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quinta-feira, 5 de março de 2009

A tomada de Arzila



Sempre com o pensamento em África, pensou D.Afonso V numa nova aventura ultramarina desta feita contra Tânger, que contudo o Conselho avisadamente sugeriu que o ataque se fizesse peimeiro à praça de Arzila, por forma a enfraquecer as defesas que em forma de apoio essa praça não deixaria de prestar a Tanger.

Lá foram mandados os habituais espiões, desta vez Pero de Alcaçovas e Vicente Simões, disfarçados de mercadores para estudar a maneira de conquistar a praça.

Como habitualmente organizou-se a esquadra em 3 locais diferentes, Lisboa, Porto e Lagos, tendo posteriormente se reunindo em Lisboaas duas primeiras, navegando depois para Lagos.

A força reunida era significativa, mas com números diferentes entre os cronistas, podendo contudo estimar-se em cerca de 400 velas e 27 ou 28.000 homens, entre os quais, imprudentemente se encontrava o príncipe herdeiro,que caso acontecesse algum precalço, poderiam ficar por lá ,o rei e o príncipe herdeiro.


Partiram de Lagos a 18 de Agosto de 1471 chegando ao largo de Arzila, 3 dias depois já ao entardecer.

Pretendia-se não demorar em demasia o ataque , para que os mouros não tivessem oportunidade de se precaver, pelo que o Conselho decidiu iniciar o ataque logo pelo amanhecer do dia seguinte.


Algumas dificuldades no eventual desembarque, complicaram a entrada dos navios no porto interior, que só pode ser feito com recurso a embarcações ligeiras, gerando-se tal confusão, que chegaram inclusivamente algumas barcaças a despedaçar-se contra os recifes, morrendo inutilmente alguns combatentes.

Mesmo com essas baixas e deficiente armamento, porque as referidas condições de desembarque não tinham deixado que se trouxessem as bombardas maiores para terra o certo é que alguns dias depois a 24 de Agosto, as forças de D.Afonso V, tomaram a praça de Arzila, com inusitada violência, não acolhendo sequer aos pedidos de rendição que foram enviados.


Na violência da refrega dizem ganhou o jovem príncipe D.João, apenas com 16 anos as suas esporas de cavaleiro, mas igualmente morreram muitos fidalgos e cavaleiros portugueses.

No dia seguinte, foi a consagração da mesquita, transformando-a na igreja de Nossa Senhora da Assunção comemorando a data da saída de Lisboa.


A generosidade do rei, fez-se sentir nas comendas e títulos que destribuíu, não deixando de atribuir a D.Henrique de Menezes, conde de Valença e governador de Alcácer-Ceguer, igualmente a capitania da vila recém conquistada.

Foram igualmente feitas cativas mais de 5 mil pessoas entre as quais as duas mulheres e filhos de Mulei Xeque senhor de Arzila, mas que nessa altura ali não estava, porque havia partido para Fez em luta contra o xerife seu inimigo.

Naturalmente este também foi um factor que contribuiu para o êxito da missão .


A tomada de Arzila teve entre os mouros dolorosa repercussão, como se verá mais tarde.