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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fundação do convento de NS da Conceição em Beja



O Real Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição foi fundado na segunda metade do século XV pelos Infantes D. Fernando, primeiro duque de Beja, e sua mulher, D. Beatriz, pais da rainha D. Leonor e do futuro rei D. Manuel I.

Construído a partir de um pequeno retiro de freiras contíguo ao palácio dos Infantes, o Convento de Conceição pertencia à ordem de Santa Clara e encontrava-se sob jurisdição franciscana.

Do seu aspecto geral ainda hoje subsistem algumas influências do tardo-gótico em Portugal, nomeadamente o portal gótico flamejante da igreja, as janelas de duplo arco tipicamente mudejar e a platibanda rendilhada, que revelam uma importante transição para o Manuelino.

Do espaço primitivo fazem parte a Igreja, o Claustro e a Sala do Capítulo.

Entra-se pela Igreja a partir do Côro Baixo, no qual se salienta um pequeno túmulo, de estilo gótico-flamejante, da primeira abadessa do Convento, D. Uganda.

A Igreja, de uma só nave, encontra-se revestida de talha dourada dos séculos XVII e XVIII.

A arquitectura do exterior reflecte toda a sobriedade dos monumentos religiosos, deslumbrantemente rematada com platibandas rendilhadas, onde se destaca a graciosa torre sineira.

De portal manuelino, possui um vestíbulo que dá acesso à Igreja, revestida de talha dourada; à esquerda, um portal gótico dá acesso directo da rua para o interior. Dos quatro altares que possui, três são em talha (dois do século XVII e um do século XVIII) e o último, dedicado a São João Baptista, é revestido com mosaico florentino.

O núcleo inicial do convento mantém-se, estendendo-se para o lado direito da Igreja as várias salas que o compunham, assim como o claustro.

Este convento também ficou conhecido por uma das suas antigas religiosas, Mariana Alcoforado, que no século XVII, escreveu as famosas "Lettres Portugaises" ao cavaleiro francês Marquês de Chamilly, por quem estava perdidamente apaixonada.

Ainda é possível ver a Janela de Mértola. através da qual esta religiosa via o seu amado.

e que evoca a triste e romântica paixão desta freira, cuja história inspirou poetas e pintores de todo o mundo.

No Convento, funciona actualmente o Museu Regional Rainha Dona Leonor.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Chegada a Portugal das reliquias do Infante D.Fernando

O infante D.Fernando, teve culto no Mosteiro da Batalha, desde o ano de 1451, em que foram depositadas no seu túmulo as “relíquias da fressura, coração e tripas e de tudo o que foi tirado do corpo deste Infante quando o em Fez os mouros fizeram abrir”.

Este culto sobreviveu à proibição das festas em sua honra, pelo Bispo de Leiria, D. Martim Afonso Mexia (1605-1615), “por não ser o Infante beatificado nem canonizado” (Couseiro (c. 1657) e às determinações da Constituição “Coelestis Hierusalem”, do Papa Urbano VIII (1634), proibindo o culto a pessoas que não tivessem sido, ao menos, beatificadas pela Igreja, a não ser que se provasse um culto imemorial.

Num Congresso, realizado em Santarém, no 6º centenário do nascimento de D. Fernando, foi proposta, por D. Eurico Dias Nogueira, a retomada do processo de beatificação, já sugerida por Domingos Maurício Gomes dos Santos, em 1927 (“não só em repor no lugar que lhe compete na história, a figura esquecida do cativo de Fez, mas colocá-la aí, em todo o fulgor da sua verdadeira história, isto é, aureolada pelos esplendores do culto canónico e de gratidão patriótica”).

Uma comissão de pessoas, estudiosas desta figura histórica, propuseram ao Senhor D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, na sua qualidade de bispo da diocese de Leiria-Fátima, onde se encontra o túmulo do Infante, no mosteiro da Batalha, a introdução da causa de canonização, proposta que ainda não teve seguimento.

Fonte: Diocese Leiria-Fátima

As relíquias de D.Fernando foram trazidas para Portugal por Frei João Álvares que foi moço de câmara e secretário do Infante D. Fernando, tendo-o acompanhado na frustrada campanha de conquista de Tânger, no Marrocos, em 1437.

Capturado com o príncipe, esteve prisioneiro com ele em Arzila e em Fez, sendo resgatado em 1448, cinco anos depois da morte do D. Fernando.

Em 1450 voltou a Marrocos para buscar relíquias do príncipe, que começava a ser referenciado como o Infante Santo.

De volta a Portugal, o Infante D. Henrique pediu-lhe que escrevesse uma Crónica dos feitos do irmão, que João Álvares escreveu provavelmente entre 1451 e 1460.

João Álvares era a pessoa indicada para isso pois havia acompanhado o Infante durante longo tempo em Portugal e foi testemunha do seu cativeiro e morte no Magrebe.

A obra, inicialmente manuscrita, veio a ser impressa pela primeira vez em 1527 com o título Tratado da vida e dos feitos do muito vertuoso Senhor Infante D. Fernando em Lisboa. Foi novamente impressa em Coimbra em 1577.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A tomada de Anafé e a morte do infante D.Fernando

O irmão do rei D.Fernando, duque de Beja e de Viseu, pai do futuro rei D.Manuel que nascera nesse ano era sem dúvida o principal fidalgo do Reino. Senhor de Moura, Serpa, Covilhã e Lagos entre muitos outros territórios, senhor dos arquipélagos de Cabo Verde, Madeira e Açores e governador das ordens militares de Santiago e de Avis. Era realmente um dos poderosos da península, mas faltava-lhe um grande feito militar. Solicitou então a seu irmão a permissão para passar a África.

Nos início de 1469 o rei autoriza e cede-lhe igualmente alguma da sua força militar.

Anafé foi a praça escolhida para o ataque.Para além da riqueza agrícola, também era uma importante base para a pirataria que dali saía para atacar as galés portuguesas que navegavam, principalmente no estreito de Gibraltar.

Anafé, a actual Casablanca, acabou por ser presa fácil, para as forças do infante D.Fernando atendendo a que o ataque, não foi feito de qualquer maneira, tendo sido preparado previamente incluindo uma viagem de espionagem, feita pelo fidalgo Estevão da Gama, que ali se havia deslocado disfarçado de mercador de figo, para trazer indicações sobre o local.

Se fácil foi a conquista desde logo se percebeu quão difícil seria a sua manutenção, que exigia recursos humanos e militares avultados, que garantissem defesa contra futuros ataques.

Consciente dessa impossibilidade, optou o infante por pilhar o que fosse possível e destruír o mais possível as muralhas e a própria cidade, após o que regressou a Portugal.

Regressado ao reino, o infante, adoece gravemente e acaba por vir a falecer em Setúbal em 18 de Setembro de 1470, apenas com 37 anos, não sem antes ter negociado o casamento de sua filha D.Leonor de Lencastre com o príncipe herdeiro D.João.

D.Fernando foi sepultado no convento de São Francisco em Setúbal, de onde alguns anos mais tarde transladado para o Mosteiro de Nossa senhora da Conceição em Beja, que por ele e sua mulher havia sido edificado.