficou tão apaixonada por este facto que se recolheu ao convento de Santa Clara, entregando-se só a práticas religiosas. Ainda se tentou um segundo casamento com Eduardo IV, rei de Inglaterra, mas ao tempo em que se tratavam as negociações, adoeceu gravemente a infanta, e faleceu. a 29 de Julho de 1463
D. Catarina era senhora muito erudita em ciências, tendo perfeito conhecimento das línguas latina e grega.
- Doação ao infante D.Fernando dos arquipélagos da Madeira,Açores e Cabo Verde que foram do Infante D.Henrique
Quando D. Henrique faleceu, a 13 de Novembro de 1460, D. Afonso V confirmou a passagem de grande parte do património henriquino para seu irmão, especialmente o ducado de Viseu e o senhorio das ilhas, bem como o monopólio das saboarias.
Mais tarde, no verão de 1461, e a contra-gosto, o rei autorizou que D. Fernando acumulasse ainda o governo da Ordem de Cristo. O monarca conservou nas mãos da Coroa todas as terras algarvias que haviam sido concedidas a D. Henrique a título vitalício, bem como o exclusivo da navegação a sul do Bojador, pelo que os Descobrimentos passaram a estar sob a égide da Coroa.
Nos anos 60 do século XV, D. Fernando governou as ilhas atlânticas.
O seu interesse focou-se principalmente na ilha da Madeira, onde estava em crescimento rápido a produção do açúcar e a sua exportação para vários mercados do Atlântico Norte e do Mediterrâneo.
Mais tarde, no verão de 1461, e a contra-gosto, o rei autorizou que D. Fernando acumulasse ainda o governo da Ordem de Cristo. O monarca conservou nas mãos da Coroa todas as terras algarvias que haviam sido concedidas a D. Henrique a título vitalício, bem como o exclusivo da navegação a sul do Bojador, pelo que os Descobrimentos passaram a estar sob a égide da Coroa.
Nos anos 60 do século XV, D. Fernando governou as ilhas atlânticas.
O seu interesse focou-se principalmente na ilha da Madeira, onde estava em crescimento rápido a produção do açúcar e a sua exportação para vários mercados do Atlântico Norte e do Mediterrâneo.
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25.03-Contrato matrimonial de Carlos de Viana com a infanta D.Catarina,
25.04-Doação ao infante D.Fernando de bens do Infante D.Henrique,
z-D.Catarina
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Acontecimentos no ano de 1459
- Mapa mundo de Frei Mauro
Pensa-se que um aventureiro veneziano Niccolà Da Conti, obteve um mapa junto dos chineses e o deu a Frei Mauro, cartógrafo que elaborou o célebre mapa-mundi de 1459,
tido como fantasioso. Mauro trabalhava para Portugal desde o tempo do rei D Pedro II, irmão do infante dom Henrique, fundador da Escola de Sagres.
Fra Mauro executou, de 1457 a 1459, esse belíssimo mapa-mundi, que ainda se pode observar no mosteiro de São Miguel de Murano, perto de Veneza.
Cartografou a totalidade do velho mundo, com notável precisão, incluindo comentários que reflectiam o conhecimento geográfico da época.
O seu mapa é um dos primeiros a representar o longínquo Japão.
Fra Mauro criou este mapa com o seu assistente Andrea Bianco, navegador-cartógrafo, no seio de uma comissão nomeada por D. Afonso V. A execução do mapa terminou a 24 de Abril 1459, sendo enviado para Portugal, mas perdeu-se.
Uma carta do legislador de Veneza acompanhava o mapa, dirigida ao Infante D. Henrique, Essa carta encorajava o príncipe a continuar o financiamento de viagens de exploração.
Fra Mauro morreu no ano seguinte, enquanto fazia uma cópia do mapa para o senhor de Veneza, sendo essa cópia terminada por Andrea Bianco e que hoje está na Biblioteca Marciana (Veneza).
Uma outra carta náutica sua (um portulano) está na Biblioteca do Vaticano, e outra numa colecção particular.
tido como fantasioso. Mauro trabalhava para Portugal desde o tempo do rei D Pedro II, irmão do infante dom Henrique, fundador da Escola de Sagres.
Fra Mauro executou, de 1457 a 1459, esse belíssimo mapa-mundi, que ainda se pode observar no mosteiro de São Miguel de Murano, perto de Veneza.
Cartografou a totalidade do velho mundo, com notável precisão, incluindo comentários que reflectiam o conhecimento geográfico da época.
O seu mapa é um dos primeiros a representar o longínquo Japão.
Fra Mauro criou este mapa com o seu assistente Andrea Bianco, navegador-cartógrafo, no seio de uma comissão nomeada por D. Afonso V. A execução do mapa terminou a 24 de Abril 1459, sendo enviado para Portugal, mas perdeu-se.
Uma carta do legislador de Veneza acompanhava o mapa, dirigida ao Infante D. Henrique, Essa carta encorajava o príncipe a continuar o financiamento de viagens de exploração.
Fra Mauro morreu no ano seguinte, enquanto fazia uma cópia do mapa para o senhor de Veneza, sendo essa cópia terminada por Andrea Bianco e que hoje está na Biblioteca Marciana (Veneza).
Uma outra carta náutica sua (um portulano) está na Biblioteca do Vaticano, e outra numa colecção particular.
- As cortes de Lisboa
Os custos da campanha de Alcácer Ceguer, pesavam no erário público, que levaram D.Afonso a reunir cortes de novo em Lisboa. Os procuradores populares levantaram a voz contra as despesas excessivas da Cortes, apontando igualmente para o abusivo número de tenças concedidas pelo rei, revelando que desejavam uma reforma no serviços prestados no arquivo real e para que a Coroa não consentisse na requisição dos lavradores, para ofício de guerra ou que os filhos daqueles fossem tomados para serviço dos fidalgos, soluções que evitariam o despovoamento das terras, que tanto se faziam sentir.
Foram cortes sem consenso entre as reivindicações populares e a necessidade de fundos da coroa que levaram à convocação de novas cortes agora marcadas para Évora para o ano seguinte.
Foram cortes sem consenso entre as reivindicações populares e a necessidade de fundos da coroa que levaram à convocação de novas cortes agora marcadas para Évora para o ano seguinte.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Fundação do convento de NS da Conceição em Beja
O Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição foi fundado na segunda metade do século XV pelos Infantes D. Fernando, primeiro duque de Beja, e sua mulher, D. Beatriz, pais da rainha D. Leonor e do futuro rei D. Manuel I.
Construído a partir de um pequeno retiro de freiras contíguo ao palácio dos Infantes, o Convento de Conceição pertencia à ordem de Santa Clara e encontrava-se sob jurisdição franciscana.
Do seu aspecto geral ainda hoje subsistem algumas influências do tardo-gótico em Portugal, nomeadamente o portal gótico flamejante da igreja, as janelas de duplo arco tipicamente mudejar e a platibanda rendilhada, que revelam uma importante transição para o Manuelino.
Do espaço primitivo fazem parte a Igreja, o Claustro e a Sala do Capítulo.
Entra-se pela Igreja a partir do Côro Baixo, no qual se salienta um pequeno túmulo, de estilo gótico-flamejante, da primeira abadessa do Convento, D. Uganda.
A Igreja, de uma só nave, encontra-se revestida de talha dourada dos séculos XVII e XVIII.
A arquitectura do exterior reflecte toda a sobriedade dos monumentos religiosos, deslumbrantemente rematada com platibandas rendilhadas, onde se destaca a graciosa torre sineira.
De portal manuelino, possui um vestíbulo que dá acesso à Igreja, revestida de talha dourada; à esquerda, um portal gótico dá acesso directo da rua para o interior. Dos quatro altares que possui, três são em talha (dois do século XVII e um do século XVIII) e o último, dedicado a São João Baptista, é revestido com mosaico florentino.
O núcleo inicial do convento mantém-se, estendendo-se para o lado direito da Igreja as várias salas que o compunham, assim como o claustro.
Este convento também ficou conhecido por uma das suas antigas religiosas, Mariana Alcoforado, que no século XVII, escreveu as famosas "Lettres Portugaises" ao cavaleiro francês Marquês de Chamilly, por quem estava perdidamente apaixonada.
Ainda é possível ver a Janela de Mértola. através da qual esta religiosa via o seu amado.
e que evoca a triste e romântica paixão desta freira, cuja história inspirou poetas e pintores de todo o mundo.
No Convento, funciona actualmente o Museu Regional Rainha Dona Leonor.
Construído a partir de um pequeno retiro de freiras contíguo ao palácio dos Infantes, o Convento de Conceição pertencia à ordem de Santa Clara e encontrava-se sob jurisdição franciscana.
Do seu aspecto geral ainda hoje subsistem algumas influências do tardo-gótico em Portugal, nomeadamente o portal gótico flamejante da igreja, as janelas de duplo arco tipicamente mudejar e a platibanda rendilhada, que revelam uma importante transição para o Manuelino.
Do espaço primitivo fazem parte a Igreja, o Claustro e a Sala do Capítulo.
Entra-se pela Igreja a partir do Côro Baixo, no qual se salienta um pequeno túmulo, de estilo gótico-flamejante, da primeira abadessa do Convento, D. Uganda.
A Igreja, de uma só nave, encontra-se revestida de talha dourada dos séculos XVII e XVIII.
A arquitectura do exterior reflecte toda a sobriedade dos monumentos religiosos, deslumbrantemente rematada com platibandas rendilhadas, onde se destaca a graciosa torre sineira.
De portal manuelino, possui um vestíbulo que dá acesso à Igreja, revestida de talha dourada; à esquerda, um portal gótico dá acesso directo da rua para o interior. Dos quatro altares que possui, três são em talha (dois do século XVII e um do século XVIII) e o último, dedicado a São João Baptista, é revestido com mosaico florentino.
O núcleo inicial do convento mantém-se, estendendo-se para o lado direito da Igreja as várias salas que o compunham, assim como o claustro.
Este convento também ficou conhecido por uma das suas antigas religiosas, Mariana Alcoforado, que no século XVII, escreveu as famosas "Lettres Portugaises" ao cavaleiro francês Marquês de Chamilly, por quem estava perdidamente apaixonada.
Ainda é possível ver a Janela de Mértola. através da qual esta religiosa via o seu amado.
e que evoca a triste e romântica paixão desta freira, cuja história inspirou poetas e pintores de todo o mundo.
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24.04-Fundação do convento de NS da Conceição em Beja,
z-D.Fernando infante,
z-Mariana Alcforado
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Nicolau V atribui a D.Jaime a diocese de Lisboa
- Nicolau V atribui a D.Jaime a diocese de Lisboa
Aí, foi designado arcebispo de Arras, tendo, a expensas da tia, partindo para Roma. Quando chegou, o Papa Nicolau V, conhecedor da tragédia de Alfarrobeira e do vexame a que fora submetido o corpo do duque de Coimbra, decide recompensar o seu filho, atribuindo-lhe, em 30 de Abril de 1453, a administração perpétua da arquidiocese lisboeta, que se achava vago pela morte do arcebispo D. Luís Coutinho.
Não obstante, por não ter ainda a idade necessária para prover o cargo, não lhe conferiu logo o título arquiepiscopal. Governou sempre a arquidiocese a partir de Itália, por meio do vigário geral, Luís Anes.
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Bula papal Dum diversas
Dum Diversas foi uma bula papal publicada em 18 de Junho de 1452 pelo Papa Nicolau V., que através dessa Bula, dirigida ao rei Afonso V de Portugal, afirmava
"(...) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades (...) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão, e apropriar e converter em seu uso e proveito e de seus sucessores, os reis de Portugal, em perpétuo, os supramencionados reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades, possessões e bens semelhantes (...)."
Esta bula é considerada por historiadores como uma resposta à ameaça sarracena, quando houve o grande choque cultural entre cristãos, muçulmanos e pagãos, conhecidos e temidos pelos cristãos por fazerem escravos, matarem e estuprarem. A Bula tinha por objectivo final, contudo, a conversão dos muçulmanos e pagãos escravizados.
Em 8 de Janeiro de 1554, estes poderes foram estendidos aos reis da Espanha.
"(...) nós lhe concedemos, por estes presentes documentos, com nossa Autoridade Apostólica, plena e livre permissão de invadir, buscar, capturar e subjugar os sarracenos e pagãos e quaisquer outros incrédulos e inimigos de Cristo, onde quer que estejam, como também seus reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades (...) e reduzir suas pessoas à perpétua escravidão, e apropriar e converter em seu uso e proveito e de seus sucessores, os reis de Portugal, em perpétuo, os supramencionados reinos, ducados, condados, principados e outras propriedades, possessões e bens semelhantes (...)."
Esta bula é considerada por historiadores como uma resposta à ameaça sarracena, quando houve o grande choque cultural entre cristãos, muçulmanos e pagãos, conhecidos e temidos pelos cristãos por fazerem escravos, matarem e estuprarem. A Bula tinha por objectivo final, contudo, a conversão dos muçulmanos e pagãos escravizados.
Em 8 de Janeiro de 1554, estes poderes foram estendidos aos reis da Espanha.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Chegada a Portugal das reliquias do Infante D.Fernando
O infante D.Fernando, teve culto no Mosteiro da Batalha, desde o ano de 1451, em que foram depositadas no seu túmulo as “relíquias da fressura, coração e tripas e de tudo o que foi tirado do corpo deste Infante quando o em Fez os mouros fizeram abrir”.
Este culto sobreviveu à proibição das festas em sua honra, pelo Bispo de Leiria, D. Martim Afonso Mexia (1605-1615), “por não ser o Infante beatificado nem canonizado” (Couseiro (c. 1657) e às determinações da Constituição “Coelestis Hierusalem”, do Papa Urbano VIII (1634), proibindo o culto a pessoas que não tivessem sido, ao menos, beatificadas pela Igreja, a não ser que se provasse um culto imemorial.
Num Congresso, realizado em Santarém, no 6º centenário do nascimento de D. Fernando, foi proposta, por D. Eurico Dias Nogueira, a retomada do processo de beatificação, já sugerida por Domingos Maurício Gomes dos Santos, em 1927 (“não só em repor no lugar que lhe compete na história, a figura esquecida do cativo de Fez, mas colocá-la aí, em todo o fulgor da sua verdadeira história, isto é, aureolada pelos esplendores do culto canónico e de gratidão patriótica”).
Uma comissão de pessoas, estudiosas desta figura histórica, propuseram ao Senhor D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, na sua qualidade de bispo da diocese de Leiria-Fátima, onde se encontra o túmulo do Infante, no mosteiro da Batalha, a introdução da causa de canonização, proposta que ainda não teve seguimento.
Fonte: Diocese Leiria-Fátima
As relíquias de D.Fernando foram trazidas para Portugal por Frei João Álvares que foi moço de câmara e secretário do Infante D. Fernando, tendo-o acompanhado na frustrada campanha de conquista de Tânger, no Marrocos, em 1437.
Capturado com o príncipe, esteve prisioneiro com ele em Arzila e em Fez, sendo resgatado em 1448, cinco anos depois da morte do D. Fernando.
Em 1450 voltou a Marrocos para buscar relíquias do príncipe, que começava a ser referenciado como o Infante Santo.
De volta a Portugal, o Infante D. Henrique pediu-lhe que escrevesse uma Crónica dos feitos do irmão, que João Álvares escreveu provavelmente entre 1451 e 1460.
João Álvares era a pessoa indicada para isso pois havia acompanhado o Infante durante longo tempo em Portugal e foi testemunha do seu cativeiro e morte no Magrebe.
A obra, inicialmente manuscrita, veio a ser impressa pela primeira vez em 1527 com o título Tratado da vida e dos feitos do muito vertuoso Senhor Infante D. Fernando em Lisboa. Foi novamente impressa em Coimbra em 1577.
Este culto sobreviveu à proibição das festas em sua honra, pelo Bispo de Leiria, D. Martim Afonso Mexia (1605-1615), “por não ser o Infante beatificado nem canonizado” (Couseiro (c. 1657) e às determinações da Constituição “Coelestis Hierusalem”, do Papa Urbano VIII (1634), proibindo o culto a pessoas que não tivessem sido, ao menos, beatificadas pela Igreja, a não ser que se provasse um culto imemorial.
Num Congresso, realizado em Santarém, no 6º centenário do nascimento de D. Fernando, foi proposta, por D. Eurico Dias Nogueira, a retomada do processo de beatificação, já sugerida por Domingos Maurício Gomes dos Santos, em 1927 (“não só em repor no lugar que lhe compete na história, a figura esquecida do cativo de Fez, mas colocá-la aí, em todo o fulgor da sua verdadeira história, isto é, aureolada pelos esplendores do culto canónico e de gratidão patriótica”).
Uma comissão de pessoas, estudiosas desta figura histórica, propuseram ao Senhor D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, na sua qualidade de bispo da diocese de Leiria-Fátima, onde se encontra o túmulo do Infante, no mosteiro da Batalha, a introdução da causa de canonização, proposta que ainda não teve seguimento.
Fonte: Diocese Leiria-Fátima
As relíquias de D.Fernando foram trazidas para Portugal por Frei João Álvares que foi moço de câmara e secretário do Infante D. Fernando, tendo-o acompanhado na frustrada campanha de conquista de Tânger, no Marrocos, em 1437.
Capturado com o príncipe, esteve prisioneiro com ele em Arzila e em Fez, sendo resgatado em 1448, cinco anos depois da morte do D. Fernando.
Em 1450 voltou a Marrocos para buscar relíquias do príncipe, que começava a ser referenciado como o Infante Santo.
De volta a Portugal, o Infante D. Henrique pediu-lhe que escrevesse uma Crónica dos feitos do irmão, que João Álvares escreveu provavelmente entre 1451 e 1460.
João Álvares era a pessoa indicada para isso pois havia acompanhado o Infante durante longo tempo em Portugal e foi testemunha do seu cativeiro e morte no Magrebe.
A obra, inicialmente manuscrita, veio a ser impressa pela primeira vez em 1527 com o título Tratado da vida e dos feitos do muito vertuoso Senhor Infante D. Fernando em Lisboa. Foi novamente impressa em Coimbra em 1577.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Acontecimentos no ano de 1449
- D.Pedro filho do regente exila-se em Castela
D.Pedro o filho do infante D.Pedro, tinha sido nomeado por seu pai o então regente como Condestável de Portugal em 1443 e no ano seguinte Mestre de Aviz, tornando-se na pessoa mais importante do reino a seguir ao Rei.
Foi então, que na sequência da deterioração da relações entre o Rei D.Afonso e o seu tio e regente, que D.Pedro foi destituído dos seus cargos o que o levou a exilar-se para Castela.
Foi então, que na sequência da deterioração da relações entre o Rei D.Afonso e o seu tio e regente, que D.Pedro foi destituído dos seus cargos o que o levou a exilar-se para Castela.
- Convento de Santa Clara em Amarante
Este convento que foi mandado construir por D.Mafalda, o 11º primeiro filho de D.Sancho I e de D.Dulce, nascida julga-se por volta de 1200. A fundação deste convento, terá acontecido depois do seu fugaz casamento em 1215 com Henrique I de Castela.
Mais tarde D.Mafalda, veio a tornar-se monja cisterciense. Foi beatificada em 1793 pelo papa Pio VI.
Neste ano de 1449, este convento passou a submeter-se à ordem de Santa Clara.
Mais tarde D.Mafalda, veio a tornar-se monja cisterciense. Foi beatificada em 1793 pelo papa Pio VI.
Neste ano de 1449, este convento passou a submeter-se à ordem de Santa Clara.
- D.Jaime foge com seus irmãos para Flandres
Após a batalha de Alfarrobeira D.Jaime 4º filho do infante regente, foi aprisionado por D.Afonso V. Talvez porque tivesse apenas 14 anos, foi contudo "deixado fugir" com os seus irmãos D.João e D.Beatriz para Flandres sob proteção e apoio da tia Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha.
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14.00-D.Pedro filho do regente exila-se em Castela,
14.02-Convento de Santa Clara em Amarante,
14.03-D.Jaime foge com seus irmãos para Flandres,
z-D.Jaime,
z-D.Pedro (primo)
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Acontecimentos no ano de 1447(2ºParte)
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- Agosto-D.Afonso V confirma a D.Pedro a isenção da dizima das mercadorias trazidas ao reino vindos de São Miguel.
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Carta régia concedendo a seu tio D.Pedro a isenção do pagamento da dízima das mercadorias trazidas ao reino pelos moradores da ilha de São Miguel, "pertencente" ao duque de Coimbra.
A convicção de povoar as ilhas açoreanas fica comprovado com esta carta régia, como já acontecera em 1443 que já atestava nessa altura o desenvolvimento registado nos primeiros anos de povoamento dos Açores.
O regente D.Pedro isentara durante 5 anos, Gonçalo Velho, comendador do arquipélago, os moradores e povoadores das ilhas do pagamento da dízima e da portagem “ de todas as coisas que dela trouxeram ao Reino.
Portanto esta carta régia é a prorrogação da carta de 1443, desta vez assinada pelo rei e não pelo regente, que passa a "dono" das referidas ilhas. Entretanto os direitos são aumentados isentando-os também do pagamento de dízimas sobre o pão, vinho, peixe e madeira.
A especificidade da legislação referente a S.Miguel face às outras ilhas resultam da maior dificuldade no seu povoamento devido à sua grande extensão e às constantes manifestações vulcânicas desencorajavam a fixação de pessoas.
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Carta régia concedendo a seu tio D.Pedro a isenção do pagamento da dízima das mercadorias trazidas ao reino pelos moradores da ilha de São Miguel, "pertencente" ao duque de Coimbra.
A convicção de povoar as ilhas açoreanas fica comprovado com esta carta régia, como já acontecera em 1443 que já atestava nessa altura o desenvolvimento registado nos primeiros anos de povoamento dos Açores.
O regente D.Pedro isentara durante 5 anos, Gonçalo Velho, comendador do arquipélago, os moradores e povoadores das ilhas do pagamento da dízima e da portagem “ de todas as coisas que dela trouxeram ao Reino.
Portanto esta carta régia é a prorrogação da carta de 1443, desta vez assinada pelo rei e não pelo regente, que passa a "dono" das referidas ilhas. Entretanto os direitos são aumentados isentando-os também do pagamento de dízimas sobre o pão, vinho, peixe e madeira.
A especificidade da legislação referente a S.Miguel face às outras ilhas resultam da maior dificuldade no seu povoamento devido à sua grande extensão e às constantes manifestações vulcânicas desencorajavam a fixação de pessoas.
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- O navegador Álvaro Fernandes atinge a ilha dos Bancos na actual Conacry, trazendo água do rio Senegal para o Infante D.Henrique.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Acontecimentos no ano de 1445
- Maio,15-D.Pedro Condestável sai em auxilio do rei de Castela,
Na sequência dos acontecimento que ocorriam entra Castela e Navarra, a guerra intensa que envolvia esses reinos da Ibéria, tinha sofrido uma paragem devido à trégua de cinco meses, que D.João II de Castela solicitara, com início em Setembro de 1444 e que o rei de Navarra aceitara na esperança de vir poder vir a obter o auxilio de Afonso V de Aragão.
Ora também o rei castelhano procurava reorganizar-se financeira e militarmente, pelo que solicitara ao rei português ( na pessoa do regente D.Pedro) auxilio militar, já no terminus da referida trégua.
Pedido esse com o testemunho de D.Álvaro de Luna e as mais importantes personalidades do reino Castelhano.
Face a esse pedido o regente manda reunir o seu conselho, que reuniu em Tentúgal, no dia 25 de Abril de 1445, que aprovou o pedido castelhano de reforço militar, composto por mais de 2000 homens.
Atendendo à sua amizade com D.Álvaro de Luna e na impossibilidade do próprio regente chefiar essa missão militar, foi decidido que a chefia seria entregue o seu filho mais velho o Condestável D.Pedro, armado cavaleiro como consequência dessa nomeação, com apenas 15 anos.
O contigente militar terá partido a 15 de Maio de 1445 e porque a batalha de Olmedo entre os vizinhos beligerantes, se realizou 4 dias depois, há cronistas que assinalam ,que o condestável português terá chegado depois desse confronto.
Mais uma vez no que toca a auxílios ou não vamos ou chegamos depois, das duas uma ou os preparativos demoraram mais do que o previsto e a data da saída não foi a referida ou perderam-se pelo caminho.
- Setembro,28-Contrato de casamento entre D.Fernando irmão do rei com sua prima direita D.Beatriz
D. Fernando, nasceu em Almeirim, a 17 de Novembro de 1433, foi 2 ° duque de Viseu e 1 ° duque de Beja, vindo a ser o herdeiro de seu tio, o infante D. Henrique, e 9 ° mestre da Ordem de Cristo
D. Beatriz que nasceu por volta de 1430 era filha do infante D. João e de D. Isabel, filha de D. Afonso, 8 ° conde de Barcelos, deste casamento viria a nascer, entre outros filhos D. Manuel que viria a herdar o trono de Portugal
Devido à idade do noivo o casamento só se viria realizar 2 anos depois
D. Beatriz que nasceu por volta de 1430 era filha do infante D. João e de D. Isabel, filha de D. Afonso, 8 ° conde de Barcelos, deste casamento viria a nascer, entre outros filhos D. Manuel que viria a herdar o trono de Portugal
Devido à idade do noivo o casamento só se viria realizar 2 anos depois
sábado, 7 de novembro de 2009
Acontecimentos no ano de 1444
- O Papa Eugénio IV eleva D. João Manuel, filho bastardo de D.Duarte, fruto duma ligação a uma nobre castelhana D. Juana Manuel, ao título de bispo de Ceuta, obtendo logo a seguir o título de primaz da África.
Antes do casamento teve D. Duarte um filho de D. Joana Manuel, nobre de ascendência castelhana:
D. João Manuel, nasceu em data anterior a 1420, e morreu em fins de 1476, sendo sepultado na Igreja do Carmo, em Lisboa. Foi religioso desta Ordem, onde em 1441 exerceu o cargo de provincial e recebeu o título de bispo de Tiberíades.
No ano de 1443, quando da vacatura do bispado de Ceuta, foi provido nesse múnus, obtendo logo a seguir o título de primaz da África.
Em 1450 era capelão-mor de D. Afonso V e, nove anos depois, bispo da Guarda, cidade onde nunca residiu. Deixou dois filhos, D. João Manuel e D. Nuno Manuel, que tiveram grande valimento na parte final do reinado de D. Afonso V e no tempo de D. João II.
Fonte :O Portal da História
D. João Manuel, nasceu em data anterior a 1420, e morreu em fins de 1476, sendo sepultado na Igreja do Carmo, em Lisboa. Foi religioso desta Ordem, onde em 1441 exerceu o cargo de provincial e recebeu o título de bispo de Tiberíades.
No ano de 1443, quando da vacatura do bispado de Ceuta, foi provido nesse múnus, obtendo logo a seguir o título de primaz da África.
Em 1450 era capelão-mor de D. Afonso V e, nove anos depois, bispo da Guarda, cidade onde nunca residiu. Deixou dois filhos, D. João Manuel e D. Nuno Manuel, que tiveram grande valimento na parte final do reinado de D. Afonso V e no tempo de D. João II.
Fonte :O Portal da História
- Março.29-Nomeação do filho primogénito do regente D. Pedro, D. Pedro já Condestável do Reino, para o mestrado de Avis.
- Maio,23-O infante D. Fernando, jovem irmão do rei, é nomeado pelo regente D. Pedro mestre da Ordem de Santiago (que do infante D. João passara a seu filho D. Diogo).
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Acontecimento no ano de 1443(II)
- Junho,03-Falecimento de D.Fernando, o Infante Santo em Fez.
Os últimos 15 meses que viveu, passou-os encerrado numa escura casa contígua à latrina do alcançar, sem ter com quem falasse nem a quem se pudesse queixar.
Sendo conhecida a sua morte, Lazaraque mandou embalsamar o corpo, e para maior desprezo e afronta para com o infeliz prisioneiro, o fez pendurar nu das ameias da muralha junto duma porta da cidade, atado pelas pernas com a cabeça para baixo, ali se celebraram jogos e festas em sinal de triunfo.
Passados 4 dias foi metido num ataúde de madeira, e pendurado por cadeias sobre a mesma muralha, onde esteve muitos anos, até que no tempo de D. Afonso V, seu sobrinho, foi trazido a este. reino, não concordando os cronistas no ano, nem a forma como veio transportado.
Esteve depositado em Lisboa no convento do Salvador, e dali se transferiu para o convento da Batalha com grande pompa, sendo acompanhado pelos prelados e grandes do reino, ficando na capela de D. João, seu pai, num túmulo de pedra, levantado como o do seus irmãos.
Tem um altar particular onde se celebrava missa todos os dias. No retábulo está retratada a sua imagem com os grilhões, e nos vários sucessos de seus trabalhos. 0 infante D. Henrique também o mandou pintar no seu altar pela muita devoção que lhe consagrava. Sobre o seu túmulo está a sua estátua, em pedra.
Sendo conhecida a sua morte, Lazaraque mandou embalsamar o corpo, e para maior desprezo e afronta para com o infeliz prisioneiro, o fez pendurar nu das ameias da muralha junto duma porta da cidade, atado pelas pernas com a cabeça para baixo, ali se celebraram jogos e festas em sinal de triunfo.
Passados 4 dias foi metido num ataúde de madeira, e pendurado por cadeias sobre a mesma muralha, onde esteve muitos anos, até que no tempo de D. Afonso V, seu sobrinho, foi trazido a este. reino, não concordando os cronistas no ano, nem a forma como veio transportado.
Esteve depositado em Lisboa no convento do Salvador, e dali se transferiu para o convento da Batalha com grande pompa, sendo acompanhado pelos prelados e grandes do reino, ficando na capela de D. João, seu pai, num túmulo de pedra, levantado como o do seus irmãos.
Tem um altar particular onde se celebrava missa todos os dias. No retábulo está retratada a sua imagem com os grilhões, e nos vários sucessos de seus trabalhos. 0 infante D. Henrique também o mandou pintar no seu altar pela muita devoção que lhe consagrava. Sobre o seu túmulo está a sua estátua, em pedra.
- Outubro,22-Concessão ao Infante D.Henrique do monopólio da navegação das terras para além do Bojador.
sábado, 23 de maio de 2009
Acontecimento no ano de 1442(II)
- Eugénio IV-Bula Etsis suscepti concedendo indulgência plenária a todos os que defenderam Ceuta ou participaram na expedições contra os sarracenos
Confirmando as doações de D. Duarte e D. Afonso V, ao Infante D. Henrique e à Ordem de Cristo, da jurisdição espiritual, permitindo ao Infante conservar o poder temporal em seu ducado de Viseu.
Missão expansionista com direito de reter, administrar e legar terras e ilhas do mar Oceano. O reconhecimento pela Santa Sé acompanhava do dever de propiciar o povoamento e aexploração da Madeira, Açores e Cabo Verde (seriam os modelos de colonização do Brasil)
Missão expansionista com direito de reter, administrar e legar terras e ilhas do mar Oceano. O reconhecimento pela Santa Sé acompanhava do dever de propiciar o povoamento e aexploração da Madeira, Açores e Cabo Verde (seriam os modelos de colonização do Brasil)
- 4 de Maio-Estabelecimento de feira anual na vila de Pombal (senhorio de D.Henrique)
Em 4 de Maio de 1442 D.Afonso V deu poder e lugar ao tio, Infante D.Henrique, para mandar fazer na sua vila de Pombal feira franqueada, anual, de 23 de Junho a 8 de Julho, com isenção de meia sisa.
Actualmente a feira anual tem lugar durante as festas do Bodo, em Julho. A feira anual de Abiúl realiza-se no primeiro sábado de Agosto e em Vermoil, Bodo das Castanhas, no último domingo de Outubro.
Actualmente a feira anual tem lugar durante as festas do Bodo, em Julho. A feira anual de Abiúl realiza-se no primeiro sábado de Agosto e em Vermoil, Bodo das Castanhas, no último domingo de Outubro.
- D.Pedro doa a D.Afonso conde de Barcelos a vila de Bragança com o titulo de duque
Graças ao empenho e à diplomacia de D. João Afonso nas negociações do tratado de Alcanises, D. Dinis constituiu-o "conde donatário vitalício da vila de Barcelos". Decorria o ano de 1298, e aquela era a primeira vez que, em Portugal, se atribuía o título de conde com carácter vitalício e funções públicas.
Nascia então em Barcelos o primeiro condado português, depois de se ter tornado vila régia pelas mãos de D. Afonso Henriques e do seu primeiro foral.
Em 1442, D. Afonso - o 8.º conde de Barcelos - por doação de D. Pedro, viu acrescentar-lhe ao título de Conde de Barcelos, o de primeiro Duque de Bragança, aumentando assim os privilégios da vila barcelense.
Nascia então em Barcelos o primeiro condado português, depois de se ter tornado vila régia pelas mãos de D. Afonso Henriques e do seu primeiro foral.
Em 1442, D. Afonso - o 8.º conde de Barcelos - por doação de D. Pedro, viu acrescentar-lhe ao título de Conde de Barcelos, o de primeiro Duque de Bragança, aumentando assim os privilégios da vila barcelense.
terça-feira, 5 de maio de 2009
Acontecimentos no ano de 1441(II)
- Início da utilização da caravela nas empresas ultramarinas
A construção da primeira caravela em Lagos, por iniciativa de D.Henrique, o Navegador, um novo tipo de barco que usa a vela dos Árabes.
Segundo alguns historiadores, o vocábulo é de origem árabe carib (embarcação de porte médio e de velas triangulares — velame latino). De acordo com outros, no entanto, a palavra seria derivada de carvalho, a madeira usada para construir as embarcações.
A caravela é um navio rápido, de fácil manobra, apto para a bolina, de proporções modestas e que, em caso de necessidade, podia ser movido a remos. Eram navios de pequeno porte, de três mastros, um único convés e ponte sobrelevada na popa; deslocavam 50 toneladas.
Segundo alguns historiadores, o vocábulo é de origem árabe carib (embarcação de porte médio e de velas triangulares — velame latino). De acordo com outros, no entanto, a palavra seria derivada de carvalho, a madeira usada para construir as embarcações.
A caravela é um navio rápido, de fácil manobra, apto para a bolina, de proporções modestas e que, em caso de necessidade, podia ser movido a remos. Eram navios de pequeno porte, de três mastros, um único convés e ponte sobrelevada na popa; deslocavam 50 toneladas.
- Abril-D.Fernando de Castro governador da casa do Infante D.Henrique vê malograr-se a hipótese de resgatar o infante D.Fernando, preso em poder dos mouros.
- Maio-Cortes de Torres Vedras aprovando o matrimónio de D.Afonso V com a sua prima direita D.Isabel, filha do regente D.Pedro
- Dezembro,17-Chefiando um exército de 12.000 homens D.Pedro saí de Avis para assumir a direcção do cerco ao castelo do Crato.
- Dezembro,29-D. Leonor de Aragão retira-se do Crato onde se recolhera com o apoio do mestre da ordem do Hospital, fugindo para Castela.
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06.04-Início da caravela,
06.05-Malogro no resgate D.Fernando,
06.06-Cortes Torres Vedras,
06.07-Cerco ao Crato,
06.08-D.Leonor foge para Castela,
z-D.Leonor-mãe
sexta-feira, 3 de abril de 2009
O casamento do príncipe herdeiro
O casamento do príncipe herdeiro D.João, com sus prima D.Leonor, estava desde 1466 concertado pelos dois irmãos o rei D.Afonso e D.Fernando duque de Viseu, muito embora os noivos contassem ela 8 anos e ele 11.
A morte de D.Fernando em 1470, teria permitido a D.Afonso alterar a opção matrimonial negociada, mas não o fez porque tal como ele já havia afirmado anteriormente, fizera voto de entregar o poder a seu filho, logo que este atingisse capacidade de governação, sendo o casamento uma forma de promover a estabilidade da coroa e desde logo assegurar a respectiva sucessão. Por esse motivo D.Afonso entendeu continuar as negociações do casamento com sua cunhada D.Beatriz.
O casamento só aconteceu em 1471 depois de obtida de Roma a necessária dispensa por impedimento de parentesco, em Setúbal em 22 de Janeiro, muito embora ainda por razões de idade, o respectivo contrato de compromisso só tenha sido rubricado em Lisboa a 16 de Setembro de 1473, após a sua consumação.
Este contrato estipulava que D.Leonor receberia de herança paterna a título de dote, o castelo de Lagos, e uma série de benesses em ouro jóias e rendas. Pela parte do rei os lugares de Sintra, Torres Vedras e Óbidos e igualmente várias rendas, bem como se estipulavam verbas a receber caso ficasse viúva. Enfim como se v~e um contrato de casamento minucioso e realmente muito benéfico para a jovem futura Rainha.
Quanto ao jovem príncipe , continuava a tendência para a entrega do poder, que como atrás disse o rei há muito preconizava, pois desde 1471, quando da tomada de Arzila que aqui referi, lhe tinha entregue a governação das "coisas de África", entregando-lhe também as rendas da Alfandega de Lisboa e dos tratos e rendas da Guiné.
Como disse apenas com 17 anos, já D.João mergulhava a fundo nos meandros da política ultramarina.
A morte de D.Fernando em 1470, teria permitido a D.Afonso alterar a opção matrimonial negociada, mas não o fez porque tal como ele já havia afirmado anteriormente, fizera voto de entregar o poder a seu filho, logo que este atingisse capacidade de governação, sendo o casamento uma forma de promover a estabilidade da coroa e desde logo assegurar a respectiva sucessão. Por esse motivo D.Afonso entendeu continuar as negociações do casamento com sua cunhada D.Beatriz.
O casamento só aconteceu em 1471 depois de obtida de Roma a necessária dispensa por impedimento de parentesco, em Setúbal em 22 de Janeiro, muito embora ainda por razões de idade, o respectivo contrato de compromisso só tenha sido rubricado em Lisboa a 16 de Setembro de 1473, após a sua consumação.
Este contrato estipulava que D.Leonor receberia de herança paterna a título de dote, o castelo de Lagos, e uma série de benesses em ouro jóias e rendas. Pela parte do rei os lugares de Sintra, Torres Vedras e Óbidos e igualmente várias rendas, bem como se estipulavam verbas a receber caso ficasse viúva. Enfim como se v~e um contrato de casamento minucioso e realmente muito benéfico para a jovem futura Rainha.
Quanto ao jovem príncipe , continuava a tendência para a entrega do poder, que como atrás disse o rei há muito preconizava, pois desde 1471, quando da tomada de Arzila que aqui referi, lhe tinha entregue a governação das "coisas de África", entregando-lhe também as rendas da Alfandega de Lisboa e dos tratos e rendas da Guiné.
Como disse apenas com 17 anos, já D.João mergulhava a fundo nos meandros da política ultramarina.
quarta-feira, 18 de março de 2009
A princesa Joana recolhe ao convento de Aveiro
O regresso triunfal de África, foram motivo de grandes festejos em todo o reino daquele que passou a usar o título de Rei de Portugal e dos Algarves dáquem e de além-mar em África. Procissões e festejos especialmente em Lisboa, como havia muito não acontecia há muitos anos.
Para toldar a felicidade do rei e do príncipe D.João, veio a notícia de que a infanta D.Joana, queria entrar para um convento, ao serviço exclusivo de Deus. Contava só 19 anos, era linda e adorada por todos o que fazia adivinhar, um futuro casamento real pomposo, mas que esta sua decisão anularia.
Muitas vezes havia formulado essa sua vontade ao pai, que sempre lhe negara autorização, pensando por certo que essa sua inclinação acabaria por passar. Tal não aconteceu, embora regente do Reino, enquanto seu pai e seu irmão combatiam por África, o certo é que logo que eles chegaram, aproveitou a ocasião para renovar o seu pedido, com o argumento extra que o fazia para agradecer a Deus a generosidade de os ter feito triunfadores e chegados salvos a casa.
O Conselho régio, aprovou a pretensão da infanta, pelo que ao rei não restou outra hipótese que não a de aceitar a decisão da filha muito embora tenha conseguido que o Conselho apenas considerasse a decisão como temporária, pelo que acabou D.Afonso V, por determinar que infanta pudesse passar algum tempo em retiro, junto de sua tia D.Filipa, no convento de Odivelas, sem contudo vestir o véu de freira.
As cortes de Lisboa, que se reuniram em 1472, vieram demonstrar que o povo, encarava com muito mais apreensão esta entrada da infanta na vida religiosa, que tomavam como definitiva e que colocava claramente, face a um eventual desastre a sucessão dinástica em perigo.
As explicações dadas aos delegados do povo, não colheram, chegando a ameaçar intervir junto do papa, contra o mosteiro, casa a infanta viesse a professar.
A infanta também não se agradava de Odivelas apenas aceitara esta opção, porque na altura lhe parecera melhor que nada, mas o seu objectivo era retirar-se para um pequeno convento em Aveiro, para viver suficientemente afastada da corte.
Foi então transferida para o convento de Santa Clara em Coimbra, já mais perto do seu objectivo. Uma coisa é certa a jovem infanta demonstrava, possuir além duma grande beleza, notável espírito negociador e diplomático, porque no percurso para Coimbra soube sugerir ao pai, uma pequena e rápida visita ao mosteiro para onde ele queria ir, era só um pequenino desvio, ao que o rei acabou por aceder.
Chegado a 4 de Agosto de 1472, ao tal conventinho, onde iria passar um pequeno retiro, nenhuma força, nenhuma argumento a fizeram mudar de ideias, de lá não continuar. Adoeceu por força dos jejuns e dos princípios que impôs a si própria. Gravemente enferma salvou-se a muito custo e provavelmente por pressão da coroa, as entidades religiosas acabaram por considerar que D.Joana, não poderia professar, por não poder suportar as severas regras do convento.
Consternada despiu o hábito, mas apenas simbolicamente, porque a prioresa do convento determinou que ela o poderia usar como irmã honorária, passando a viver como freira, sem o ser.
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37-Ano de 1472,
37.05-A princesa Joana recolhe ao convento de Aveiro,
Cortes,
z-D.Joana Princesa
quinta-feira, 5 de março de 2009
A tomada de Arzila
Sempre com o pensamento em África, pensou D.Afonso V numa nova aventura ultramarina desta feita contra Tânger, que contudo o Conselho avisadamente sugeriu que o ataque se fizesse peimeiro à praça de Arzila, por forma a enfraquecer as defesas que em forma de apoio essa praça não deixaria de prestar a Tanger.
Lá foram mandados os habituais espiões, desta vez Pero de Alcaçovas e Vicente Simões, disfarçados de mercadores para estudar a maneira de conquistar a praça.
Como habitualmente organizou-se a esquadra em 3 locais diferentes, Lisboa, Porto e Lagos, tendo posteriormente se reunindo em Lisboaas duas primeiras, navegando depois para Lagos.
A força reunida era significativa, mas com números diferentes entre os cronistas, podendo contudo estimar-se em cerca de 400 velas e 27 ou 28.000 homens, entre os quais, imprudentemente se encontrava o príncipe herdeiro,que caso acontecesse algum precalço, poderiam ficar por lá ,o rei e o príncipe herdeiro.
Partiram de Lagos a 18 de Agosto de 1471 chegando ao largo de Arzila, 3 dias depois já ao entardecer.
Pretendia-se não demorar em demasia o ataque , para que os mouros não tivessem oportunidade de se precaver, pelo que o Conselho decidiu iniciar o ataque logo pelo amanhecer do dia seguinte.
Algumas dificuldades no eventual desembarque, complicaram a entrada dos navios no porto interior, que só pode ser feito com recurso a embarcações ligeiras, gerando-se tal confusão, que chegaram inclusivamente algumas barcaças a despedaçar-se contra os recifes, morrendo inutilmente alguns combatentes.
Mesmo com essas baixas e deficiente armamento, porque as referidas condições de desembarque não tinham deixado que se trouxessem as bombardas maiores para terra o certo é que alguns dias depois a 24 de Agosto, as forças de D.Afonso V, tomaram a praça de Arzila, com inusitada violência, não acolhendo sequer aos pedidos de rendição que foram enviados.
Na violência da refrega dizem ganhou o jovem príncipe D.João, apenas com 16 anos as suas esporas de cavaleiro, mas igualmente morreram muitos fidalgos e cavaleiros portugueses.
No dia seguinte, foi a consagração da mesquita, transformando-a na igreja de Nossa Senhora da Assunção comemorando a data da saída de Lisboa.
A generosidade do rei, fez-se sentir nas comendas e títulos que destribuíu, não deixando de atribuir a D.Henrique de Menezes, conde de Valença e governador de Alcácer-Ceguer, igualmente a capitania da vila recém conquistada.
Foram igualmente feitas cativas mais de 5 mil pessoas entre as quais as duas mulheres e filhos de Mulei Xeque senhor de Arzila, mas que nessa altura ali não estava, porque havia partido para Fez em luta contra o xerife seu inimigo.
Naturalmente este também foi um factor que contribuiu para o êxito da missão .
A tomada de Arzila teve entre os mouros dolorosa repercussão, como se verá mais tarde.
Lá foram mandados os habituais espiões, desta vez Pero de Alcaçovas e Vicente Simões, disfarçados de mercadores para estudar a maneira de conquistar a praça.
Como habitualmente organizou-se a esquadra em 3 locais diferentes, Lisboa, Porto e Lagos, tendo posteriormente se reunindo em Lisboaas duas primeiras, navegando depois para Lagos.
A força reunida era significativa, mas com números diferentes entre os cronistas, podendo contudo estimar-se em cerca de 400 velas e 27 ou 28.000 homens, entre os quais, imprudentemente se encontrava o príncipe herdeiro,que caso acontecesse algum precalço, poderiam ficar por lá ,o rei e o príncipe herdeiro.
Partiram de Lagos a 18 de Agosto de 1471 chegando ao largo de Arzila, 3 dias depois já ao entardecer.
Pretendia-se não demorar em demasia o ataque , para que os mouros não tivessem oportunidade de se precaver, pelo que o Conselho decidiu iniciar o ataque logo pelo amanhecer do dia seguinte.
Algumas dificuldades no eventual desembarque, complicaram a entrada dos navios no porto interior, que só pode ser feito com recurso a embarcações ligeiras, gerando-se tal confusão, que chegaram inclusivamente algumas barcaças a despedaçar-se contra os recifes, morrendo inutilmente alguns combatentes.
Mesmo com essas baixas e deficiente armamento, porque as referidas condições de desembarque não tinham deixado que se trouxessem as bombardas maiores para terra o certo é que alguns dias depois a 24 de Agosto, as forças de D.Afonso V, tomaram a praça de Arzila, com inusitada violência, não acolhendo sequer aos pedidos de rendição que foram enviados.
Na violência da refrega dizem ganhou o jovem príncipe D.João, apenas com 16 anos as suas esporas de cavaleiro, mas igualmente morreram muitos fidalgos e cavaleiros portugueses.
No dia seguinte, foi a consagração da mesquita, transformando-a na igreja de Nossa Senhora da Assunção comemorando a data da saída de Lisboa.
A generosidade do rei, fez-se sentir nas comendas e títulos que destribuíu, não deixando de atribuir a D.Henrique de Menezes, conde de Valença e governador de Alcácer-Ceguer, igualmente a capitania da vila recém conquistada.
Foram igualmente feitas cativas mais de 5 mil pessoas entre as quais as duas mulheres e filhos de Mulei Xeque senhor de Arzila, mas que nessa altura ali não estava, porque havia partido para Fez em luta contra o xerife seu inimigo.
Naturalmente este também foi um factor que contribuiu para o êxito da missão .
A tomada de Arzila teve entre os mouros dolorosa repercussão, como se verá mais tarde.
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Arzila,
z-D.Henrique de Menezes
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
A tomada de Anafé e a morte do infante D.Fernando
O irmão do rei D.Fernando, duque de Beja e de Viseu, pai do futuro rei D.Manuel que nascera nesse ano era sem dúvida o principal fidalgo do Reino. Senhor de Moura, Serpa, Covilhã e Lagos entre muitos outros territórios, senhor dos arquipélagos de Cabo Verde, Madeira e Açores e governador das ordens militares de Santiago e de Avis. Era realmente um dos poderosos da península, mas faltava-lhe um grande feito militar. Solicitou então a seu irmão a permissão para passar a África.
Nos início de 1469 o rei autoriza e cede-lhe igualmente alguma da sua força militar.
Anafé foi a praça escolhida para o ataque.Para além da riqueza agrícola, também era uma importante base para a pirataria que dali saía para atacar as galés portuguesas que navegavam, principalmente no estreito de Gibraltar.
Anafé, a actual Casablanca, acabou por ser presa fácil, para as forças do infante D.Fernando atendendo a que o ataque, não foi feito de qualquer maneira, tendo sido preparado previamente incluindo uma viagem de espionagem, feita pelo fidalgo Estevão da Gama, que ali se havia deslocado disfarçado de mercador de figo, para trazer indicações sobre o local.
Se fácil foi a conquista desde logo se percebeu quão difícil seria a sua manutenção, que exigia recursos humanos e militares avultados, que garantissem defesa contra futuros ataques.
Consciente dessa impossibilidade, optou o infante por pilhar o que fosse possível e destruír o mais possível as muralhas e a própria cidade, após o que regressou a Portugal.
Regressado ao reino, o infante, adoece gravemente e acaba por vir a falecer em Setúbal em 18 de Setembro de 1470, apenas com 37 anos, não sem antes ter negociado o casamento de sua filha D.Leonor de Lencastre com o príncipe herdeiro D.João.
D.Fernando foi sepultado no convento de São Francisco em Setúbal, de onde alguns anos mais tarde transladado para o Mosteiro de Nossa senhora da Conceição em Beja, que por ele e sua mulher havia sido edificado.
Nos início de 1469 o rei autoriza e cede-lhe igualmente alguma da sua força militar.
Anafé foi a praça escolhida para o ataque.Para além da riqueza agrícola, também era uma importante base para a pirataria que dali saía para atacar as galés portuguesas que navegavam, principalmente no estreito de Gibraltar.
Anafé, a actual Casablanca, acabou por ser presa fácil, para as forças do infante D.Fernando atendendo a que o ataque, não foi feito de qualquer maneira, tendo sido preparado previamente incluindo uma viagem de espionagem, feita pelo fidalgo Estevão da Gama, que ali se havia deslocado disfarçado de mercador de figo, para trazer indicações sobre o local.
Se fácil foi a conquista desde logo se percebeu quão difícil seria a sua manutenção, que exigia recursos humanos e militares avultados, que garantissem defesa contra futuros ataques.
Consciente dessa impossibilidade, optou o infante por pilhar o que fosse possível e destruír o mais possível as muralhas e a própria cidade, após o que regressou a Portugal.
Regressado ao reino, o infante, adoece gravemente e acaba por vir a falecer em Setúbal em 18 de Setembro de 1470, apenas com 37 anos, não sem antes ter negociado o casamento de sua filha D.Leonor de Lencastre com o príncipe herdeiro D.João.
D.Fernando foi sepultado no convento de São Francisco em Setúbal, de onde alguns anos mais tarde transladado para o Mosteiro de Nossa senhora da Conceição em Beja, que por ele e sua mulher havia sido edificado.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
A importância dos privilégios aos habitantes da ilha de Santiago
A questão do povoamento das ilhas Atlânticas, perante a aridez do clima, dos solos e da própria paisagem, a dificuldade de aceder ao litoral das ilhas, para já não falar da distância que separava o reino e a inexistência de riquezas naturais nestas ilhas Atlânticas, fizeram que poucos os europeus se disponibilizassem para as povoar.
Mesmo assim ainda houve alguns algarvios, que valendo-se da facilidade de saída para o Atlântico
Se estes brancos iam, embora com algum receio, de livre vontade, o mesmo já não se passava com os escravos. De facto, no início da colonização de Cabo Verde, a grande maioria da população que aí podíamos encontrar era constituída por escravos da Costa da Guiné.
Estes eram trazidos para Cabo Verde de forma a iniciarem o arroteamento das terras, bem como para serem disponibilizados para outros trabalhos, uma vez que já estavam adaptados ao clima.
O que se verificava, em relação aos brancos, era que só perante a concessão de muitas liberdades e regalias, alguns partiam em direcção às ilhas recém-descobertas.
Precisamente neste sentido o rei D. Afonso V concedeu aos habitantes da ilha de Santiago o exclusivo de participação no comércio da Costa da Guiné, à excepção da fortaleza de Arguim.
Esta foi a solução encontrada para que o povoamento pudesse prosseguir por estas paragens.
Concedeu todos estes privilégios através da Carta Régia de 12 de Junho de 1466. Esta carta de 1466 implicava um aumento de poderes por parte da coroa em detrimento das prerrogativas concedidas ao donatário da ilha de Santiago, que era D. Fernando.
A partir desta altura começam-se a encontrar alguns atractivos para a fixação nestas ilhas. Os privilégios concedidos pelo poder régio, em 1466, foram extraordinariamente importantes mas a estes vieram-se-lhe juntar outros factores que proporcionaram um mais rápido povoamento do arquipélago.
A partir desta altura os portugueses, uma vez que continuavam a sua caminhada pela costa ocidental africana necessitavam de um ponto de paragem e de estadia para comerciarem com os povos africanos, uma vez que a instalação nos Rios da Guiné era impossível quer pelas condições sanitárias e clima, quer pelas constantes ofensivas desencadeadas pelos povos indígenas destas zonas.
Além disso esta localização próxima da costa de África significava uma poupança de tempo muito grande, que era extremamente importante, principalmente quando falamos do comércio de cavalos e escravos. Daí que uma boa parte da população que passa a viver em Cabo Verde sejam mercadores, que estavam a retirar grandes lucros com esta situação.
Isto quer dizer que a privilegiada posição geográfica do arquipélago foi, sem dúvida, um dos mais importantes factores de colonização.
Mesmo assim, algumas ilhas permaneceram desabitadas e outras com um povoamento muito disperso, o que facilmente se compreende já que o povoamento que se vinha a desenvolver era essencialmente mercantil e logo muito limitado às zonas litorais mais próximas do continente africano e com melhores condições portuárias, sendo muitas vezes apenas temporário.
Créditos: Retirado daqui , um trabalho de Patrícia Isabel Rodrigues Gonçalves Pereira
Mesmo assim ainda houve alguns algarvios, que valendo-se da facilidade de saída para o Atlântico
Se estes brancos iam, embora com algum receio, de livre vontade, o mesmo já não se passava com os escravos. De facto, no início da colonização de Cabo Verde, a grande maioria da população que aí podíamos encontrar era constituída por escravos da Costa da Guiné.
Estes eram trazidos para Cabo Verde de forma a iniciarem o arroteamento das terras, bem como para serem disponibilizados para outros trabalhos, uma vez que já estavam adaptados ao clima.
O que se verificava, em relação aos brancos, era que só perante a concessão de muitas liberdades e regalias, alguns partiam em direcção às ilhas recém-descobertas.
Precisamente neste sentido o rei D. Afonso V concedeu aos habitantes da ilha de Santiago o exclusivo de participação no comércio da Costa da Guiné, à excepção da fortaleza de Arguim.
Esta foi a solução encontrada para que o povoamento pudesse prosseguir por estas paragens.
Concedeu todos estes privilégios através da Carta Régia de 12 de Junho de 1466. Esta carta de 1466 implicava um aumento de poderes por parte da coroa em detrimento das prerrogativas concedidas ao donatário da ilha de Santiago, que era D. Fernando.
A partir desta altura começam-se a encontrar alguns atractivos para a fixação nestas ilhas. Os privilégios concedidos pelo poder régio, em 1466, foram extraordinariamente importantes mas a estes vieram-se-lhe juntar outros factores que proporcionaram um mais rápido povoamento do arquipélago.
A partir desta altura os portugueses, uma vez que continuavam a sua caminhada pela costa ocidental africana necessitavam de um ponto de paragem e de estadia para comerciarem com os povos africanos, uma vez que a instalação nos Rios da Guiné era impossível quer pelas condições sanitárias e clima, quer pelas constantes ofensivas desencadeadas pelos povos indígenas destas zonas.
Além disso esta localização próxima da costa de África significava uma poupança de tempo muito grande, que era extremamente importante, principalmente quando falamos do comércio de cavalos e escravos. Daí que uma boa parte da população que passa a viver em Cabo Verde sejam mercadores, que estavam a retirar grandes lucros com esta situação.
Isto quer dizer que a privilegiada posição geográfica do arquipélago foi, sem dúvida, um dos mais importantes factores de colonização.
Mesmo assim, algumas ilhas permaneceram desabitadas e outras com um povoamento muito disperso, o que facilmente se compreende já que o povoamento que se vinha a desenvolver era essencialmente mercantil e logo muito limitado às zonas litorais mais próximas do continente africano e com melhores condições portuárias, sendo muitas vezes apenas temporário.
Créditos: Retirado daqui , um trabalho de Patrícia Isabel Rodrigues Gonçalves Pereira
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