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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A importância dos privilégios aos habitantes da ilha de Santiago

A questão do povoamento das ilhas Atlânticas, perante a aridez do clima, dos solos e da própria paisagem, a dificuldade de aceder ao litoral das ilhas, para já não falar da distância que separava o reino e a inexistência de riquezas naturais nestas ilhas Atlânticas, fizeram que poucos os europeus se disponibilizassem para as povoar.

Mesmo assim ainda houve alguns algarvios, que valendo-se da facilidade de saída para o Atlântico

Se estes brancos iam, embora com algum receio, de livre vontade, o mesmo já não se passava com os escravos. De facto, no início da colonização de Cabo Verde, a grande maioria da população que aí podíamos encontrar era constituída por escravos da Costa da Guiné.

Estes eram trazidos para Cabo Verde de forma a iniciarem o arroteamento das terras, bem como para serem disponibilizados para outros trabalhos, uma vez que já estavam adaptados ao clima.


O que se verificava, em relação aos brancos, era que só perante a concessão de muitas liberdades e regalias, alguns partiam em direcção às ilhas recém-descobertas.

Precisamente neste sentido o rei D. Afonso V concedeu aos habitantes da ilha de Santiago o exclusivo de participação no comércio da Costa da Guiné, à excepção da fortaleza de Arguim.

Esta foi a solução encontrada para que o povoamento pudesse prosseguir por estas paragens.

Concedeu todos estes privilégios através da Carta Régia de 12 de Junho de 1466. Esta carta de 1466 implicava um aumento de poderes por parte da coroa em detrimento das prerrogativas concedidas ao donatário da ilha de Santiago, que era D. Fernando.

A partir desta altura começam-se a encontrar alguns atractivos para a fixação nestas ilhas. Os privilégios concedidos pelo poder régio, em 1466, foram extraordinariamente importantes mas a estes vieram-se-lhe juntar outros factores que proporcionaram um mais rápido povoamento do arquipélago.

A partir desta altura os portugueses, uma vez que continuavam a sua caminhada pela costa ocidental africana necessitavam de um ponto de paragem e de estadia para comerciarem com os povos africanos, uma vez que a instalação nos Rios da Guiné era impossível quer pelas condições sanitárias e clima, quer pelas constantes ofensivas desencadeadas pelos povos indígenas destas zonas.

Além disso esta localização próxima da costa de África significava uma poupança de tempo muito grande, que era extremamente importante, principalmente quando falamos do comércio de cavalos e escravos. Daí que uma boa parte da população que passa a viver em Cabo Verde sejam mercadores, que estavam a retirar grandes lucros com esta situação.

Isto quer dizer que a privilegiada posição geográfica do arquipélago foi, sem dúvida, um dos mais importantes factores de colonização.

Mesmo assim, algumas ilhas permaneceram desabitadas e outras com um povoamento muito disperso, o que facilmente se compreende já que o povoamento que se vinha a desenvolver era essencialmente mercantil e logo muito limitado às zonas litorais mais próximas do continente africano e com melhores condições portuárias, sendo muitas vezes apenas temporário.

Créditos: Retirado daqui , um trabalho de Patrícia Isabel Rodrigues Gonçalves Pereira

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