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sábado, 5 de julho de 2008

A conquista de Alcácer Ceguer

A poderosa armada então reunida, composta por cerca de 280 naus, galés e outros navios, pelos cálculos de Damião de Góis, bem como cerca de 26.000 homens de combate, para além da tripulação e os serviçais.

A armada partiu de Lagos a 17 de Outubro de 1458, lançando ferro dois dias depois diante de Tânger, terra de dolorosas recordações para os portugueses, que ali haviam deixado como refém o infante D.Fernando que morrera em cativeiro.

A tentação de atacar essa praça foi forte na cabeça de D.Afonso V que chefiava a armada, no sentido de vingar a memória de seu tio, mas o conselho militar desaconselhou esse intento e a alteração de planos.

A aceitação dessa opinião do conselho fazia lei na épova superior à vontade do soberano. Muito embora nada o impedisse de a não respeitar, a tanto se não abalançou o rei, por corresponder ao assumir por seu único risco o ónus do eventual desastre, que não deixaria de ser criticado em cortes futuras.

Levantando ferro para dar cumprimento ao plano estabelecido, foi a armada fundear a 21 de Outubro defronte de Alcácer Ceguer.

As primeiras escaramuças foram naturalmente na praia, ao desembarque dos primeiros portugueses, mas com tal ímpeto se deu o ataque que aos mouros nada mais restou que se refugiarem dentro de muralhas.

Os combates demoraram 2 dias, até que o derrube das muralhas por bombardas, conseguira demonstrar que a sorte do ataque seria favorável aos portuguese, pelo que os sitiados temendo serem chacinados, propuseram a rendição na condição de permitirem a saída dos moradores com seus haveres.

Obtido o consentimento, com a condição de entregarem todos os reféns e todos os cativos cristãos que na vila houvesse. Saído o último habitante então se organizou uma procissão, com D.Afonso apeado para tomar posse da praça, até à mesquita que fez consagrar e dedicar a Santa Maria da Misericórdia.

Grandes festejos e distribuição de mercês se seguiram, tendo sido nomeado D.Duarte de Menezes capitão da praça conquistada. Após as respectivas reparações e reforço de guarnição, retira a esquadra com destino a Ceuta.

Era a primeira vez que o Africano, visitava Ceuta, ao chegar lá e ao comparar a grandeza e o esplendor desta cidade, com a pequenez e a pobreza de Álcacer Ceguer, cuja conquista tanto o satisfizera, não deixava agora de experimentar alguma decepção.


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