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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Construção do Castelo de Arguim por Soeiro Gomes

O Atlântico conheceu, já em 1445, a primeira feitoria portuguesa na África,
conforme cita o historiador Charles Boxer: “Durante alguns anos os portugueses
limitaram-se a conduzir os ataques ou a realizar um comércio pacífico de escravos a partir dos barcos que navegavam pela costa,rumo sul, ancorando em angras ou estuários favoráveis.

Essa utilização do navio como base flutuante manteve-se sempre em voga, mas foi
complementada pelo estabelecimento de feitorias ou postos comerciais em terra. A primeira dessas feitorias foi estabelecida em Arguim (ao sul do Cabo Branco) por volta de 1445,numa tentativa de controlar o comércio transsariano do Sudão Ocidental.

Dez anos mais tarde, ali se construiu uma fortaleza, onde os portugueses trocavam cavalos, tecidos, objetos de latão e trigo por ouro em pó, escravos e marfim.”

Nos ancoradouros habituais construíam-se feitorias. As riquezas ali acumulada demandavam
a construção de fortalezas. E, como na Europa, em torno das maiores fortalezas,nasciam as cidades.

A área em torno de Arguim era habitada por mouros e negros islamizados, os mauros, sendo então uma zona importante de pesca, como aliás ainda é, e uma região atractiva para o comércio.

Da parte portuguesa esperava-se interceptar o tráfego de ouro que as caravanas transportavam de Tombuctu para o norte de África. Contudo, foi o comércio de escravos o que mais prosperou: Portugal recebia de Arguim, por volta de 1455, cerca de 800 escravos por ano, na sua maioria jovens negros aprisionados em razias conduzidas no interior do continente pelos líderes tribais da região costeira vizinha.

Em segundo plano estava o importante comércio da goma-arábica, produto que a região produzia em quantidade e com qualidade superior, adquirido em Arguim a preço muito atractivo.

O território conquistado em Arguim passou então a assumir-se como um centro de comércio, estabelecendo ligações comerciais com os portos de Meça, Mogador e Safim, no actual Marrocos. Destes lugares provinham os tecidos, o trigo e outros produtos que na feitoria de Arguim eram trocados por ouro e escravos, transportados a partir do interior pela rota de Tombuctu até Hoden.

A criação desta feitoria marcou um ponto de viragem na expansão portuguesa, assinalando o início da política de construção de feitorias dotadas de uma guarnição militar capaz de as defender contras ataques dos povos da região.

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