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sábado, 2 de fevereiro de 2008

Acontecimentos no ano de 1446

No dia 15 de Janeiro de 1446, D.Afonso V perfez 14 anos, segundo os costumes atingia a maioridade, sendo-lhe reconhecido o direito à administração e posse do reino.

Nesse dia em Lisboa no Palácio das Alcáçovas, em sessão plenária de Cortes, o regente D.Pedro entrega ao sobrinho a vara real da justiça.

Segundo Ruy de Pina o cronista e porque as pressões nomeadamente do tio D.Henrique, foram bastante grandes, no sentido do governo de Portugal, se manter mais algum tempo, nas mãos do ex-regente D.Pedro, tendo o rei aceitado "porque receava não poder sozinho com tamanho cargo".

Assim aconteceu realmente mas desde essa altura nunca mais D.Afonso V deixará de intervir nos negócios do reino.

Foi também nestas cortes em Lisboa, que se confirmou oficialmente o casamento de D.Afonso V com sua prima D.Isabel filha do seu tio D.Pedro. O contrato nupcial só será celebrado em Maio de 1447.

Outros acontecimentos em Portugal
  • Julho,28-Ordenações Afonsinas.
Esta ordenações consistiram numa colectânea de todas as leis que tinham sido publicadas no Reino e que correspondia a um pedido várias vezes solicitado em Cortes, por forma a que se coordenasse e actualizasse o direito vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça.

Esse trabalho já havia começado no tempo de D.Duarte pela mão do Doutor Rui Fernandes.

As ordenações foram contudo posteriormente revistas pelo regente D.Pedro.
As Ordenações encontram-se divididas em cinco livros.

Todos os livros são precedidos de preâmbulo, que no primeiro é mais extenso que nos restantes, pois lá se narra a história da compilação.

Quem estiver interessado na leitura integral clicar aqui

Este trabalho foi realizado por:
Livro I,II,III e IV
Ivone Susana Cortesão Heitor
Livro V
Anabela Maia
Liliana Ventura
José Carlos Marques
Duarte Freitas

Nas cadeiras de Introdução à Informática para as Ciências Sociais e Humanas e Métodos informáticos paras as Ciências Sociais e Humanas, do Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras de Coimbra.
  • Novas aventuras no desconhecido
.Expedição de Álvaro Fernandes, que terá atingido o rio Casamansa e a enseada final de Varela, no limiar norte da actual Guiné-Bissau, passando 110 légua além de Cabo Verde.

.Nuno Tristão, parte para um reconhecimento da costa africana, atingindo o rio do Nuno na Guiné francesa. Sendo morto nesta empresa pelo nativos

.João Infante filho de Nuno Tristão, descobre o rio Grande (rio Geba na actual Guiné-Bissau).

.Estevão Afonso atinge o rio Gâmbia na região dos Mandingas.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Primeiras aventuras no desconhecido(1445)

Neste ano aconteceram mais algumas incursões marítimas, algumas ainda um pouco incipientes como a de Dinis Eanes da Grã, Álvaro Gil percorrendo 6 léguas par além de Cabo Verde na hoje designada Petite Côte que é um troço de costa senegalesa situadas a sul de Dakar, entre Península de Cabo Verde e do Sine-Saloum.

Outras de maior dimensão com a frota organizada em Lagos, donde saiu Álvaro Fernandes, sobrinho de João Gonçalves Zarco, que passando Cabo Verde segue até ao cabo dos Mastos ou Vermelho.

João Fernandes, companheiro de Antão Gonçalves na viagem ao Rio do Ouro, deambula pelo interior de África até Tegazza (região dos Tuaregues), durante sete meses é o 1º explorador europeu em África.Saí em demanda do Prestes João. Rei que se julgava existir e ser católico que ajudaria na conquista de Marrocos.

A casa dos Tratos de Arguim (Mauritânia) inicia as suas actividades comerciais em Lagos ao mesmo tempo que se inicia a construção duma feitoria naquele local, que seria o primeiro estabelecimento comercial dos Portugueses na África negra.

4ª expedição comandada por Nuno Tristão vai até ao Rio Grande que corresponde ao Geba ou à Gâmbia.

Outros acontecimentos em Portugal
  • Fevereiro,18-Morte em Toledo de D.Leonor de Aragão, viúva de D.Duarte e mãe do rei D.Afonso V.
O regente D.Pedro consegue trazer para Portugal a jovem infanta D.Joana que se junto em Lisboa a sua irmã Catarina ficando ambas entregues aos cuidados duma ama comum, mas que viriam a ter destinos bem diferentes.

D.Joana viria a casar com Henrique IV de Castela, casamento de que nasceu D. Joana, a Beltraneja, para muitos considerada filha dos amores adulterinos de D. Joana com o nobre D. Beltrán de la Cueva.

D.Catarina, rometida a D. Carlos, príncipe de Navarra, por morte deste recolheu-se ao Convento de Santa Clara.

Foi princesa culta e autora de várias obras de fundo religioso e moral.

sábado, 5 de janeiro de 2008

O comércio de escravos um novo negócio

  • Agosto,08-A partilha de escravos na vila de Lagos
(antigo mercado de escravos em Lagos)

As viagens portugueses à África Ocidental sofreram uma pequena pausa (ou abrandamento), no último quartel dos anos trinta, mas foram retomadas no princípio da década de quarenta, com resultados que pareciam ter uma importância económica significativa, sobretudo a captura de escravos, ao ponto de motivarem a iniciativa privada para armar navios e levar a cabo algumas expedições.

A primeira delas tem lugar no ano de 1444, é proposta por um tal Lançarote,“almoxarife de el-Rei naquela vila de Lagos”, e leva como segunda figura e capitão de um dos navios, Gil Eanes, “aquele que escrevemos que primeiramente passara o cabo Bojador” – como diz o cronista.

São seis caravelas que se dirigem à Ilha das Garças, a sul dos Baixos de Arguim, onde Nuno Tristão já tinha estado no ano anterior.

A expedição tinha objectivos essencialmente comerciais, mas isso não era incompatível com a exploração de algumas das ilhas mais a sul, sobre as quais, aliás, já havia informações concretas de que era possível fazer grande número de cativos, como viria a acontecer.

Em Naar e Tider, com relativa facilidade, deram caça aos mouros que andavam desprevenidos em fainas de pesca, ou que viviam perto da costa. A zona não é fácil para a navegação com as caravelas, mas à custa dos batéis e com saídas bruscas obtiveram o maior número de escravos que alguma vez tinha sido feito por qualquer expedição portuguesa.

No dia 8 de Agosto de 1444 – um dia após a sua chegada – teve lugar no terreiro, defronte da porta da vila de Lagos, a macabra partilha duma mercadoria que se viria a tornar habitual.

Esta partilha tem como assistente o Infante D.Henrique e a crónica dos feitos da Guiné de Zurara, relata dum forma impressionante, eis uma passagem ;


Mas qual seria o coração, por duro que ser podesse, ti que não fosse pungido de piedoso sentimento, vendo assim aquela companha? Que uns tinham as caras baixas e os rostros lavados com lagrimas, olhando uns contra os outros; outros estavam gemendo mui dolorosamente, esguardando a altura dos ceus, firmando os olhos em eles, bradando altamente, como se pedissem acorro ao Padre da natureza; outros feriam seu rostro com suas palmas, lançando-se tendidos no meio do chão; outros faziam suas lamentações em maneira de canto, segundo o costume de sua terra, nas quaes, posto que as palavras da linguagem dos nossos não podesse ser entendida, bem correspondia ao grau de sua tristeza.

  • Outras incursões pela costa de África neste ano
Gonçalo Sintra descrito por Zurara como tendo sido «moço de estribeyra» e mais tarde escudeiro do Infante D. Henrique, e que, ao seu serviço, juntamente com Dinis Dias, terá descoberto o Cabo Branco e a ilha de Arguim, vindo a falecer, juntamente com a tripulação em 1444 na ilha de Naar ou de Tíder.

Diogo Afonso, criado do Infante D.Henrique, juntamente com Antão Gonçalves e Gomes Pires, terá chegado ao Rio do Ouro, com 3 caravelas.

É ainda em 1444 que um caravela comandada por Nuno Tristão realiza um progresso significativo, a chegada à Terra dos Negros ou Guiné, que garante aos navegantes que haviam chegado a um novo espaço verde e de aparência fértil em contraste com a terra desértica e arenosa que até aí haviam tocado.

Dinis Dias volta outra vez ainda este ano, comandando uma caravela armada em Lagos, avançando até à ilha da Palma no actual Senegal.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Acontecimento no ano de 1443


  • Nuno Tristão atinge as ilhas Gete, Garças e Arguim no golfo de Arguim.
Nuno Tristão foi o primeiro português a capitanear uma caravela a sul do cabo Bojador.
A ele se deve o reconhecimento do Golfo de Arguim, onde posteriormente se procedeu à construção de uma feitoria. Grande impulsionador do comércio africano, morreu envenenado por setas indígenas durante uma escaramuça na zona da Senegâmbia.

  • Intensifica-se a colonização dos Açores.
Em 1439 o Infante inicia a colonização das ilhas num processo que seria extremamente lento e difícil não só pela falta de mão-de-obra disponível no reino, como, e essencialmente, pela severidade do terreno e pelo assombro da missão.

Os primeiros povoadores lutaram não só contra as contrariedades da geografia das ilhas, ausentes de bons portos de ancoradouro, plenas de escarpas e declives abruptos, fenómenos vulcânicos, sismicidade, clima adverso, mas também contra um enorme manto de misticismo que cobria esta parte do oceano, um enorme nevoeiro de incerteza.

É principalmente por isto que a colonização das ilhas é feita lentamente e por gentes de várias proveniências, não só de várias partes do Portugal continental, Alentejo e Algarve predominantemente, mas também do Minho e da Beira, bem como da Flandres e de Castela, ao que se juntaram escravos e degredados.

São escassos os dados concretos sobre a história e a sequência do povoamento das ilhas, mas sabe-se da doação a Gonçalo Velho de Santa Maria, da colonização de São Miguel por criados do Infante e fidalgos madeirenses no lugar da Povoação, do recurso a flamengos, fruto das boas relações, à época, de Portugal com a Flandres, dos quais se destacam Jacome de Bruges que se fixou na ilha Terceira, Jost von Verter (Jost de Utre, Josse Dutra) e Willem van der Hagenterceirenses e madeirenses


(ver o excelente artigo Esquiços para uma ideia de açores IV )