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terça-feira, 11 de março de 2008

No rescaldo da batalha de Alfarrobeira

A batalha de Alfarrobeira, também teve bastante repercussão internacional, pelo tratamento impiedoso e indigno a que foram sujeitos os despojos do infante D.Pedro e dos demais vencidos naquela batalha.

D.Afonso V tentou justificar-se alegando com os acontecimentos sucedidos logo após a morte de D.Duarte e a negação da tutoria pessoal do rei a D.Leonor de Aragão, mantendo-se a argumentação num registo acusatório de autoritarismo, governo ambicioso, tirânico e manipulador.

Contudo as respostas que chegavam à corte não vinham conforme com o pretendido, pelo contrário traziam apontamentos de muito louvor para com o infante D. Pedro e "enviaram acerca da sua morte muito repreender El Rey" como dizia o cronista Rui de Pina.

Inclusivamente no ano de 1450 pela bula "Querelam dilecte" de 21 de Maio o papa Nicolau V manifesta a sua estranheza pela forma desumana como tinha sido tratado o corpo de D.Pedro, insepulto durante 3 dias.

Mais tarde em 1452 veio o Papa a declarar que depois de ouvidas as justificações dos emissários do rei de Portugal, aceitou as explicações dadas, permitindo que D.Afonso V prosseguisse a sua política de afastamento de cargos e dignidades a todos os eclesiásticos que tenham contribuído pelo seu apoio à revolta do infante D.Pedro.

Quanto á questão da sepultura, uma vez que D.Afonso V lhe afirmara que se havia dado sepultura cristã ao infante, Nicolau V anula a bula acima referida , onde havia ordenado aos bispos de Tournai, de Salamanca e de Leão que admoestassem todas as pessoas que sob pena de excomunhão, fossem conivente na ocultação do corpo de D.Pedro.

Internamente contudo o rei prossegue a confiscação dos bens aos partidários de D.Pedro, distribuindo-os por aqueles que tinham lutado a seu lado, iniciada no ano anterior. Entre os principais beneficiários como não podia deixar de ser encontra-se o duque de Bragança e o seu filho o conde de Ourém.

  • Nicolau V por bula, confirma ao rei de Portugal todos os territórios ultramarinos descobertos a mando do conde D.Henrique.
  • Março,02-Carta de doação do infante D.Henrique a favor de Jácome de Bruges, natural de Flandres, como donatário a ilha de Jesus Cristo (Terceira) Açores.
Doada a ilha Terceira, e feito seu primeiro capitão Jácome de Bruges pela carta que lhe foi passada na cidade de Silves a 2 de Março da 1450 anos, imediatamente cuidou de se investir na posse; e tendo passado dez meses, partiu para ela com dois navios, à sua custa carregados de vacas, porcos, ovelhas e de tudo o mais necessário à sustentação e serviço dos homens.
  • D,Afonso V concede ao infante D.Henrique o exclusivo da pesca do coral nos mares do reino por cinco anos.
Ler mais sobre a pesca do coral neste artigo, publicado no magnífico blogue Blogue de Histórias e Estórias.
  • Carta de doação da Capitania do Funchal a João Gonçalves Zarco.
dividindo a ilha em duas capitanias, fez mercê duma delas, a do Funchal, a João Gonçalves Zarco. Partiu este para a sua ilha, depois de ter casado com uma senhora por nome Constança Rodrigues de Almeida, e todo se entregou à colonização da sua maravilhosa propriedade. Não se esqueceu contudo dos seus deveres de cavaleiro, nem sobretudo da multa gratidão que devia ao infante D. Henrique, e, quando este quis tentar a expedição de Tanger, veio pôr-se à sua disposição. No cerco de Tanger foi armado cavaleiro pelo infante, e tendo escapado com vida a essa desastrosa expedição, tornou para a Madeira, onde, aproveitando as ricas maltas que existiam ali, fez construir alguns navios com que de vez em quando auxiliou o infante nas suas expedições de descobrimento para além do cabo Bojador

Extraído do Portal da História

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