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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Acontecimentos no ano de 1459


  • Mapa mundo de Frei Mauro

Pensa-se que um aventureiro veneziano Niccolà Da Conti, obteve um mapa junto dos chineses e o deu a Frei Mauro, cartógrafo que elaborou o célebre mapa-mundi de 1459,
tido como fantasioso. Mauro trabalhava para Portugal desde o tempo do rei D Pedro II, irmão do infante dom Henrique, fundador da Escola de Sagres.

Fra Mauro executou, de 1457 a 1459, esse belíssimo mapa-mundi, que ainda se pode observar no mosteiro de São Miguel de Murano, perto de Veneza.

Cartografou a totalidade do velho mundo, com notável precisão, incluindo comentários que reflectiam o conhecimento geográfico da época.

O seu mapa é um dos primeiros a representar o longínquo Japão.

Fra Mauro criou este mapa com o seu assistente Andrea Bianco, navegador-cartógrafo, no seio de uma comissão nomeada por D. Afonso V. A execução do mapa terminou a 24 de Abril 1459, sendo enviado para Portugal, mas perdeu-se.

Uma carta do legislador de Veneza acompanhava o mapa, dirigida ao Infante D. Henrique, Essa carta encorajava o príncipe a continuar o financiamento de viagens de exploração.

Fra Mauro morreu no ano seguinte, enquanto fazia uma cópia do mapa para o senhor de Veneza, sendo essa cópia terminada por Andrea Bianco e que hoje está na Biblioteca Marciana (Veneza).

Uma outra carta náutica sua (um portulano) está na Biblioteca do Vaticano, e outra numa colecção particular.


  • As cortes de Lisboa
Os custos da campanha de Alcácer Ceguer, pesavam no erário público, que levaram D.Afonso a reunir cortes de novo em Lisboa. Os procuradores populares levantaram a voz contra as despesas excessivas da Cortes, apontando igualmente para o abusivo número de tenças concedidas pelo rei, revelando que desejavam uma reforma no serviços prestados no arquivo real e para que a Coroa não consentisse na requisição dos lavradores, para ofício de guerra ou que os filhos daqueles fossem tomados para serviço dos fidalgos, soluções que evitariam o despovoamento das terras, que tanto se faziam sentir.

Foram cortes sem consenso entre as reivindicações populares e a necessidade de fundos da coroa que levaram à convocação de novas cortes agora marcadas para Évora para o ano seguinte.

quarta-feira, 18 de março de 2009

A princesa Joana recolhe ao convento de Aveiro



O regresso triunfal de África, foram motivo de grandes festejos em todo o reino daquele que passou a usar o título de Rei de Portugal e dos Algarves dáquem e de além-mar em África. Procissões e festejos especialmente em Lisboa, como havia muito não acontecia há muitos anos.

Para toldar a felicidade do rei e do príncipe D.João, veio a notícia de que a infanta D.Joana, queria entrar para um convento, ao serviço exclusivo de Deus. Contava só 19 anos, era linda e adorada por todos o que fazia adivinhar, um futuro casamento real pomposo, mas que esta sua decisão anularia.

Muitas vezes havia formulado essa sua vontade ao pai, que sempre lhe negara autorização, pensando por certo que essa sua inclinação acabaria por passar. Tal não aconteceu, embora regente do Reino, enquanto seu pai e seu irmão combatiam por África, o certo é que logo que eles chegaram, aproveitou a ocasião para renovar o seu pedido, com o argumento extra que o fazia para agradecer a Deus a generosidade de os ter feito triunfadores e chegados salvos a casa.

O Conselho régio, aprovou a pretensão da infanta, pelo que ao rei não restou outra hipótese que não a de aceitar a decisão da filha muito embora tenha conseguido que o Conselho apenas considerasse a decisão como temporária, pelo que acabou D.Afonso V, por determinar que infanta pudesse passar algum tempo em retiro, junto de sua tia D.Filipa, no convento de Odivelas, sem contudo vestir o véu de freira.

As cortes de Lisboa, que se reuniram em 1472, vieram demonstrar que o povo, encarava com muito mais apreensão esta entrada da infanta na vida religiosa, que tomavam como definitiva e que colocava claramente, face a um eventual desastre a sucessão dinástica em perigo.

As explicações dadas aos delegados do povo, não colheram, chegando a ameaçar intervir junto do papa, contra o mosteiro, casa a infanta viesse a professar.

A infanta também não se agradava de Odivelas apenas aceitara esta opção, porque na altura lhe parecera melhor que nada, mas o seu objectivo era retirar-se para um pequeno convento em Aveiro, para viver suficientemente afastada da corte.

Foi então transferida para o convento de Santa Clara em Coimbra, já mais perto do seu objectivo. Uma coisa é certa a jovem infanta demonstrava, possuir além duma grande beleza, notável espírito negociador e diplomático, porque no percurso para Coimbra soube sugerir ao pai, uma pequena e rápida visita ao mosteiro para onde ele queria ir, era só um pequenino desvio, ao que o rei acabou por aceder.

Chegado a 4 de Agosto de 1472, ao tal conventinho, onde iria passar um pequeno retiro, nenhuma força, nenhuma argumento a fizeram mudar de ideias, de lá não continuar. Adoeceu por força dos jejuns e dos princípios que impôs a si própria. Gravemente enferma salvou-se a muito custo e provavelmente por pressão da coroa, as entidades religiosas acabaram por considerar que D.Joana, não poderia professar, por não poder suportar as severas regras do convento.

Consternada despiu o hábito, mas apenas simbolicamente, porque a prioresa do convento determinou que ela o poderia usar como irmã honorária, passando a viver como freira, sem o ser.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Acontecimentos no ano de 1447(1ªParte)

A Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma, situado na Via del Portughesi, deriva de outra muito mais antiga, que teve por titular não o nosso Santo António de Lisboa, mas Santo Antão evocado numa capela que aí existia e que em 1440 foi adquirida por D.Antão Martins de Chaves que viria ser 2 anos mais tarde bispo do Porto, anexando-a ao hospício que D. Guiomar de Lisboa havia fundado, cerca de 1363, para assistência dos peregrinos e peregrinas pobres, idos de Portugal com o fim de venerar os túmulos dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e de lucrar indulgências.

Desta invocação de Santo Antão (que em latim e italiano se diz Santo António) tornou-se fácil passar à do nosso Santo António, dito de Lisboa, porque aqui nasceu, ou de Pádua, porque aí morreu e foi sepultado.


No decurso dos tempos, a igreja foi ampliada e diversas vezes restaurada e sempre cada vez mais enriquecida.

A fachada ostenta o brasão de Portugal. O interior é harmonioso, rico em mármores, estuques e bronzes; consta de uma só nave, com quatro capelas laterais e amplo transepto.
Na primeira capela do lado esquerdo, há um quadro de Antoniazzo Romano (1430-1508), pintado sobre madeira, que representa a Virgem Maria com o Menino, Santo António e S. Francisco de Assis; é talvez a obra de arte mais antiga e de maior valor. Os restantes quadros são de autores mais recentes.

A grande tela do retábulo da abside, que representa a aparição de Nossa Senhora com o Menino a Santo António, é do pintor Giacinto Calandrucci (1646-1707).

Também é do mesmo o Baptismo de Jesus, na segunda capela do lado direito.
Singularmente expressivo é o grande quadro de Santa Isabel (entre o marido D. Dinis e o filho D. Afonso IV), no lado direito do transepto dos pintores romanos José Cades (1750-1799) e Luigi Agrícola (1710-1801), que o terminou.

Na extremidade oposta do mesmo transepto encontra-se o altar da Imaculada Conceição; o quadro foi pintado por Jácome Zoboli (1681-1717). Na capela-mor, nas duas paredes laterais, há dois quadros, pintados a óleo sobre tela à volta dos anos de 1720-1730; um deles representa as Princesas Santas Sancha e Teresa, filhas de D. Sancho I, e o outro a Princesa Santa Joana, filha de D. Afonso V.

Estas figuras, com Santa Mafalda, também se encontram nos medalhões da cúpula desde a segunda metade do século XIX, tendo sido afrescadas pela mão de Francesco Grandi (1831-1891), outrossim autor dos pendentes que representam os Santos Mâncio, Geraldo, Dâmaso e Vítor, de origem ibérica.


(Texto extraído de João Gonçalves Gaspar, Santa Joana em Roma, In: "Correio do Vouga", 1 de Agosto de 2007, p. 8.)

O cardeal D.Antão Martins de Chaves bispo do Porto morreu em Roma no dia 11 de Julho de 1447.


  • Março-Cortes de Évora
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O motivo fundamental da sua convocação, relaciona-se com a votação de pedidos destinados às festas de casamento entre D.Afonso V e D.Isabel.
Tratava-se de promover uma recolha de fundos para cobrir as despesas matrimoniais.
Contudo o respectivo contrato nupcial só seria lavrado em Lisboa no dia 6 de Maio de 1447.
É garantida a dotação à noiva D.Isabel de todas as terras e vilas que haviam pertencido à mãe de D.Afonso V, uma renda anual substancialmente maior, bem como todos os bens que lhe haviam pertencido.



quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Acontecimentos no ano de 1442

(armas primitivas da Casa de Bragança)


  • Janeiro,25-Cortes de Évora-Confirmação das cortes de 1439 e decisão de confiscação de todos os bens de D. Leonor e proibição de voltar a Portugal.
Foi além disso clarificada nestas Cortes que a defesa desta posição, poderia levar ás últimas consequência de entrar em guerra com Castela.

Decisão que foi comunicada aos embaixadores que então se encontravam na Corte portuguesa.
Foi mesmo decidido enviar uma embaixada à corte castelhana para explicar os inconvenientes do regresso de D.Leonor a Portugal.

Despede-se então D.Leonor de Aragão a Treiste Reina da corte portuguesa para se refugiar em Toledo, como pobre e envergonhada recolhida à caridade de D.Maria Silva.
  • Outubro,18-Ordem de Santiago- Por morte de D.João em Alcácer do Sal, sucede-lhe como governador daquela Ordem e no cargo de Condestável do Reino, o seu filho D.Diogo.
D.João filho de D.João I e D.Filípa de Lencastre era tio do rei D.Afonso V. Foi designado mestre da Ordem de Santiago de Espada em 1418.
Nas Cortes de Leiria de 1438, pronunciou-se a favor da entrega de Ceuta para resgate do infante D. Fernando, seu irmão.
  • Dezembro,30-Casa de Bragança-D.Pedro regente em nome de D.Afonso VI doa a D.Afonso conde de Barcelos a vila de Bragança com o titulo de duque.

D.Afonso filho natural de D.João I e de Inês Pires Esteves, foi o 1º Duque de Bragança, ele que já era conde de Barcelos, inaugurou uma dinastia, que haveria de ser considerada a família mais poderosa de Portugal, cujo 8º duque será mais tarde coroado como rei como D.João IV em 1640, mantendo-se como detentores da coroa durante mais 270 anos.

O património do duque de Bragança foi bastante alargado quando do seu casamento com D. Beatriz Pereira de Alvim, filha de D. Nuno Álvares Pereira e de D. Leonor Alvim