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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Acontecimentos no ano de 1447(1ªParte)

A Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma, situado na Via del Portughesi, deriva de outra muito mais antiga, que teve por titular não o nosso Santo António de Lisboa, mas Santo Antão evocado numa capela que aí existia e que em 1440 foi adquirida por D.Antão Martins de Chaves que viria ser 2 anos mais tarde bispo do Porto, anexando-a ao hospício que D. Guiomar de Lisboa havia fundado, cerca de 1363, para assistência dos peregrinos e peregrinas pobres, idos de Portugal com o fim de venerar os túmulos dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e de lucrar indulgências.

Desta invocação de Santo Antão (que em latim e italiano se diz Santo António) tornou-se fácil passar à do nosso Santo António, dito de Lisboa, porque aqui nasceu, ou de Pádua, porque aí morreu e foi sepultado.


No decurso dos tempos, a igreja foi ampliada e diversas vezes restaurada e sempre cada vez mais enriquecida.

A fachada ostenta o brasão de Portugal. O interior é harmonioso, rico em mármores, estuques e bronzes; consta de uma só nave, com quatro capelas laterais e amplo transepto.
Na primeira capela do lado esquerdo, há um quadro de Antoniazzo Romano (1430-1508), pintado sobre madeira, que representa a Virgem Maria com o Menino, Santo António e S. Francisco de Assis; é talvez a obra de arte mais antiga e de maior valor. Os restantes quadros são de autores mais recentes.

A grande tela do retábulo da abside, que representa a aparição de Nossa Senhora com o Menino a Santo António, é do pintor Giacinto Calandrucci (1646-1707).

Também é do mesmo o Baptismo de Jesus, na segunda capela do lado direito.
Singularmente expressivo é o grande quadro de Santa Isabel (entre o marido D. Dinis e o filho D. Afonso IV), no lado direito do transepto dos pintores romanos José Cades (1750-1799) e Luigi Agrícola (1710-1801), que o terminou.

Na extremidade oposta do mesmo transepto encontra-se o altar da Imaculada Conceição; o quadro foi pintado por Jácome Zoboli (1681-1717). Na capela-mor, nas duas paredes laterais, há dois quadros, pintados a óleo sobre tela à volta dos anos de 1720-1730; um deles representa as Princesas Santas Sancha e Teresa, filhas de D. Sancho I, e o outro a Princesa Santa Joana, filha de D. Afonso V.

Estas figuras, com Santa Mafalda, também se encontram nos medalhões da cúpula desde a segunda metade do século XIX, tendo sido afrescadas pela mão de Francesco Grandi (1831-1891), outrossim autor dos pendentes que representam os Santos Mâncio, Geraldo, Dâmaso e Vítor, de origem ibérica.


(Texto extraído de João Gonçalves Gaspar, Santa Joana em Roma, In: "Correio do Vouga", 1 de Agosto de 2007, p. 8.)

O cardeal D.Antão Martins de Chaves bispo do Porto morreu em Roma no dia 11 de Julho de 1447.


  • Março-Cortes de Évora
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O motivo fundamental da sua convocação, relaciona-se com a votação de pedidos destinados às festas de casamento entre D.Afonso V e D.Isabel.
Tratava-se de promover uma recolha de fundos para cobrir as despesas matrimoniais.
Contudo o respectivo contrato nupcial só seria lavrado em Lisboa no dia 6 de Maio de 1447.
É garantida a dotação à noiva D.Isabel de todas as terras e vilas que haviam pertencido à mãe de D.Afonso V, uma renda anual substancialmente maior, bem como todos os bens que lhe haviam pertencido.



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